Capítulo 2 - Contato

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Ao sair da faculdade Andy vai direto para casa, seus pensamentos iam e voltavam no garoto de sua aula de antropologia. Ela sentiu uma ligação que não pode explicar.

Depois de enfrentar um longo caminho, chega em casa.

Sua mãe sai a porta para recebe-la.

- Oi meu amor. Como foi o primeiro dia? – Pergunta Lucy dando um abraço na filha.

- Foi tudo bem. Mas acho que estou meio confusa quanto ao curso que escolhi.

- Como assim filha? - Lucy imediatamente se assusta. Ela teme que a filha vire policial.

- Desculpe mãe, tenho que pensar. – Andy se despede da mãe e se tranca no quarto.

**

Anthony Strace passou boa parte da vida no escuro. Ele nunca soube o que aconteceu no passado de Fernando, até o momento.

Depois de sair da faculdade Anthony decide passar na biblioteca para fazer uma pesquisa, porém é surpreendido por dois homens que colocam um saco em sua cabeça, que o levam até um galpão abandonado fora da cidade.

Ele deve ter cochilado pois quando acordou se viu amarrado em uma cadeira numa saleta vazia.

Ele podia ver luzes pela fresta da porta a sua frente. Ainda era dia.

Após longos cinco minutos esperando. A porta se abre. E um homem passa por ela.

- Olá Thony. Como tem passado? Seu pai ainda se esconde?

- Quem é você? – É só o que ele consegue falar.

- Quem eu sou não lhe interessa. Apenas faça o que eu digo. Para seu próprio bem.

- Meu bem? Eu já estou preso. Estou vendo seu rosto, posso lhe denunciar por sequestro.

- Pode, mas não vai. Vamos garoto. Já estou de saco cheio. Você vai fazer o seguinte. Eu vou lhe deixar próximo a sua casa, e vai dizer a seu pai que ele nunca poderá sair e diga também que Marcus Dornelles mandou o aviso.

**

Após um longo dia de trabalho Rodrigo chega em casa. E encontra uma esposa preocupada.

- O que houve? Andy está bem?

- Sim. Ela está bem. Quem não está bem sou eu. Ela não quer mais fazer jornalismo Rod, vai querer seguir nossos passos. Estou com medo Rod. – Lucy explica a situação, mas acaba por desmoronar.

- Acalme-se Lucy. Não pode ser isso. Vou falar com ela.

**

Toc toc

- Entre. – Andy pede deitada em sua cama.

- Oi Filha. – Rodrigo entra dá um beijo na filha e se senta aos pés da cama.

- Oi Pai. Alguma novidade no trabalho?

- Não filha. É verdade o que sua mãe disse?

- Depende do que ela disse. – Responde Andy.

- Olha filha. Me diz a verdade, você que ser como nós?

Andy desvia o olhar. As cores em seu quarto parecem oscilar. Ela pensa em tudo que presenciou nos últimos anos.

Sua tia Susan bancando a babá. As várias ligações para o pai citando pistas de traficantes. As vezes em que ele saía de casa na madrugada para resolver uma investigação.

E ela viu, que amava o que os pais faziam. Amava o bem que eles praticavam.

- Sim pai. Eu quero. Eu quero salvar vidas. Sei que mamãe está apavorada com a ideia, mas eu consigo. Eu consigo. – Andy responde quase suplicando.

- Eu sei filha. Claro que consegue. Você é uma Murray, é seu dever conseguir. Mas para isso você terá que mudar todo seu conceito e vida. Eu lhe apoio, e irei lhe treinar. – Rodrigo profere, sua aparência apresenta um orgulho contido.

- Sim papai. Mas e a mamãe? Ela não irá aceitar. – Andy de repente se enfurece. Ela já tinha 18 anos. Podia muito bem cuidar de si mesma.

- Filha deixe que de sua mãe cuido eu, apenas não diga nada a ela ainda. Nem demostre sua vitória, você deverá continuar na faculdade de jornalismo.

- Não pai. Não quero esconder o que eu decidi. Mamãe terá que aceitar. Eu já sou adulta. Sei me cuidar.

Rodrigo se levanta, uma raiva já transparece em seu olhar.

- Você percebe? É disso que estou falando. Você deve me obedecer, confie em mim. Quando digo que é perigoso você deve acreditar. Você é adulta, mas não é madura o suficiente para fazer parte disso. – Rodrigo de repente se arrepende de cogitar aceitar o pedido da filha.

Andy olha com ódio para o pai. Tudo que ela mais odeia é ser dada como infantil.

- Quando você estiver madura o suficiente, voltaremos a falar sobre isso. – Rodrigo diz deixando a filha sozinha no quarto.

**

Quando Anthony foi dispensado pelos sequestradores, seguiu direto para casa.

Ele questionava se colocava o pai na parede ou não.

Seguindo pela rua, reparou o quão tarde estava. Todos seus vizinhos já estavam em suas casas prontos para dormir.

Na entrada da casa encontra um Fernando preocupado e com vestígios de raiva no rosto.

- Onde você estava? - Indaga Fernando ao ver o filho se aproximando a passos lentos.

Anthony abaixa sua cabeça e pede desculpas ao pai.

- Desculpe pai. Eu passei na biblioteca depois da aula e acabei me empolgando um pouco a mais. Meu celular acabou a bateria e não consegui ligar. - Anthony sabia que era uma péssima desculpa. Mas neste momento teria que servir.

- Que não aconteça outra vez Thony, esta cidade está repleta de perigos e não quero que você se machuque.

- Ok Pai. Já posso ir? - Pede Anthony.

- Sim. Pode.

Thony entra na casa, coloca relógio, celular e mochila na mesa. Sobe para o quarto.

Quando está no topo da escada seu celular toca. Fernando pega o celular para Anthony, mas algo na tela lhe chama atenção a bateria tem 70% de carga. Aconteceu algo com o filho, mas ele escondeu.

Fernando finge que não percebeu que o filho mentiu. Entrega o celular e se retira para seu quarto.


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Rejeitados - Mistérios ReveladosOnde histórias criam vida. Descubra agora