CAPÍTULO 2

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Quando chegaram até a casa, a zumbi trancou a porta e acendeu uma lareira. Eduarda ficou a observando e sentou-se no sofá, que ainda estava intacto, mas cheio de poeira. Em seguida, a zumbi olhou para a garota, deixando-a sem graça e com dúvidas.

— Não vai me comer, dona zumbi? — perguntou Eduarda.

A zumbi sentou-se no outro sofá e revirou os olhos. Eduarda achou engraçado, mesmo assim, perguntou:

— Posso ir embora agora?

A zumbi continuou calada. Então, Eduarda levantou-se do sofá, mas foi repreendida pela criatura.

— Volta!

A zumbi apontou o dedo para fora e bateu os dentes para que Eduarda entendesse que não era seguro sair naquele momento.

— Ok. Mas, pelo menos, tem algo para comer aqui? Eu não jantei hoje, dona zumbi.

A zumbi levantou-se e foi até a geladeira e entregou uma garrafinha de cerveja quente a ela. Eduarda deu um sorriso e perguntou:

— Você só tem isso? Não vai dar. Vai ter que procurar comida para mim.

— Bebe! — disse a zumbi com raiva.

— Tá bom. Mas amanhã quero que me traga um café da manhã bem caprichado.

A zumbi ficou apenas a observando tomar a cerveja. Eduarda continuou sem jeito ao perceber que a zumbi estava a encarando do outro sofá.

— O que foi? — perguntou Eduarda, encarando-a.

A zumbi revirou os olhos e os fechou, encostando a sua cabeça no sofá. Eduarda tomou o último gole da cerveja e disse a ela:

— Não quer conversar? Ok.

Eduarda deixou a garrafinha no sofá e foi observar o restante da casa. Tinha poucos móveis. Quando chegou ao quarto, a zumbi a empurrou para lá e trancou a porta.

— Ei, dona zumbi! Isso é jeito de tratar uma dama? Não pense que eu vou ficar aqui por muito tempo.

A zumbi sentou-se no sofá e ficou olhando a lareira. Enquanto isso, Eduarda deitou-se na cama de solteiro que havia no quarto e ficou chorando em silêncio. Queria ir embora de vez daquele lugar. Mas como faria isso?

O dia amanheceu, e a zumbi abriu a porta do quarto com uma bandeja de frutas nas mãos. Eduarda ainda estava dormindo. Então a zumbi apenas a olhou e deixou a bandeja, trancando novamente a porta. Alguns minutos depois, Eduarda acordou, olhando para os lados e se perguntou:

— Caramba! Por que isso não é um pesadelo?

Ela viu a bandeja e atacou as frutas com muita voracidade.

— Valeu, dona zumbi. — gritou Eduarda.

Após comer, Eduarda percebeu que a janela não estava trancada. Ela a abriu sem fazer barulho e, com cuidado, pulou para fora.

— Preciso te deixar, dona zumbi. E vai ser agora!

Ela começou a andar perto das casas e viu um corpo de costas, pelas as roupas, parecia ser o Roger. Eduarda aproximou-se dele. Quando o virou, ela gritou ao ver o rosto dele todo desfigurado. Roger abriu a enorme boca com dentes sujos de sangue, e a Eduarda caiu no chão tremendo de medo.

— Não me machuque, meu amor. Sou eu, a Eduarda! Lembra?

Ele não ouvia nada, apenas continuou a aproximar-se dela com uma vontade enorme de comer a sua carne. Mas antes que ele pudesse morder o pescoço dela, algo o atingiu com uma pá. Roger caiu no chão e os pedaços de sua cabeça e o seu cérebro se espalharam pela grama.

Ela é uma zumbi (conto lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora