Esse ano era para ser "O" ano. Último do high school, o time de basquete estava no auge, minha família estávamos todos bem, até mesma Rosella havia se casado e estava feliz. Apesar acho que minha mãe sentia falta da filha mais velha, e da casa cheia, então resolveu acolher uma intercambista. Não dei muito para isso, jurava que seria só uma fase, mas ela veio com fichas, e depois emails, até que um dia nos acordou e disse que seria o dia que ela iria chegar. Pelo visto eu era o único desanimado com a idéia.
Ela era uma brasileira, e frequentaria a mesma escola que eu, era tudo que sabia. Era só mais uma fase. Nos primeiros dias as vezes que conversamos foi por obrigação, segundo minha mãe eu não era legal o bastante com ela, mas o problema era que eu não ligava por ela estar lá, eu queria seguir apenas meus planos para o ano: vencer o campeonato com o time, continuar com paz na minha família, formar-me, conseguir entrar na Universidade da Califórnia e bem, esquecer que já conheci Charlie.
Deitado na minha cama, passava as tardes pensando na garota durante as ferias de verão. De como eramos felizes e amava-a. Até que descobri que ela me traia. Mas apesar de todo fingimento, eu era emoção e não razão, e meu coração não evitava pensar na garota. E ela não teve nem a dignidade de pedir perdão.- Qual é viado! - Isaac me cumprimentava com um highfive, segurando firme a cerveja na outra mão. Era sábado a noite e era dia de amistoso do time de futebol da escola, então todos nós estavamos reunidos por lá.
As melhores noites do ano envolvia amigos, cerveja, jogos e garotas. O lado bom de ser do time é que você não precisava fazer simplesmente nada e elas te achavam irresistíveis. Sentei-me no banco e assisti todo o primeiro tempo até que o frio me seduziu e tive que buscar minha jaqueta no carro.
Aquela escola era incrivelmente grande, e precisava atravessar toda escola para ir do campo ao estacionamento. Os ventos frios trazia um clima dramatico para a noite de lua cheia e o silêncio era a chave de entrada de um filme de terror. Eu amava noites assim.
"Ah, me solta, para! Par...". Algo soou pelos meus ouvidos, mas o silencio voltou. "Para! Para!". Parei de andar, e fiquei o maximo quieto possível. "Unf, hsnshh umm". Okay, aquela palavras não pareciam certas. Devagar, fui andando em direção ao som que vinha de um beco escuro e meu corpo gelou. Greg - um jogador de lacross estava aos beijos com Charlie, que parecia estar o afastando. "Para! Para! Não, me solta!" , ela dizia entre os beijos enquanto ele a firmava nos braços. Raiva e ódio inundaram meu corpo e a emoção ganhou da razão mais uma vez. Não demorou muito para meus punhos atingirem suas costas e depois seu rosto, de novo e de novo. Seu nariz sangrava e ele me jogou para trás. Desviei de alguns socos até um atingir minha costela. Uma dor inundou meu corpo e só ai acordei de um choque. Charlie tentava nos afastar e gritava para nós parmos, até entrar em nosso meio.
- O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO? - ela gritou com o rosto vermelho de raiva, e depois se virou para mim. - O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO?
- Ele estava te agarrando a força, eu estava tentando te ajudar! - disse me levantando contorcido por dor.
Greg começou a rir como se tivesse falando a maior besteira do mundo e Charlie estava com o rosto frigido.
- Você não sabe o que fala! Por Deus Logan, nos não namoramos mais! Larga do meu pé! - ela disse brava, ajudando o rapaz a levantar-se. Sentei novamente no chão frio vendo-os ir e deixando a dor me dominar. Por alguns segundos a dor que o roxo da minha costela causava não era maior da qual eu sentia no meu coração. Todo sofrimento que estava esquecendo a messes me dominou, e me senti derrotado por tudo.
- What the hell...- Pietro olhava para mim e antes de poder falar algo, já estava me levantando cuidadosamente e me ajudou a caminhar até o carro. - O que houve?
Então expliquei tudo. Claro, não falei da tristeza que senti por Charlie, apenas as partes que não me expunha. Mas Pietro era meu amigo demais, sabia exatamente o que eu estava passando.
- Toma, o técnico nos faz tomar quando temos lesões. E esse roxo ai, amanhã já deve estar melhor, fica de boa. Vamos lá, esta todo mundo te procurando, o jogo esta quase no fim e a galera que ir ao Grung's quando acabar.
Segui seus conselhos e também com minha noite. Pior que me movimentar com aquela dor, era ficar parado e pensar sobre ela.
- Olha aquelas gatinhas, aposto que estão falando de mim! - Isaac abriu um sorriso que já eramos acostumados, ele sempre se achava o cara.
Olhei na direção pelo qual ele falava e...uau! Havia duas morenas lideres de torcida que conhecia bem, e com um sorriso ela iriam me procurar logo.
O local estava cheio e basicamente com apenas pessoas da escola, o que de seu modo não era ruim. Isaac e Joseph foram investir nas cheersleaders quando vi o olhar de Pietro perdido sobre o local. Segui a linha de seu olhar e vi uma mesa com muitos rostos familiares, inclusive da garota que morava lá em casa.
- Qual foi? - desviei meu olhar para ele e depois para elas de novo.
- Nada cara, nada. - ele suspirou e deu um gole em sua cerveja.
- Vou ter que ir lá perguntar? Porque você sabe, Kaya sempre teve uma queda por mim. - disse lembrando da garota que fazia algumas aulas comigo e bem, beijava perfeitamente.- É a Hanna. Essa garota me deixa meio loco. - ele deu mais um gole ja cerveja e mudou de assunto quando Joseph e Isaac voltaram.
O sol da manhã atravessa minha janela e refletia bem no meu rosto. Era 06:00 da manhã e meu despertador ainda demoraria a soar. Dentre tantas coisas, meu primeiro pensamento foi a tarde de ontem. Lisa tinha planejado ir a Venice, então fomos. E, sabe-se lá porque, me ofereci a mostrar a cidade para a turista da vez. Nunca tinha realmente reparado em Cecília até no sábado quando cheguei em casa e a encontrei. Ela estava usando um moleton e uma blusinha qualquer, seu cabelo estava num coque frouxo e estava completamente sem maquiagem. Nunca vi uma pessoa tão bonita de modo tão natural. E aquela tarde trouxe surpresas. Ela me fez rir e me diverti até mesmo mostrando lugares historicamente chatos. Talvez fosse seus olhos atentos em tudo ou sua pureza que me encantou, e nem mesmo ter encontrado Charlie me fez ficar tão mal. A garota de 'menina que esta morando na minha casa' passou a ser a Ceci - como ela mesma gostava de ser chamada.
Entre as lembranças e pensamentos o som do despertador me alertou lembrando que tinha combinado de encontrar com os caras antes da aula.
- Bom dia mãe! - amava o fato de mesmo que ela não precisa-se, ela sempre acordava cedo para cuidar de todos nós.
- Wow! Hoje você está um gato meu filho! - ela soltou uma risadinha - Não vejo arrumando assim desde que saia com aquela garota.
Ignorei a observação de minha mãe, dei um beijo nela e fui para a porta esperar Joseph.
O dia estava bonito e a manhã estava ocorrendo melhor que o planejado. Durante toda segunda aula fiquei pensando na tarde de domingo, e estava me sentindo firme em questão disso. Estava pensando em falar com Ceci durante o almoço, afinal, queria construir uma amizade. Mas junto ao meu armario estava Charlotte parada observando-me caminhar.
- O que você quer? - disse dando um leve empurrao sobre ela para poder abrir meu armario.
- Logan, o que tivemos foi lindo. E mesmo você tendo me magoado muito, estou aqui para conversar sobre sábado. - Eu tinha a magoado? Só podia ser brincadeira.
- Então fale, mas logo porque não tenho tempo. - disse pegando o livro que precisava e batendo o armario com mais força que necessário.
Meus olhos a fitava em busca de uma resposta para aquele show. Sempre soube que ela gostava de atenção, mas desde que não me magoasse e nem a ninguém não me importava.
- An, hm, você atacou o Gregório por minha causa no sábado. Ele quebrou o nariz e está todo ferido. Sorte dele ter a mim para cuider se n...
- Espera. O que? Ter você? Então vocês estão juntos agora? - minhas palavras saíram rapidas e meus punhos cerravam de raiva.
- Bem, eu não pretendia que soubesse assim, mas é até melhor souber por mim. Sim, eu estou namorando com o Greg. -ela disse firme. - E espero que você lide com isso.
Ela não esperou minha resposta e saiu andando. Meu coração batia acelerado e o ódio esclarecia sobre mim. O corredor já estava vazio, mas um ou dois alunos que passavam se assustaram com o soco que dei sobre o armário. Mas antes daquela fraqueza voltar, fui em direção a sala.

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Amados Contrastes
RawakTalvez seja o céu laranja-rosado de todas as tardes. Ou quem sabe a paz que a imensidão do mar lhe trás. Cecilia nunca soube ao certo o que levou a decisão de tornar Los Angeles seu novo lar por um ano, mas sabia que fez a escolha certa. Ela sentia...