Capítulo 3 - Que nariz grande você tem

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ANSEIO POR SEU AROMA

Acordei com barulho em meu quarto, cocei os olhos e olhei em volta estava tudo escuro, eu não enxergava nada. Escutei passos pesados a minha volta. forcei minha visão, para enxergar melhor, constatando de que não se tratava de mamãe assim, como imaginara.

Assustei-me vendo grandes olhos vermelhos em minha frente, me encolhi na cama me encostando na cabeceira e vi ele se aproximando mais perto da cama e pude ver suas grandes patas pretas na minha cama sujando a de neve, deu um impulso subindo na minha cama, fazendo meu coração quase pular do peito.

O lobo ocupava todo espaço da minha cama me deixando sem saída, ele ficou bem próximo de mim e sentir sua respiração pesada bater em meu rosto fazendo alguns fios de cabelo meu voar para trás. Eu já temia pelo pior. O lobo se afastou de mim indo para o chão. Em um piscar de olhos o lobo pulou em cima de mim com a enorme boca aberta, a única coisa que fiz foi gritar.

Acordei assustada olhando em volta, a luz do quarto estava ligada me fazendo soltar um suspiro de alívio. Minha respiração estava acelerada, que pesadelo horrível que tive. Desliguei a luz e voltei a dormir, ou pelo menos tentar.

- Acorda Chapeuzinho. – Minha mãe me balança, e resmungo em resposta.

Não estava a fim de levantar agora, eu não descansei depois ter o pesadelo.

- Acorda querida – Disse mais uma vez.

- Já levanto – Falei me virando para o outro lado.

- Vamos querida, o dia hoje vai ser longo – Disse saindo.

Bufei me levantando da cama, senti minha cabeça rodar por eu ter levantado tão rápido. Lavei meu rosto e me vesti logo descendo para o café da manhã.

- Mamãe não se preocupe, já estou grandinha. – Falei pela quinta vez. Ela não queria deixar-me entregar a torta para vovó. Mamãe estava cheia de afazeres e não daria para levar.

- Não Valentina eu mesma irei entregar – Disse pegando a cesta da minha mão.

- Mamãe, senhora tem coisas para fazer, vai atrapalhá-la – Peguei de volta a cesta. – Volto logo prometo e a senhora disse que eu poderia ver a vovó. – Abrir a porta saindo antes que ela reclamasse mais.

Coloquei o capuz em minha cabeça e fui em direção a floresta, onde eu passei o maior medo de todos. A casa da vovó ficava mais ou menos no meio da floresta, não era muito longe do vilarejo. E eu me pergunto porque diabos ela mora sozinha no meio da floresta.

Eu vi a casa de longe, era grande e de madeira. Me aproximei subindo alguns degraus que rangia deixando tudo com um ar de suspense, suspirei batendo na porta. Vi a velha senhora que já era quase tão desconhecida para mim, pela pequena fresta que ela abrira, sorri amigável.

- Olá Vovó, sou eu Chapeuzinho. – Ela franziu a testa. Vi sua expressão mudar e ela abrir a porta me fazendo vê-la melhor. – Desculpe não a reconheci querida. – Sorriu fraco. – Entre querida. – Abriu um espaço para que eu entrasse.

Entrei e logo os meus olhos percorreram por todo o cómodo, era organizada e bem aconchegante e quentinho. Era um ambiente confortável para se viver na floresta. Com duas xícaras em mãos, me entregou uma e vi que era chá aquecido, tomei um pouco.

- Como Tina está? – Tomou um pouco de chá. – Não a vejo algum tempo –

- Está ótima – Sorri fraco. – A senhora não vai muito nos visitar. – Disse ressentida.

- Desculpe queria eu sei que falho com vocês duas, mas não posso voltar lá. – Sorriu fraco. Gostaria de perguntar por que, mas preferir ficar quieta pois não quis estragar esse pequeno momento.

- Por que fica aqui sozinha? – Perguntei e olhei para a parede atrás dela, onde tinha marcas de arranhões enorme, aquilo definitivamente não era humano. – A senhora não teme ser atacada pelos sombrios? – Perguntei. Ela sorriu e olhou nos meus olhos. – Eles jamais me atacariam filha, você nunca deve teme-los. – Eu fiquei sem entender. Mas mamãe sempre me disse que vovó dizia para tomar cuidado com os sombrios.

- É uma bela casa. - Olhei em volta. – Gosto daqui é confortável – Disse olhando junto.

- Gosta de viver longe do vilarejo? – Pergunto. Eu sou muito curiosa, eu queria saber o porquê de morar no meio da floresta. – Sim, ficar lá depois de matarem o seu avô ficou insuportável. – Sorriu triste. Eu não a entendia por defender os sombrios, quando foram eles que mataram o vovô.

- Vovó, por que defende eles quando foram eles que o mataram? – Disse confusa. – Oh minha querida o que sua mãe lhe fala não é verdade, nunca foram os lobos. – Disse por fim. – Não vamos nos entristecer com essa história do passado certo! – Vem, vamos comer essa torta que deve estar uma delícia, de certo que sua mãe é muito boa consignando.

- Está certo vovó. – Disse acompanhando. Sei que vovó apenas quis mudar de assunto, mas algo ainda rondava a minha mente; se o vovô não foi morto pelos lobos, então por quem? E por qual motivo defendia tanto os sombrios.

A casa de vovó era bem peculiar; por onde andava havia plantas e estatuas pagã. Eu sabia que vovó não era cristã, mas também não sabia que era pagã. Ela acreditava nas foças da natureza, e que Deus não era nada mais e nada menos que a própria natureza.

Passei uma tarde bem agradável com a vovó é muito bom vê-la depois de tanto tempo sentia falta dela. Já estava quase anoitecendo então me despedi.

O vento estava mais forte, tentava esconder meu rosto da ventania, mais não estava adiantando. Os flocos de neve e o vento que vinha no meu rosto fazia minha pele arder, me enrolei na capa tentando me proteger do frio, o que foi em vão. A neve aumentou junto com o vento fazendo com que não enxergasse nada que havia em minha frente. Tropecei em meus próprios pés me fazendo cair no chão sendo enrolada na capa. Não me movi, a neve estava forte demais, não ousaria voltar a andar, fiquei no chão tremendo de frio, tendo a única certeza de que ninguém poderia me salvar.

Será que este era o meu fim?

Será que este era o meu fim?

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Chapeuzinho Vermelho - A verdadeira históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora