Capítulo 38

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O caminhão parou a uns dois metros de mim no acostamento, eu reunir as minhas últimas forças e corri até a boléia do caminhão e lá dentro estava apenas um senhorzinho simpático, ele era baixo (ou pelo menos parecia) com os cabelos brancos lisos e usava um macacão cheio de graxa.

- Pra onde vai moça? - ele questionou olhando pros meus ferimentos e a minha roupa rasgada.

- Vou pra Ômega a cidade do litoral. - me olhei num espelho e percebi o meu estava de desprezo. - E onde estamos?

- Muito longe de Ômega e pra ser sincero estamos quase na fronteira entre Brasil e Uruguai.

Aqueles miseráveis me levaram pra longe da cidade pra eu não conseguir fugir, me levaram pra outro estado e provavelmente iria tentar fugir pela fronteira.

- E o que aconteceu contigo moça? - o senhor simpático não aguentou a curiosidade e resolveu perguntar. - Tá toda arranhada com muitos ferimentos e parece que não escova os dentes há dias.

Não precisava ofender.

- Eu estou perdida na mata a dois dias, me perdi dos meus amigos na trilha do acampamento. - menti pro caminhoneiro, afinal ele não podia saber que eu estava fugindo de um sequestro.

- Essas trilhas são perigosas menina, vou te deixar na próxima rodoviária viu.

- Sim senhor. Obrigado.

Ele colocou um sertanejo universitário pra tocar no rádio e se eu não estivesse tão dolorida eu iria dançar muito, a minha modéstia me impedia de dançar na frente daquele senhorzinho.

- Qual o seu nome? - ele questionou.

Eu estava prestes de responder o meu nome mas eu pude avistar de longe uma blitz policial no meio da estrada, seria a minha salvação ou não. De longe eu vi um policial alto e moreno parando alguns carros e eu pude reconhecer o Vitor.

Estou perdida.

- Senhor para o caminhão que eu vou descer. - gritei desesperada enquanto o caminhão se aproximava da blitz. - Para por favor.

- Não garotinha. - ele olhava pra polícia e não parava o caminhão. - Olha a polícia ali na frente vamos falar com eles e pode até ligar pra sua família.

- Por favor para este caminhão. - pedi encarecidamente mais uma.

- Vamos até a polícia menina, ou você tem algo pra esconder?

Não pensei muito e no desespero eu abri a porta do caminhão e me joguei numa ribanceira abaixo e fui rolando até me bater em algo maciço e perdi os sentidos.

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Abri os olhos e fechei rapidamente pois o sol estava muito forte e embaçava a minha visão, me virei com dores no corpo inteiro e estava numa cama dura que aumentava as minhas dores. Olhei rapidamente pro local onde eu estava e percebi que era um quartinho pequeno e parecia ser muito humilde aquele lugar.

Tentei me levantar da cama mas um ferimento enorme estava na minha perna me impediu (uma enorme fratura exposta) eu tentei me levantar com dificuldades e fugir, na minha cabeça eu acreditava que o Gabriel tinha me capturado e eu estava numa espécie de casebre. Mesmo doída eu me levantei mas me bati numa jarra de porcelana que caiu no chão e virou uns mil pedaços e causando um barulho estridente.

Me joguei na cama novamente e bati a minha perna na cabeceira e dei um grande urro de dor, nesse momento uma velhinha de cabelos brancos e um garoto moreno claro de uns 12 anos entrou no quarto e me seguraram.

- Que bom que você acordou. - ela pegou um pano e enxugou a secreção da minha perna. - Estávamos preocupada você.

- Quem é a senhora?... E o que eu tô fazendo aqui?

História de Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora