Quando chegaram até a casa, a zumbi trancou a porta e acendeu uma lareira. Eduarda ficou a observando e sentou-se no sofá, que ainda estava intacto, mas cheio de poeira. Em seguida, a zumbi olhou para a garota, deixando-a sem graça e com dúvidas.
— Não vai me comer, dona zumbi? — perguntou Eduarda.
A zumbi sentou-se no outro sofá e revirou os olhos. Eduarda achou engraçado, mesmo assim, perguntou:
— Posso ir embora agora?
A zumbi continuou calada. Então, Eduarda levantou-se do sofá, mas foi repreendida pela criatura.
— Volta!
A zumbi apontou o dedo para fora e bateu os dentes para que Eduarda entendesse que não era seguro sair naquele momento.
— Ok. Mas, pelo menos, tem algo para comer aqui? Eu não jantei hoje, dona zumbi.
A zumbi levantou-se e foi até a geladeira e entregou uma garrafinha de cerveja quente a ela. Eduarda deu um sorriso e perguntou:
— Você só tem isso? Não vai dar. Vai ter que procurar comida para mim.
— Bebe! — disse a zumbi com raiva.
— Tá bom. Mas amanhã quero que me traga um café da manhã bem caprichado.
A zumbi ficou apenas a observando tomar a cerveja. Eduarda continuou sem jeito ao perceber que a zumbi estava a encarando do outro sofá.
— O que foi? — perguntou Eduarda, encarando-a.
A zumbi revirou os olhos e os fechou, encostando a sua cabeça no sofá. Eduarda tomou o último gole da cerveja e disse a ela:
— Não quer conversar? Ok.
Eduarda deixou a garrafinha no sofá e foi observar o restante da casa. Tinha poucos móveis. Quando chegou ao quarto, a zumbi a empurrou para lá e trancou a porta.
— Ei, dona zumbi! Isso é jeito de tratar uma dama? Não pense que eu vou ficar aqui por muito tempo.
A zumbi sentou-se no sofá e ficou olhando a lareira. Enquanto isso, Eduarda deitou-se na cama de solteiro que havia no quarto e ficou chorando em silêncio. Queria ir embora de vez daquele lugar. Mas como faria isso?
O dia amanheceu, e a zumbi abriu a porta do quarto com uma bandeja de frutas nas mãos. Eduarda ainda estava dormindo. Então a zumbi apenas a olhou e deixou a bandeja, trancando novamente a porta. Alguns minutos depois, Eduarda acordou, olhando para os lados e se perguntou:
— Caramba! Por que isso não é um pesadelo?
Ela viu a bandeja e atacou as frutas com muita voracidade.
— Valeu, dona zumbi. — gritou Eduarda.
Após comer, Eduarda percebeu que a janela não estava trancada. Ela a abriu sem fazer barulho e, com cuidado, pulou para fora.
— Preciso te deixar, dona zumbi. E vai ser agora!
Ela começou a andar perto das casas e viu um corpo de costas, pelas as roupas, parecia ser o Roger. Eduarda aproximou-se dele. Quando o virou, ela gritou ao ver o rosto dele todo desfigurado. Roger abriu a enorme boca com dentes sujos de sangue, e a Eduarda caiu no chão tremendo de medo.
— Não me machuque, meu amor. Sou eu, a Eduarda! Lembra?
Ele não ouvia nada, apenas continuou a aproximar-se dela com uma vontade enorme de comer a sua carne. Mas antes que ele pudesse morder o pescoço dela, algo o atingiu com uma pá. Roger caiu no chão e os pedaços de sua cabeça e o seu cérebro se espalharam pela grama.
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Ela é uma zumbi (conto lésbico)
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