Ao que tudo indicava, a vidente Sibila deveria ser uma surpresa para os convidados da festa. Mas tenha uma certeza: ninguém ficou mais surpreso do que eu. Que dizer, como é que não previ que isso ia acontecer? Será que estava tão imersa em meu próprio mundo
que me esqueci por completo do de Sabine?
Eu não poderia, tipo assim, mandar a mulher embora, apesar de ter ficado tentada.
Ainda me recuperava do susto de vê-la falando com Riley quando minha tia surgiu à porta e a convidou para entrar.
- Ainda bem que você chegou. Pelo visto, já conheceu minha sobrinha — diz Sabine, conduzindo a mulher para dentro, onde uma mesa já estava à espera dela.
Sigo na cola delas, receando que Sibila, a vidente, faça algum comentário sobre minha irmãzinha morta. Mas então Sabine pede que eu busque uma bebida para a
recém-chegada, que, quando volto, já está no meio de uma consulta.- Melhor você entrar na fila antes que apareça mais gente — diz minha tia, ombro a ombro com um Frankenstein, o qual, com ou sem a mascara pavorosa, não é o bonitão que trabalha no prédio dela. Também não é o poderoso banqueiro que diz ser. Na verdade, ainda mora com a mãe.
Mas não pretendo contar nada disso a Sabine, não quero estragar a noite dela. Portanto, simplesmente balanço a cabeça e digo:
- Mais tarde, quem sabe?É ótimo ver minha tia se divertindo um pouco só para variar; bom saber que ela tem
um vasto círculo de amigos e, pelo visto, está de volta ao circuito das paqueras. E embora seja hilário ver minha irmã dançando com pessoas que nem sequer desconfiam da presença dela, ou bisbilhotando conversas que eu não deveria ouvir, preciso dar um tempo nesta confusão toda: os pensamentos que vêm de toda parte, as auras vibrantes, a energia que circula a meu redor. Mas, sobretudo... preciso me afastar de Draco.
Até agora tenho feito o possível para ficar longe dele, para fazer cara de paisagem sempre que nos encontramos na escola, mas ao vê-lo aqui hoje, nitidamente vestido com asegunda metade de uma fantasia de casal... bem, nem sei ao certo o que pensar. Quer
dizer, da última vez que o vi, ele estava dando mole para uma ruiva, para Astória, para todo mundo que não fosse eu. Encantando a mulherada com seu charme, sua boa aparência,
seu carisma, seus inexplicáveis truques de mágica.Mergulho o nariz nas flores que ele me trouxe, vinte e quatro tulipas, todas vermelhas.
As tulipas não são lá as flores mais perfumadas do mundo, mas estas, de algum modo, têm um cheirinho doce e envolvente que por pouco não me deixa tonta. Respiro fundo entre as pétalas, perdendo-me na fragrância do buquê e secretamente admitindo que gosto do garoto. Quer dizer, gosto muito dele. Não consigo evitar. Gosto e pronto. Por mais que eu tente fingir o contrário, o sentimento continua lá, do mesmo tamanho.
Antes de Draco surgir, eu já havia me resignado a um destino solitário. Não que adorasse a ideia de nunca mais ficar com outra pessoa, de nunca mais ter outro namorado. Mas como posso namorar alguém que vai provocar tantas reações em mim com um toque? Como posso me relacionar com um cara sabendo sempre o que ele está pensando? Sem nunca ter a chance de pirar com uma suspeita qualquer, de tentar dissecar o significado secreto de tudo o que ele diz ou faz?
Pode parecer bacana ser capaz de ler pensamentos e auras, mas não é. Não émesmo. Eu daria tudo para ter de volta minha vida de antes, ser tão normal e sem noção quanto qualquer outra garota. Porque, às vezes, até nossos melhores amigos podem ter pensamentos nada agradáveis a nosso respeito e, na ausência de um botão de off, é preciso uma inesgotável capacidade de perdoar.
Pois é isso que tanto me encanta em Draco. Ele é uma espécie de botão única
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Para Sempre, Saga Os Imortais, Dramione [Em Pausa]
FanficUma vida perfeita: essa era a realidade de Hermione Granger. Ela era uma garota popular, acabara de se tornar líder de torcida do principal time da escola e morava numa casa maravilhosa, com o pai, a mãe, uma irmãzinha e a cadela Buttercup. Nada no...