Capitulo 8

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 Eu não o quero ver, não quero olhar para ele, nem sequer quero pensar nele, mas a ideia de ser obrigada a partilhar uma pequena mesa de restaurante com o rapaz que quase me violou não me saía da cabeça. Desapertei o cinto e segui a minha mãe até ao edificio com os meus braços cruzados sobre o meu peito. Não consigo perceber porque é que tenho que vir a este estupido jantar. Iria perceber se fosse algo relacionado com a familia, mas não tem absolutamente nada a ver comigo. 

 "Estás bem querida?" ela perguntou, passando a mão suavemente pelas minhas costas. Evitei ser antipática e simplesmente assenti. Sorriu e abriu a porta para nós entrarmos, o fantástico cheiro a comida entrando nas minhas narinas. Uma senhora de cabelo escuro acenou-nos de uma das mesas do canto do restaurante. De longe ela parecia-se com os rapazes, excepto o cabelo comprido como é obvio. Andámos em direção á mesa, eu sentei-me no fundo da mesa junto á janela, não querendo de qualquer maneira sentar-me ao lado da minha mãe. 

 "Os rapazes estarão aqui brevemente, estão lá fora a falar não sei porquê." Ela disse com um sorriso, bebendo um golo da sua bebida. Comecei a ouvir passos atrás de mim. Excelente. 

 "São estes os bonitos rapazes de quem tenho ouvido falar?" a minha mãe riu, levantando-se da sua cadeira e abraçando primeiro o Harry, e depois o Edward. Olhei para a mesa, sentido um bocadinho de vergonha e ódio crescer dentro de mim. Senti-me como se estivesse prestes a explodir. Edward sentou-se ao meu lado, dando-me um sorriso fraco, e o Harry sentou-se á minha frente, ao lado da sua mãe. Havia um silencio entre todos nós, excepto entre a minha mãe e a Jeanette que falavam sobre a sua longa e forte amizade. A minha bebida chegou, mas eu não prestei atenção a ninguém, fixava-me apenas em qualquer promenor da mesa. 

 "A tua bebida vai ficar toda aguada," Edward disse, surpreendentemente fazendo aparecer um sorriso no meu rosto. Peguei no copo, bebendo um golo do conteudo lá presente. Ele riu-se, antes de ser interrompido pelo Harry, que clareou a sua garganta demasiado alto. Revirei os olhos e bebi mais um golo da minha bebida. 

 "Morgan, tenho ouvido dizer que tu e o Edward são amigos, então e tu e o Harry?" a mãe deles perguntou-me, olhei para o Harry antes de responder o mais educadamente que consegui. 

 "Tenho-o visto por ai," respondi. Harry riu-se, Edward fechou os punhos. Não ficaria surpreendida se ele quisesse matar o seu irmão aqui e agora, porque eu quero exatamente o mesmo. Jeanette deu-me um sorriso confuso, antes de retomar a sua conversa com a minha mãe. Senti o pé de Harry bater no meu, apenas abanei a cabeça e ignorei-o. Não iria jogar o seu jogo e fingir que me tinha incomodado. 

 Sentei-me sossegada na mesa enquanto toda a gente comia, não estava com fome por isso pedi apenas um prato com batatas fritas. Edward tirou uma batata no meu prato, quando olhei para ele sorriu-me. 

 "Pareces tão em baixo querida," ele sussurrou no meu ouvido. "Não deixes o Harry fazer-te sentir assim, mostra-lhe que não te importas, vai deixá-lo louco." 

 Não consigo aguentar mais esta porcaria. Levantei-me da mesa, ajeitei os meus calções e saí dali. Não conseguia mais estar sentada á frente dele. Odeio-o. O que ele me fez foi horrivel. Ouvi a minha mãe chamar-me mas não quis saber, continuando a focar-me no meu caminho para o parque de estacionamento. Ouvi a voz do Edward atrás de mim, então parei e virei-me para trás. Ele estava a correr atrás de mim. Ele preocupa-se assim tanto comigo? 

 "Por favor apen-"

 "Por favor o quê Ed?" interrompi-o. Senti aquele nó na minha garganta. Odeio chorar em frente ás pessoas, isso mostra-lhes que sou fraca e odeio mostrar ás pessoas que sou fraca, mesmo que isso seja a verdade. Ele olhou-me nos olhos com imensa preocupação. Conseguia sentir as lágrimas cairem dos meus olhos, e ele abraçou-me. Como se soubesse exatamente o que estava errado. Ele não era daquele tipo de pessoas chatas que se sentavam ali e me perguntavam inumeras vezes o que se passava, apenas me acolheu nos seus braços. Senti-me segura. Senti que alguém se preocupava com o que eu estava a sentir. Senti uma lágrima cair no meu ombro. Ele está a chorar? Olhei-o nos olhos e ele abanou a cabeça.

 "Desculpa por ter deixado isto acontecer-te." Edward sussurrou, envolvi-o outra vez num abraço ainda mais apertado, chorando também. 

 "A culpa não foi tua, eu juro, não tiveste culpa." 

DNA (Styles Twins)Onde histórias criam vida. Descubra agora