Já faz uma semana desde a última vez que falei pessoalmente com o Felipe, apesar disso, ele ainda manda algumas mensagens de texto pra mim, geralmente pra perguntar como eu estou, algumas vezes pergunto porque ele não vem mais aqui em casa, mas ele só diz que está muito ocupado e não pode sair muito de casa, mas sei que isso é mentira dele, pois sempre o vejo saindo com aquele amigo dele, o Lucas. Tudo isso está me parecendo muito suspeito, algo me diz que alguma coisa está acontecendo entre os dois, e o Felipe não quer me contar, então deve ser por isso que ele não vem mais aqui em casa, com certeza está com medo de me encarar. Na verdade, desde o dia em que ele conheceu o Lucas no parque, ele anda um pouco afastado de mim, não retorna minhas ligações, nem se quer atende as minhas chamadas, como eu disse, ele só fala comigo por mensagens mesmo. Eu estou realmente decepcionado com Felipe pelo fato dele ter me trocado tão rápido assim, pensei que ele fosse diferente, mas estava enganado, o Felipe só se importa consigo mesmo. Nosso "namoro" já não estava indo tão bem assim, e agora que ele esqueceu que eu existo, está pior ainda. Acho que ele está querendo um tempo pra ele, afinal estamos de férias, acho que também deveria fazer isso, estou querendo dizer que, ficar preso no meu quarto as férias toda assistindo séries não vai me ajudar a levantar meu auto-estima, então acho que vou sair um pouquinho, talvez ir num parque, ou no shopping, não sei, quero sair e esquecer um pouco que o Felipe existe e quem sabe fazer novas amizades e conhecer gente nova.
Olho no relógio ao lado da minha cama, e já passam das 8:00hrs, calço meus chinelos e desço as escadas, passo pela cozinha e entro no banheiro logo após de ter a ideia de ir até o parque. Escovo os dentes, tomo um belo banho e logo em seguida estou subindo as escadas novamente em direção ao meu quarto. Fecho a porta. Jogo a toalha encima da cama, visto minha cueca, pego meu calção mais confortável e uma blusa de gola V, penteio o cabelo e depois volto para a cozinha, para tomar café, afinal já são 8:00hrs da manhã e ainda não comi nada. Sento a mesa, onde há um bolo de laranja, café, leite e pão. Me sirvo, lavo o que usei, seco minhas mãos em uma toalha e depois subo para o sótão a procura da minha mãe. Logo percebo que ela está em seu "escritório", pois ouço o tocar de seus dedos nas teclas da sua antiga máquina de datilografia, que por sinal já estava bem velhinha, mas minha mãe sempre diz, que é melhor forma de escrever uma história, pois não há toda aquela tecnologia para tirar a concentração na hora de escrever.
-Oi filho!-minha mãe diz ao me ver entrando no sótão-Já acordado a essa hora?
-Bem, na verdade eu vim perguntar se eu posso dar uma volta no parque aqui perto.
-Pode sim Gabriel, mas lembre-se de voltar antes do almoço-minha mãe diz sentada em sua cadeira azul enfrente a sua mesa branca, com várias decorações encima, inclusive um porta retrato com minha foto ridícula vestido de marinheiro, que por sinal eu odeio, e ainda estou chorando na fotografia, pois não queria tirar a foto.
-Ok mãe!-dou um abraço e um beijo em seu rosto-Tchau mãe!
-Tchau filho, e cuidado viu!
-Certo!-digo já descendo as escadas.
Minha mãe é muito boa e generosa, mas também é muito sigilosa quando se trata da história que está escrevendo, eu mesmo não sei que gênero ela está escrevendo agora, ela já publicou três livros, dois romances e uma fantasia, talvez agora ela esteja escrevendo um terror, ou outro gênero, mas qualquer que seja, sei que ela vai me surpreender novamente.
Saio pela porta da frente, vou até o jardim e pego minha bicicleta. Abro o portão da minha casa e saio pedalando pela estrada, passo pela casa do Rian, e ele ascena pra mim, e eu ascendo devolta pra ele. O dia está bem calmo hoje, sem muito trânsito de veículos, então chego no parque sem correr muito perigo de ser atropelado por um carro. Ao contrário da estrada o parque está bem movimentado hoje, muitas pessoas estão praticando esporte, outras estão somente sentadas nos bancos conversando, algumas familias estão fazendo um piquinique debaixo de uma árvore, crianças brincam entre sí. Estaciono minha bike no bicicletário e procuro um lugar para sentar. Vejo que o único local disponível é debaixo de uma árvore um pouco afastada do resto das pessoas. Vou até lá e me sento a sombra daquela macieira. Fico olhando as crianças brincando um pouco longe de onde estou, olho para o carrinho de sorvete e avisto o Ricardo vindo de mãos dadas com a Milena na minha direção. Finjo que não os ví, tentando ignorar a presença deles no local, mas mesmo assim eles ainda continuam caminhando até mim.
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MAIS QUE AMIGOS
Aléatoire❤❤❤ "O que seria da vida sem o Amor? Bom, para alguns esse Amor não escolhe cor, classe social ou sexo, apenas acontece!"...