Capítulo 4

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Alice voltou pra casa por volta das sete horas, ao se aproximar da entrada do corredor, sentiu uma forte tontura, tão forte que teve que se apoiar na parede. Lembrou-se dos sonhos estranhos que tivera ultimamente, e sentiu uma dor alucinante na cabeça.
-Lice? Tá tudo bem? -Laura perguntou.
-Sim mãe, eu só senti um pouco de tontura, mas já estou melhor... Se não se importa, eu vou pra cama... Estou morrendo de dor de cabeça.
-Mas... É seu aniversário, e daqui a pouco é ano novo. Convidei a Fabiana e todo mundo pra jantar aqui em casa... Não vai ficar? Michael virá também!
-Estou meio indisposta mãe, mas vou tomar um banho e tomar um comprimido pra ver se melhora. Já desço pra te ajudar, ok?
-Ok.
Como havia dito, Alice tomou um comprimido de analgésico e um banho, mas a dor de cabeça não diminuía. Ela estava se vestindo quando a tontura voltou, mais forte que nunca, e sentiu que sua cabeça ia explodir.

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Lá estava ela novamente, descendo as escadas do alçapão.
-Não é real, é apenas um sonho.
Ela continuou descendo as escadas, e logo chegou novamente naquela sala, repetindo todos os atos que fizera da última vez.
-Alice.
Ela ouviu uma voz chamando pelo nome e olhou em volta à procura de quem a chamara. Não encontrou ninguém e então abriu o livro.

"Se você está lendo isso, é uma de nós.
Diante de suas mãos, está um livro que não poderá ser lido por ninguém, a menos que tenha o nosso sangue correndo por suas veias."

-Alice!

"O seu destino está escrito desde que o mundo ouviu seu primeiro choro, e esse destino, ninguém poderá mudar.
Porém, seu destino poderá ser outro, se assim escolher. Basta..."

-Alice!
Ela abriu os olhos e se deparou com o rosto de sua mãe e de Michael ao seu redor.
-Até que enfim, Alice! -Laura falou, abraçando a filha.
-Até que enfim o que mãe? Não aconteceu nada de mais. Eu apenas peguei no sono...
-Você simplesmente parou de respirar, Alice. -Michael falou.
-O que? Vocês estão ficando loucos?
-Não, não estamos. Te chamei por muito tempo, e você não respondeu. Então resolvi vir ver se tava tudo bem, e te encontrei no chão...
-Ouvi sua mãe me chamando e vim ver o que era, quando cheguei, você simplesmente tava imóvel no chão, sem ao menos respirar. -Michael completou.
-Vocês são mesmo exagerados... agora me dêem licença, que eu tenho que me trocar.
Ambos saíram do quarto, deixando Alice sozinha.
"Esse sonho foi mais bizarro que o outro. Caramba, se eu continuar assim, vou enlouquecer!", ela pensou.
Não parou de pensar no sonho um minuto sequer. "O que esse sonho significa?", ela pensou. "Nada né Alice, é apenas um sonho. Sonhos não fazem sentido."
Meia hora depois, Alice já estava pronta, e então foi ajudar sua mãe na cozinha.
-Caramba Alice, você tá linda! -Michael falou, assim que a viu. Laura virou-se para olhar a filha também.
-Você está certo Michael, ela está realmente linda!
-Obrigado, agora parem de me olhar! -ela disse, envergonhada. -Precisa de ajuda, mãe?
-Pra falar a verdade, preciso sim! Tenho que tomar banho e me arrumar ainda, e nem terminei de fazer a comida.
E então Alice ajudou a sua mãe a preparar o jantar. Um tempo depois, ela insistiu que Laura fosse se arrumar, pois ela terminaria tudo.
-Ok, ok. Mas se precisar de ajuda me chame, ok?
-Ok, mãe.
-Não esquece de dourar a cebola...
-Eu sei, mãe. Agora pode ir!
Assim que Laura entrou no banho, Michael foi até Alice e perguntou:
-Quer ajuda?
-Não precisa, mas obrigado por oferecer. O que eu quero é um beijo!
Michael foi pego de surpresa. Ainda não se acostumara com a ideia de beijar Alice, sua melhor amiga. Mas mesmo assim, ele a beijou.
-Você também tá muito bonito, Mike!
-Aposto que falou isso só por educação.
-Lógico que não! Já te falei que te acho muito bonito, certo?
-Errado.
-Pois então, eu falo agora. Você é muito bonito, Mike!
Ele retribuiu o elogio com um sorriso tímido, e outro beijo.
-Ah há! Eu sabia. -Laura apareceu repentinamente.
-Ah... mãe. Você entendeu errado.
-Lógico que entendi. São apenas amigos, certo?!
-Mãe...
-Ok, há quanto tempo?
-Algumas horas...
-Eu sabia que tinha algo a mais nessa de "Passar o dia com Michael".
-Você está com a razão, mãe. Agora que tal a gente mudar de assunto?
-Eu te falo Michael, se alguma coisa acontecer à Alice...
-Mãe! O Michael não é meu responsável. Eu já sou bem grandinha, não acha?
-Na verdade, você é bem baixinha! -Michael interrompeu.
-Fica quieto aí, Mike!
-Pois bem, felicidades ao mais "novo" casal!
-O que você quis dizer com "novo, em?
-Nada. Como vai a comida aí?

-Já tá pronta. Falta muito para os seus pais chegaram, Mike?
-Eles vão chegar dez horas, pelo que conheço Iara e minha mãe.
-Então vem aqui comigo, quero conversar com você!
-Poxa, e eu não posso ouvir a conversa?
-Não! -Alice disse e puxou Michael para o quarto. -Senta aqui comigo!
Michael sentou na cama, e então Alice o puxou pra mais perto e o beijou. Um beijo mais acelerado que os outros.
-É estranho, não é? -Ela perguntou.
-Sim, muito. Eu cresci vendo você como amiga, e agora isso...
-Mas tipo... de um tempo pra cá, eu comecei a perceber que eu gosto de você e do seu corpo, mais do que pra sermos amigos.
-Sei, passei pelo mesmo. A última vez que dormiu em casa, foi inevitável reparar o quanto é bonita... e sexy.
-Você ficou me desejando enquanto eu dormia??? -Alice perguntou.
-Me desculpe, mas...
-Não precisa se desculpar, e nem precisa mais só desejar... agora você pode ter. -ela disse, e o beijou. Um beijo longo e acelerado. Ele segurou a blusa dela pela bainha, e parou.
-Eu posso? -perguntou, receoso.
-Lógico que sim.
E ele puxou a blusa dela por cima, a deixando apenas de shorts e sutiã.
-Uou, você é realmente muito linda, ainda mais assim.
-Vá em frente. -ela falou, sorrindo.
-O que?
-Você é muito bobo! -ela falou e colocou as mãos dele em seus seios fartos. Ele sorriu e a beijou, a empurrou na cama e beijou todo o seu pescoço, até a boca, e depois da boca até os seus seios.
-Seus peitos são muito maiores do que parecem ser! Você deveria usar mais blusas decotadas.
-E você deveria tirar a camiseta, eu adoro seu corpo. -ela falou.
Michael tirou a camiseta e ela foi beijado o abdômen definido que ela tanto desejara nos últimos meses. Passou a mão no abdômen dele e foi descendo. Michael abriu o fecho do sutiã e o jogou no canto do quarto. Beijou a boca delicada de Alice com voracidade, enquanto apertava seus seios.
-Você não tem ideia de como desejei isso. -Michael sussurrou em seu ouvido.
-Se foi tanto quanto eu, tenho ideia sim.

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-Eu tinha certeza que rolava alguma coisa entre vocês! -Iara falou, assim que Alice e Michael saíram do quarto. Pelo visto o fato deles saírem do quarto como se nada tivesse acontecido, não adiantara muito.
-Iara! -Fabiana a censurou. -Felicidades pra vocês!
Márcio era o único que já sabia, pelo menos da parte de Michael. Ele sorriu aos dois.
-Mãe! -Alice falou.
-Eles tinham que saber! É a melhor notícia dos últimos tempos.
-Ninguém merece vocês. -Alice falou.
Ambos se sentaram na mesa, e se serviram. A meia noite, todos foram pra fora da casa para ver os fogos. Mais um ano se passara. Alice completara 18 anos, uma idade reconhecidas por todos, principalmente pela sua família distante.

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