CAPÍTULO 3

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Na manhã do dia seguinte, Eduarda acabou acordando com um som bem alto. A porta estava escorada e ela aproveitou para espiar o que estava acontecendo na sala da casa. Quando chegou até a sala, viu a zumbi dançando toda desengonçada e imitando uma guitarra com as mãos. Eduarda sorriu e entrou na dança com ela, pois a música era a sua favorita também. Isso significava que as duas já tinham um interesse em comum.

A música acabou, e a zumbi desligou o som. Eduarda sentou-se no sofá e declarou:

— Olha...Essa música é a minha favorita!

A zumbi apenas a olhou e ficou séria.

— O que houve, dona zumbi? Eu falei alguma coisa que não devia?

Nesse momento, a zumbi lembrou-se de quando era uma humana. Ela gostava de sair com os amigos e curtir uma balada. E ao dançar junto com a Eduarda à fez lembrar de tudo isso. Ao vê-la indiferente a qualquer coisa, Eduarda chegou perto dela.

— Dona zumbi, quer dizer... Eu sempre esqueço o seu nome... Alice, eu não sei o que está havendo, mas eu preciso sair daqui.

— Agora...não é....possível.

— Quando?

— Em...alguns...dias...

— Acho bom mesmo.

A zumbi continuava em pé e parada.

—Você está sentindo alguma coisa, Alice?

A zumbi a olhou, cerrou os dentes e declarou:

— Cala essa boca!

— Tá bom! Vou para o meu quarto. Você deve estar de TPM hoje, só pode.

Eduarda ficou andando de um lado para outro em seu quarto. Ela precisava sair daquele lugar. A sua família já devia estar procurando por ela. De repente, ela lembrou-se do carro do Roger. O seu celular tinha ficado em cima de um dos bancos. Ela precisava ir até ele e pegá-lo. Então, teve uma ideia. Ela voltou para a sala, e a zumbi estava sentada na poltrona.

Eduarda aproximou-se e começou a fazer uma massagem nos ombros da zumbi. A zumbi começou a ficar assustada, mas Eduarda a deixou tranquila.

— Calma! Relaxe...

Dois minutos depois, a zumbi puxou Eduarda, levantou-se da poltrona e ficou de frente para ela.

— O...que...você...quer? — perguntou a zumbi.

— Calma, dona zumbi, quer dizer... Alice, tenha muita calma nessa hora.

Eduarda aproximou-se do rosto dela e olhou em seus olhos.

— Eu estou com sede... Pode me arrumar um copo de água? — questionou Eduarda.

A zumbi ficou deslumbrada com o olhar de Eduarda, mas se pronunciou:

— Água? Eu...busco...sim.

— Oba! É assim que eu gosto, Alice. — disse Eduarda, sorrindo.

A zumbi saiu da casa e pediu para a Eduarda esperar um pouco.

— Me...espere! Não...saia...daqui.

— Pode deixar, dona zumbi. Eu não vou a lugar nenhum sem você.

Ela é uma zumbi (conto lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora