Capitulo 2

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"Vá lá Morg, até tu achas que eles são lindos," Alexis disse, atirando a sua mala para o lado da minha cama antes de saltar até ás almofadas. Eu revirei os olhos e sentei-me no fundo da cama, olhando para as minhas mãos em cima das minhas coxas. Ela tinha razão, eles eram lindos, super lindos na realidade, mas eu sei como é que isto vai ser. Eu não vou passar por aquilo tudo outra vez.

 "Ok, sim eles são giros, mas vão tornar-se em players. Tu pensas que eu estou a mentir, mas eu não estou. Eu sei do que é que estou a falar Lex."

 Ela revirou os olhos, agarrando numa das minhas revistas, folheando as páginas, lambendo as pontas dos dedos para o tornar mais fácil. Não faço ideia de como a fazer acreditar em mim. "Eu se fosse a ti não caía nos braços de um deles," eu sussurrei. Ela dirigiu o seu olhar para mim "e para além disso, tu tens namorado."

 "Sim, eu tenho namorado. Mas ultimamente tenho pensado na nossa relação. Quer dizer, ele é fantástico e tudo isso, mas está-se a tornar aborrecido," ela murmurou. Eu quase não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Ela está apanhada por aqueles dois ao ponto de pensar que o Matthew não é suficientemente bom para ela? Pode-se sentir com sorte por eu não a ter espancado ali mesmo pela sua atitude.

 "O Matthew trata-te melhor do que alguma vez um daqueles dois te vai tratar," eu disse. Ela revirou os olhos novamente, pelos vistos faz isto muitas vezes.

 "É por isto mesmo que eu não falo de rapazes contigo! Tu não consegues esquecer o passado! Tu pensas que todos os rapazes vão mudar tal como o teu ex fez! Morgan tens que parar de ter pena de ti própria!"

 Estabelecemos contacto visual por cerca de um minuto. Ela normalmente é sossegada, nunca grita com ninguém. Olhou para mim antes de sair porta fora, fazendo-se ouvir um grande estrondo devido á força com que ela fechou a porta. Conseguia ouvir os seus passos nas escadas enquanto pensava no que tinha ouvido há um minuto atrás. Ela tinha razão. Eu penso demasiado. E se eles não forem assim? E se eles forem uns queridos? Não sei, acho que é estúpido ficar preocupada com dois rapazes que nem conheço.

 Abri a porta lentamente e dirigi-me até ás escadas, vi a minha mãe lá em baixo. Ela tinha as mãos nas ancas e olhava para mim como quem exigia uma explicação, "O que é que se passou? Ouvia-vos cá em baixo!"

 Eu baixei a cabeça e murmurei um "nada" não querendo pensar na Lex, apenas porque ela tinha razão. Desci as escadas ignorando a tentativa de abraço da parte da minha mãe. Ouvi-a resmungar antes de subir as escadas para ir buscar a roupa suja da minha irmã mais nova, Emily. Digamos que a minha mãe é uma espécie de obsessiva compulsiva com as limpezas.

 "Mãe vou sair para tomar um café, volto daqui a nada," disse, pegando em seguida no meu casaco e saindo pela porta de entrada fechando-a silenciosamente atrás de mim. Ouvi-a gritar qualquer coisa mas ignorei. Sabia que se me fosse embora ela iria esquecer-se. Peguei no meu telemóvel, vendo as minhas novas mensagens. Nenhuma da Alexis como é obvio. Provavelmente a cabra vai-me odiar durante cerca de uma semana, depois vem-me pedir desculpa como faz sempre. Não importa quantas vezes discutimos ou o quão grave é, nós acabamos sempre por fazer as pazes. É por isso que eu não me importo com as nossas discussões.

 Continuei a vê-las, a ultima mensagem era de um numero que eu não tinha na minha lista de contactos, por isso não vinha identificada. Olhei á minha volta, senti o ar frio penetrar a minha pele enquanto eu lia a mensagem.

 De: (555) 713-1234

 Olá, vem ter comigo ao parque. xx

Olhei ao meu redor novamente para ter a certeza de que ninguém me estava a observar. Talvez a pessoa se tenha enganado no numero. Porque eu tenho a certeza que ninguém me quer ver ás oito e meia da noite, num parque no meio do nada. A não ser que seja. O meu ex.

Comecei a ver a loja de café e continuei a andar na sua direção. Senti o meu telemóvel vibrar novamente mas ignorei-o. Está a acontecer tudo novamente. Drew. Ele a magoar-me. Eu apaguei o seu numero, por isso tenho a certeza que é ele. Porque é que quer falar comigo? Porque é que ainda se importa comigo? Odeio isto. Só quero que ele me deixe em paz e que vá magoar outra rapariga.

 Finalmente cheguei á loja de café, onde o meu telemóvel vibrou novamente. Eu olhei á minha volta, e não vi mais nada sem ser eu e a idosa na loja. Ela sorriu-me, apontando para o menu ao seu lado. Eu sorri-lhe de volta, olhando para o meu telemóvel.

 De: (555) 713-1234

 Vi-te á um minuto atrás, a andar em direção á loja. Vem ter comigo antes que eu fique chateado.

 Conseguia sentir a minha pulsação em todas as partes do corpo. Olhei á minha volta novamente, peguei na minha mala que tinha pousado numa cadeira e caminhei rapidamente até á porta. Tem que ser o Drew. Ele têm-me seguido até ao supermercado ás vezes, e até pergunta ás pessoas por mim. Se ele pensa que me pode ter de volta, ele precisa de ir a um psiquiatra.

 Fiz o meu caminho rumo ao parque, a minha respiração estava pesada e o meu coração palpitava á velocidade da luz. Conseguia ver os postes de electricidade que já iluminavam o parque. Os meus joelhos começaram a tremer enquanto eu caminhava pelo parque á sua procura. Conseguia ver á minha esquerda uma figura preta. Mas não se movia. Respirei fundo e fechei os meus olhos lentamente, esperando que fossem apenas os meus olhos a pregarem-me partidas. Abri-os novamente, vendo a figura mais perto agora. Ok, isto não é uma árvore. Eu não faço ideia do que seja, mas certamente não é uma árvore. Vi a figura mover-se um pouco mais rápido desta vez, finalmente alcançou a luz, mas para meu espanto, não era o Drew.

 "Q-quem és tu?" os meus joelhos continuavam um pouco trémulos. Ele sorriu, arranjando o seu gorro.

 "Sou o Edward. Edward Styles."

DNA (Styles Twins)Onde histórias criam vida. Descubra agora