CAPÍTULO 1

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—Você só pode estar ficando louco!

— Cala a boca, Duda! Saia já do carro!

Eduarda saiu do carro de seu namorado e ficou tremendo de medo ao se deparar com aquele local tenebroso. Em seguida, ele pegou na mão dela e disse:

— Você vai ver que aqui não tem nada demais. Agora vamos!

Assim, os dois entraram na cidade abandonada.

***

Já fazia dois anos que ninguém mais voltava nessa cidade. Algumas pessoas morreram brutalmente e as outras foram embora deixando os seus pertences. O motivo? Um apocalipse zumbi. As autoridades não quiseram mais falar sobre o assunto e estimaram que alguém ou alguma coisa passou o vírus que fazia com que o corpo de um ser humano apodrecesse e se tornasse um zumbi. Com que finalidade? Não se sabia ao certo. Mas coisa boa, com certeza, não era.

O que um casal estaria fazendo nessa cidade? É o que vamos descobrir agora.

***

Duda estava querendo se soltar da mão do Roger para voltar até o carro. O garoto, então, deu um tapa na cara dela, fazendo a cair em uma poça de lama. A garota levantou-se, mas antes que pudesse fugir, ele a agarrou pela cintura.

Duda começou a chorar. Roger olhou para ela e gritou:

— Duda, cala essa boca!

— Por que está fazendo isso comigo?

— Relaxa! Cala a boca e relaxa. Olhe... Não tem ninguém aqui

— Por que viemos para cá?

— Eu só queria constatar o quanto à mídia é mentirosa. Eu li em um jornal que isso aqui ainda estava infestado de zumbis. Então, cadê eles?

— Eu não quero saber. Me solta!

Roger a soltou. Nesse exato momento, ela começou a andar em direção ao carro.

— Duda, espera... Desculpa pelo o tapa! Você sabe que eu não sou assim.... Só queria te trazer em um lugar maneiro.

— Lugar maneiro? Onde você está com a cabeça, Roger? Lugar maneiro para você é um lugar que tenha zumbis?

— Você sabe muito bem que eu adoro essas coisas sinistras. Mas como você vê... Não tem nenhum zumbi por aqui.

Ele aproximou-se dela e falou em seu ouvido:

— Fica um pouco comigo, gatinha...Vamos dar uma olhada aqui e depois vamos embora.

— Você jura?

— Juro. Acredita em mim, meu amor.

Roger a beijou com todo carinho. Eles já namoravam há um ano. As brigas eram constantes, porque o garoto era bastante ciumento, mas sempre voltavam. Eduarda era uma garota de dezesseis anos muito bonita que tinha cabelos castanhos claros longos, olhos verdes e pele muito clara. Já o seu namorado tinha dezoito anos, olhos negros, cabelos castanhos escuros e um corpo bem malhado.

A seguir, os dois caminharam de mãos dadas até as casas abandonadas. E era mesmo como os jornais tinham descrito. Tinha muito capim e lama perto das casas e vários pertences dos antigos moradores espalhados pelo chão, sem falar da presença de urubus no céu, que estava coberto por uma cor cinza assustadora. Parecia que ia chover, mas nenhuma gota caía.

Enquanto caminhavam, Roger interessou-se por uma das casas.

— Olha, vamos ficar nessa casa aqui... Ela parece ser bem espaçosa.

Ela é uma zumbi (conto lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora