Duas coisas a dizer, antes de tudo: (1) ALELUIA!, e (2) Me desculpem!
***
- Tamara? – Perguntei depois de uma pausa, esperando uma resposta divina que me dissesse o contrário.
- Vilhosa? – Ela brincou.
Tammy sabia que não era engraçada, mas, se questionada a respeito, diria que não era uma qualidade necessária, uma vez que é diabolicamente bonita.
Eu permaneci imóvel. Avaliando mentalmente o quanto eu seria recriminada na cadeia por decapitá-la e queimá-la numa fogueira, oferecendo uma dançinha macabra em seguida para comemorar meu feito.
- Vê alguma Tamara aqui? Meu nome é Tammy Braxton e sabe disso, LennyCat.
Mal pude ouvi-la falar através dos altos e baixos da montanha russa formando-se em minha cabeça. Era mais fácil acreditar que israelenses e palestinos dariam as mãos e se abraçariam nus em volta de uma árvore sagrada do perdão, do que em qualquer coisa que remetesse encontrar Tammy numa festa em Las Vegas.
Não a via há quatro anos, desde que seus pais, Broma e Shawn, a internaram num instituto sugador de personalidades próprias, para adolescentes estupidamente milionários. E não era como se eu esperasse uma mudança nesse status. Aleluia que ela estava sabe Deus onde, fazendo sabe Deus o quê! Eu não precisaria andar por aí com uma placa com os seguintes dizeres: Alérgica a Vagabundezillas, escritos em néon. Não que eu pudesse sair livremente do orfanato. E não que eu não fugisse.
Mas a realidade diante de mim não me deixava escapar.
- Tem cerca de quarenta xingamentos populares em nosso dicionário que certamente fariam mais jus a você.
Levantei ignorando-a completamente, e disparei dali, em linha reta, ou o que quer que significasse abaixar a cabeça e correr para a multidão. Tentei expulsar aquela situação, e de repente, por algum motivo passível de explicação divina, eu estava atenta ao barulho dos sapatos de Tammy indo ao encontro ao chão, logo trás de mim. Grandes e sonoras badaladas do irritante sino da consciência reverberando: O que ela está fazendo aqui? Como está aqui? Que porra!
- Uh... – A loira gemeu. – Bebeu tanto que poderia correr uma maratona pra fugir de mim, Lennycat?
Respirei profundamente. Sim, poderia.
Certamente não era a única festa em Las Vegas, e duvido muito que estivessem colando avisos nos postes ou preenchendo os anunciados no jornal da cidade para divulgá-la. Tamara está aqui por um motivo e estou me esforçando para acreditar que este não seja destruir minha vida, e que castigos de Deus não estejam envolvidos.
- Beber pode ser o problema. – Murmurei, virando-me. Os olhos negros, como dois corvos, me percorreram e eu não hesitei em fazer o mesmo.
Ela estava diferente.
Não diferente como quando fizemos o mesmo corte de cabelo juntas, e no dia seguinte ela aparecera na escola com os fios tão loiros que cegavam para ganhar a atenção de todos. Agora ela parecia infinitamente mais traiçoeira e escorregadia. E eu passei de moçinha experimentando drinks pela primeira vez para o novo gameplay da noite.
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One Less Lonely Girl || Justin Bieber
Ficção Adolescente+EM REVISÃO+ "Não consigo fazer este sentimento ir embora, estou esperando que pare. Mas eu não quero. Eu quero que fique e não vá embora nunca mais. Eu me sinto vivo, em cada toque, em cada beijo. Não quero fugir disto. Não tenho medo." Helena...