Flashback On
Era sexta-feira. Sexta-feira de manhã pra ser mais exata. Eu e mamãe estávamos chegando em casa. Havíamos ido ao mercado. Entramos na nossa casa que estava silenciosamente calma. O barulho do telefone tocando e o barulho do caminhar de minha mãe eram os únicos sons que se escutava. Aquele telefonema veio carregado de desgraça. Papai. Adeus, papai.
Flashback Off
Chorei por dias, dias não, semanas! Confesso que ainda choro até hoje e ainda fico esperando ele entrar pela porta da sala as sete da noite com aquela pasta cheia de documentos. Toda noite era a mesma coisa.
Flashback On
- Como foi o dia, querido?
- Cansativo, como sempre, querida. É por isso que eu tô com tanta fome. O que temos para o jantar de hoje?
- Fiz panquecas de frango. As suas favoritas!
- Você sabe como me agradar mesmo, hein?!
E aí iam-se mais horas e horas de "melosidades" de um casal. Eles se tratavam tão bem. Não tenho nenhuma lembrança, nem uma única, de terem brigado na minha frente. Papai era sempre muito carinhoso e atencioso. Estamos sozinhas agora.
Flashback Off
***
Enquanto lembrei disso eu saia da escola. Pelo menos uma vez, depois de tantos anos, eu estava feliz! Carregava os documentos que me libertariam de lá. Não que eu odiasse a escola, conhecia muitas pessoas, adorava os professores, chamava a atenção de forma não intencional, mas cara, faltava ele. Sentia-me deixada de lado. As únicas coisas que me animavam era dançar, cantar e até fazer ensaios fotográficos. E por incrível que pareça eu era realmente boa no que fazia. E bom, apesar de ser nova, a minha vida "profissional" era bem agitada, gosto disso, e mesmo se não gostasse eu não poderia simplesmente abrir mão dos meus ensaios. Preciso ajudar minha mãe. Desde a morte do meu pai as coisas nunca foram mares de rosas. A parte financeira então... Sem comentários.
***
Saio do estúdio sorrindo tanto que parecia um palhaço. Acabou. Foi o último ensaio antes de tudo mudar. De voltar às origens. Corro para o carro carregando a enorme sacola de roupas que ganhei. Sempre ganho das marcas os produtos dos quais faço propaganda, e falando sério, são muitos.
Estava conversando animadamente com mamãe, ela é tão bonita e boa que muitas vezes chego a cogitar o fato de ela não ser minha mãe. Estou falando sério. Meu humor é completamente complicado. Distraio-me por um momento com a música que tocava no rádio. Here's to never growing up - Avril Lavigne. Oh cara, como eu amo essa música. É impossível escutá-la sem lembrar de tudo.
"Call up all of our friends
Go hard this weekend
For no damn reason
I don't think we'll ever change
Meet you at the spot
Half past ten o'clock
We don't ever stop
And we're never gonna change
Say
Won't you say forever stay
If you stay forever, hey
We can stay forever young".
"Chame todos os nossos amigos
Vamos com tudo nesse fim de semana, sem nenhuma razão
Eu não acho que vamos mudar
Te encontrar no ponto, às 10:30
Nunca paramos e nunca vamos mudar
Diga, você não vai ficar para sempre? Fique.
Se você ficar para sempre, hey
Podemos ficar jovens para sempre."
***
Jack está possesso de curiosidade. Pego meu celular. Decido mandar outra mensagem. Qual é leitor? Não pense que sou chata, mas adoro irritar Jack.
"Calma amigo, apenas espere. Ou melhor, quando você menos esperar irá perceber que as coisas estão à mudar. Beijos da best 😘".
***
OOI meus lindos! Tudo bom? Alguém aqui curte Avril? Comentem e curtam bastante! E até o próximo capítulo da Jessie! Beijão! Ansiosos para o capítulo de amanhã?!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apenas amigos, não é?
Teen Fiction"Apenas amigos, não é?" retrata a vida de dois jovens muito achegados e que, mesmo com todos os problemas, fazem de tudo para não se afastar. Paralelo a isso existe a grande questão: será que é apenas amizade? E, até que ponto vai esse amor? Esses j...
