Capítulo 12

674 31 7
                                    

A viagem até ao Hospital foi bastante rápida, quem levou o carro foi o Louis, o Niall estava mais nervoso que eu e ficou ainda pior quando eu disse que as minhas contracções estavam a ficar cada vez mais fortes e o tempo entre elas a diminuir, eu nem lhe disse que as minhas águas arrebentaram, eu sabia que ele ia ficar possesso, por isso limitei-me a apartar o ombro do Louis da parte de trás do seu banco, na tentativa que ele percebesse que tinha que acelerar.

No Hospital só me deixaram levar um acompanhante para o parvo, e como é óbvio eu escolhi o pai, quando me levaram para um quarto, as dores começaram a ser insuportáveis, aí disseram-me que quando alcança-se os 3 – 4 centímetros de dilatação eu iria para o andar de baixo para levar a epidural, fui-me preparando psicologicamente para o momento que se aproximava, o Niall já estava mais calmo, pelo menos parecia, ele não saiu de perto de mim. Ao fim de longas horas, levaram-me para o andar de baixo para dar à luz a Jasmine, tiraram-me da cama e puseram-me numa maca bastante mais dura e disseram para me sentar e relaxar os ombros e olhar para baixo, naquele momento esqueci completamente o meu medo por agulhas e só pensava que depois daquilo as dores iriam acabar, todo isto aconteceu na ausência do Niall, pois levaram-no para fora da sala; quando ele voltou parecia uma alface, bata verde, gorro verde e protecções para os sapatos também verdes, eu ri-me quando ele chegou ao pé de mim e ele corou.

-Foste falar com o Louis?

-Sim, já estão todos na sala de espera!

-Estás a gozar?

-Não, não te preocupes, só cá estão eles, são 5 da manhã. – Ele beija a parte de trás da minha mão e entrelaça os nossos dedos de seguida.

A partir daqui foi tudo mais rápido, a anestesia já tinha feito efeito, mandaram-me fazer força para que o bebé saísse, o Niall assistia tudo e os médicos iam falando com ele e comunicando-lhe a nossa situação, eram 8 horas da manhã quando senti a Jasmine a sair, o seu choro preencheu o vazio da sala, limparam-na e o Niall cortou o cordão umbilical.

Quando colocaram a Jasmine no meu peito o Niall beijou-nos, e eu comecei a chorar.

-Então? Não choras-te com as dores e estás a chorar com um beijo meu?

-Niall, agora somos uma família! – Ele limpa as minhas lágrimas.

-Sim, uma família feliz! – Ele volta a beijar-me e tirar alguns cabelos da minha testa.

Nisto fomos transferidas para outro quarto do mesmo andar e disseram-me que pouco tempo iria mudar-me para outro andar, nesse pequeno espaço de tempo, o Niall foi avisar os outros de que a nossa filha já tinha nascido, com algum esforço o Niall conseguiu convencer o segurança a deixar entrar todos, o beneficio é que aquelas horas da manhã o Hospital não estava com muita movimentação. Quando fiquei sozinha com a minha filha ela abriu os olhos pela primeira vez, aqueles olhos azuis grandes faziam contraste com o pouco cabelo castanho-escuro que tinha, ela era bastante parecida com o Niall, acho que a única coisa parecida comigo era o nariz e tonalidade do cabelo, era linda, perfeita.

-Posso entrar? – Sussurrou uma voz.

-Louis! – A minha alegria aumentou ainda mais, se é que isso era possível, depois entrou o Niall que se colocou do meu lado esquerdo, e depois entraram todos ao monte, o quarto ficou cheio. Eu estava focada na Jasmine e no Niall, mas de repente lembro-me da minha mãe.

-Niall, avisas-te os nossos pais!?

-Merda… Não!

-Niall vai já ligar à minha mãe, por favor!

Estive pouco mais de quinze minutos com os meus amigos, tive que me mudar para outro andar, aí já podia receber as visitas que quisesse, apesar de a Jasmine nascer prematura, não foram necessários cuidados especiais, ela ficou sempre comigo.

POV Margarida

A emoção de ver a Jasmine foi tanta que nem consegui pegar nela, apenas a admirei no colo do Louis, acho que aí houve um clique entre nós ao sorrirmos um para o outro; de repente somos informados que tínhamos de abandonar o quarto para as novas inquilinas do hospital serem transferidas para outro andar.

Fomos todos pelo corredor até aos elevadores, foi aí que nos separamos, eu tenho sempre a mania de ir pelas escadas a correr para ver se consigo chegar primeiro que o elevador. Com isso comprovei mais uma vez que sou a rapariga mais desajeitada do mundo, fui contra um rapaz alto, moreno de cabelo espetado e olhos verdes.

-Peço desculpa.

-Fique sabendo que é proibido correr nas escadas. – Disse ele enquanto apontava para um sinal afixado na parede.

-Desculpe novamente!

-Pareço assim tão velho? Não faz mal, já estou habituado, nunca ninguém compre esta regra!

-Desculpa. – Disse emendando. – Trabalhas aqui?

-Estás desculpada, sim trabalho, estou agora na minha hora almoço. – Com toda esta confusão não me tinha apercebido que já eram onze horas.

-Não te incomodo mais, vou ver a minha afilhada. – Sorri e continuei a subir as escadas mas agora numa velocidade normal, já estava mais que visto que os outros já tinham chegado.

-Até logo! – Disse ele com um sorriso maravilhoso, nesse momento senti uns calores, mas tratei de continuar a subir as escadas (sem lhe responder) e de me acalmar, afinal não o iria voltar a ver.

Quando cheguei à zona dos elevadores os outros já estavam à minha espera.

-Margarida vieste a gatinhar? – Gozou o Harry.

-Cala-te! – Sorri e dei-lhe um pequeno murro no braço.

Foi um dia norma e ao mesmo tempo especial, senti-me finalmente à vontade com o Louis e com o Harry, se calhar não tinha acontecido antes, porque ainda não tínhamos passado tanto tempo juntos depois de que ele acabou comigo.

 O quarto delas ao longo do dia foi-se enchendo de presentes, eu e o Niall, no final do dia tivemos de trazer tudo para casa deles; fazendo o balanço do dia, a minha afilhada nasceu no dia 23 de Agosto, quase um mês antes do que estava suposto.

Já era domingo, quando acordei tinha cinco chamadas não atendidas do Niall, duas do Louis, seis do Harry e uma da Carla, aqueles números assustaram-me bastante, enquanto tomava o pequeno-almoço liguei para o Niall, ele não atendeu, voltei a insistir, mas não passou de uma tentativa, então decidi ligar para o Louis.

-Sim? Bom dia é Louis?

-É sim!

-Desculpa estar a ligar tão cedo, mas o que é que se passou para me ligarem tantas vezes? – Do outro lado ouviu-se uma voz a dizer repetidamente “não”.

-Já estás arranjada?

-Acabei agora de comer, mas o que se passa? – Perguntei elevando o meu tom de voz.

-Podes vir para o Hospital? Cá falamos melhor!

-Até já! – Respondi secamente e desliguei-lhe o telemóvel na cara, eu sabia que se estava a passar alguma coisa, porque é que ele não me disse? Porque é que o Niall não me atendeu? Mal tinha acabado de acordar e já estava com um problema, do qual não sei o que é ao certo mas que me estava a deixar muito preocupada e enervada por ninguém me dizer nada, afinal podiam ter mandado uma mensagem, não podiam?

Perdidos no Nosso ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora