Capitulo 4 - Através dos teus olhos

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Aron olhava pela janela de sua cabana a tempestade que aumentava a cada minuto que passava, e uma inquietação lhe consumia. Já fazia algumas horas que não sentia ligação com Valentina, e isso o irritava profundamente. Ele não suportava ficar sem saber como ela estava, o que estava fazendo e com quem estava. Isso é frustrante para Aron. Mas ele acusava a bruxa, pois depois de ferir-se em uma luta procurou os cuidados dela, e a forma que ele encontrou para cura-lo mais rápido foi indo até a única bruxa de Loccwood. Ela fez uma das suas feitiçarias e o curou, mas só depois a Bruxa lhe disse que o seu laço com Valentina seria quebrado temporariamente. Ele ficou tão irado a ponto de cogitar a ideia de arrancar a jugular da pobre velha, o que o fez desistir dessa ideia foi a lembrança do o acordo feito com o Clã.

Olhou para fora novamente notando que a neve aumentava cada vez mais. Esfregou suas mãos uma na outra tentando aquece-las. Escutou a porta abrir e viu que era John tirando seu agasalho o pendurando no gancho.

- Essa tempestade não irá parar tão sedo. – Falou de mau humor.

- Ui, está de mau humor – zombou. Dando um olhar fatal para John. Aaron não estava com cabeça para as idiotices. Uma dor latejante o atingiu fazendo perder o equilíbrio.

- Nossa companheira está em perigo – Alertou sua fera interior.

- Estou saindo – Antes que John falasse alguma coisa ele saiu pela porta correndo.

O vento permanecia um pouco forte e ainda nevava mais não como antes. Estava quase escurecendo e a floresta estava sendo engolida pelo anoitecer. Correu o mais rápido possível para vilarejo. Estava vazio ninguém presente do lado de fora. Para a sua agonia ainda não podia sentir o cheiro de sua amada. Chegou em frente à casa de Valentina e olhou para a janela de seu quarto, como já era de costume fazer todas as noites. Mas não a viu e não a sentiu.

- Espero que esteja bem pequena.

- Olá, boa noite, você é amigo de Chapeuzinho? – Perguntou uma mulher que Aron logo reconheceu como mãe de Valentina. No começo não entendia de quem ela falava, mas deduziu se tratar de sua companheira. Ela parecia muito preocupada e com sua feição chorosa. E ao perceber isso, o incomodou ainda mais.

- Ham, sou sim. – Mentiu.

- Oh, meu Deus, entre por favor, para podermos conversar, o vento está muito forte. – Ele assentiu e ela deu passagem para que ele entrasse. – Bem, você a viu hoje? – Perguntou oferecendo uma xícara de chá quente que logo Aron recusou.

- Não, eu vim aqui para poder falar com ela, ela não está? – Perguntou Aron temendo a resposta.

- Oh Querido, eu esperava que soubesse, Ela não voltou até agora para casa. – Disse com um certo desespero. – Ela saiu hoje bem cedo, foi visitar a avó que não via a bastante tempo, mas até agora não voltou. – Contou. O sentimento estranho começou a tomar conta de Aron.

Seu coração começou a doer só com imaginação de que sua pequena poderia está em perigo.

- A onde a avó dela mora? – Questionou tentando manter a sua sanidade, o que para ele parecia distante.

- É na velha casa da floresta. – Disse ela. A velha casa da floresta, Aron identificou o lugar tão conhecido por ele. Então a avó de Valentina era Margô Pensou ele.

- Fique aqui, caso ela volte. – Falou levantando.

- Mas a onde você vai? – Perguntou a mãe de Valentina.

- Vou encontrá-la. – Disse saindo.

Caminhou em direção a floresta, seus pês afundavam na neve que logo era apagada. Aron sabia que como humano não iria chegar rápido ao encontro de sua amada, então assim que tomou uma distância segura da Vila, se transformou em um enorme lobo cinzento. Em quatro patas ele corria o mais rápido possível, em uma luta interna para se manter transformado na sua forma animal já enfraquecida pelo feitiço. Chegando no lugar que queria avistou a casa da velha Margô.

Chapeuzinho Vermelho - A verdadeira históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora