Capítulo 1

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N/A: Bom, essa fanfic, ela já foi postada completa há anos, porém ela foi excluída. Decidi postar novamente, porque é uma história que realmente me comoveu escrever e, também, para a felicidade da Alessandra (@drunkjaguar). Quem já lia: Oiii de novo! E pra quem não: Boa leitura.

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The New York Times, 2015

Foi naquela esquina ali perto da Avenida 172. Como que eu te explico? Foi naquele local, foi bem alí que ela se foi e nunca mais voltou. Eu tive que ficar, prendendo um grito de dor, mas calmamente recolhendo os cacos do que sobrou de nós duas, porque não sou de deixar lixo na rua. E nossa jornada morreu ali, pra nunca mais - não teria uma segunda temporada, não era um hiatus, era o fim. E isso é o que mais dói: a ferida aberta e pulsante que eu não queria fechar, afinal, nunca fui de desapegar de papel de presente, quanto mais do amor mais profundo que senti, né!? Quatro ou cinco pessoas estavam na rua e serviram de público do nosso último show, mas a crítica não gostou tanto, pois acho que ensaiamos o roteiro muito mal. Não houve raiva, gritos, súplicas, nem nada disso que casais fazem quando brigam. Aliás, a gente não brigou, só deixou de se amar. Naquele momento, apesar de estar em pé, minha alma estava de joelhos. Destruída.

Mas preciso admitir pra você, eu ainda volto lá esperando encontrar algo sabe? Ver se naquela avenida eu esqueci algum caco perdido, se deixei o nosso amor escondido atrás de alguma planta. Sei lá, qualquer coisa que me dê esperança. É que, infelizmente, uma maldita parte de mim sente como se os nossos destinos fossem se cruzar de novo. Que um dia vou passar naquela cafeteria fechada e esbarrar com ela, a gente se abraça e tudo volta ao normal. Mas isso é minha culpa, e culpa da quantidade de desenhos e contos de fadas que assisti quando era mais nova. Assim, com o tempo, comecei a achar que o tempo curava tudo, mas não cura não, e o problema foi que eu esperei demais o tempo curar nossas desavenças, como se algo controlasse nossa relação. A corda que a gente segurava já machucara demais nossas mãos. E acho que é um pouco por isso que eu nunca fui atrás: chega uma hora em que a gente não quer ver quem a gente gosta sofrendo. Eu sofri. Mas também fiz sofrer e admito. Nós duas. E eu não sou perfeita. E naquele dia, quando ela foi embora daquela esquina, eu gritei pra ela nunca mais voltar. E ela não voltou.

- Lauren Jauregui.

172 AVENUEWhere stories live. Discover now