Depois que eu fiz a minha declaração, meu pai simplesmente concordou com o peito estufado de orgulho. Depois, disse que ele teria que se resolver com a prima com quem estava para fazer negociações de preço sobre o escravo.
Conhecendo minha prima como é, não deixará que de perder algo que queria tão fácil assim. Ela é extremamente mimada. Não que eu não seja, mas pode ter certeza que ela é em um nível totalmente superior ao meu.
Meu pai e minha tia se levantaram da mesa e me deixaram a sós com o meu novo e primeiro Fate. Só com isso já senti certo desespero, pois sabia que conversar com aquele garoto não seria fácil, ainda mais depois da minha demonstração de alguém possessiva por uma pessoa que mal conhecia.
Eu e o garoto ficamos calados, até que eu cansei de ficar brincando com o garfo e o encarei.
— Tu não vais comer? — Perguntei.
Ele me olhou, com uma expressão de dúvida estampada no rosto. Parecia hesitar em até mesmo falar comigo. Isso me deixava um pouco agoniada. Não queria que ninguém tivesse medo de dirigir uma palavra para mim.
— Eu te dou permissão para comer o que quiser — Falei, por fim entendendo que normalmente só comia o suficiente para sobreviver.
Vi a desconfiança presente nele do momento em que se sentou na mesa o mais cauteloso possível, até o que ele finalmente começou a comer.
Como eu já estava satisfeita, apenas o observei degustar do café da manhã. Ele nem mesmo se incomodava comigo a observá-lo. Estava realmente desfrutando de todo o prazer de se comer naquele momento. Parecia que não via comida há muito tempo.
— Qual o teu nome? — O interroguei assim que ele terminou de comer.
Mais uma vez ele permaneceu calado, apenas me encarando. Solto um suspiro.
— Te dou permissão para falar também quando quiser.
— Quarto — O ouvi murmurar.
Sua voz era grossa, como a de um homem deveria ser, mas aparentava ser mais suave no estado normal. Que não era como ele estava agora, pois estava claramente tenso.
— Não quis dizer a tua classificação. Quero saber o teu nome — Expliquei calmamente.
Esperei ele falar, mas não chegou a pronunciar a resposta que eu queria. Parecia estar pensando profundamente em alguma coisa, como se fizesse cálculos matemáticos apenas para conseguir decifrar se eu estava falando sério.
Já estava para falar que ele não era obrigado a dizer o nome se não quisesse, quando então ele decidiu responder:
— Natsu — Mesmo aparentemente incomodado, ele não deixava de me olhar nos olhos. — Natsu Dragneel.
— Oh, Natsu é um nome japonês, não é? Pelo o que eu me lembro, significa... — Parei para pensar. — Verão?
Ele assentiu.
— Eu me chamo Lucy Heartfilia — Deixei um sorriso simpático no rosto, estendendo a mão para ele. — É um prazer, Natsu.
Como ele não correspondeu o meu cumprimento, recolhi a mão, constrangida.
Realmente vai ser difícil conversar com ele.
Terceira pessoa:
Nenhuma das bocas pretendia abrir para falar qualquer coisa. Ambos estavam sem saber o que falar, apesar de que Lucy se sentia muito mais incomodada com isso do que Natsu.
— O que eu tenho que fazer agora? — Natsu perguntou.
— Huh? — Lucy balbuciou, sem entender. — Como assim?

VOCÊ ESTÁ LENDO
A Herdeira
FanfictionEm um tempo distante da nossa atualidade, onde o mundo era mais cruel e frio, uma criança chamada Lucy nasceu. Os primeiros anos de Lucy foram felizes no âmbito familiar, o amor e a felicidade sempre estando presente no seu dia a dia. Até que a súbi...