Capítulo 17 - Jessie

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Assustada e aterrorizada. Desde de aquele sábado nunca mais me senti segura. Já faz um mês, eu sei, mas acho que jamais me esquecerei desse pesadelo real que vivi.
Tenho pena da mamãe e do Chris. Eles se culpam pelo que aconteceu, mas a única culpada fui eu. Vai ser difícil, mas vou tentar contar para vocês o sábado mais horrível que já tive.

Flashback On

Mamãe sai cedo de casa para trabalhar. Só vai chegar depois das seis. Coitada, ele tem tem trabalhado duro nesses últimos meses para poder nos sustentar.

Acordo por volta de dez e meia da manhã, não tomo café, afinal já está quase na hora do almoço. Como não quero almoçar sozinha, pego o telefone e ligo para Chris. Ele atende no terceiro toque.
- Oi Chris, vai fazer alguma coisa hoje a tarde?
- Hey Jess, por enquanto não.
- Ótimo, então vem almoçar aqui em casa com seus pais! - digo estilo "mandona".
- Se você tá me obrigando, não dá nem para recusar. - rimos.
- Espero vocês. Beijos.
- Até daqui a pouco.

Encerro a ligação e mão na massa, literalmente. Vou fazer o prato preferido de Chris: macarronada. Gosto dele por conta dessa simplicidade. Ele não tem frescura. Tudo tá bom pra ele. Ele tem me ajudado tanto esses dias...

Meio dia em ponto eles chegam.
- Posso ajudar em alguma coisa, querida? - a mãe do Chris se oferece para ajudar.
- Tá tudo sob controle, tia Mary, obrigada.
Termino de pôr a mesa e almoçamos. Esses almoços em 'família' só me lembram do papai. Ele sempre gostava de estar reunido com os amigos. Era churrasco todo final de semana, praticamente.
Sirvo um pudim como sobremesa e conversamos por uns trinta minutos. Depois, tia Mary se oferece para lavar a louça e eu não reclamo (risos), odeio lavar louças.

- Jess, muito obrigado por tudo. Estava uma delícia! Mas nós precisamos ir agora, eu e Mary vamos receber um cliente duas e meia.
- Tudo bem, tio Jonh. Mas será que o Chris pode ficar para assistirmos um filme?
- É, pai. Deixa por favor. - Chris faz uma cara de cachorro pidão e eu caio na risada.
- Você que sabe, mas lembre-se que vamos visitar sua avó hoje, então esteja em casa antes das seis.
- Tá okay, pai.
- Tchau Jess, lembranças para sua mãe.
- Tchau tia Mary. Até mais tio Jonh.

Enquanto assistimos o filme, pego no sono. Ainda bem que Chris não reclama. Sonho com Jack. Ah, não consigo tirar Jack da cabeça.

- Jess, acorda.
- Qual é, Jack? Só mais uns minutinhos! - Ele bufa.
- Não sou o Jack. - Identifico a voz de Chris. A tristeza inunda-me ao saber que não era Jack. Merda.
- Desculpa, Chris. Você sabe o quão importante Jack é/era pra mim.
- É, Jess. Eu sei, sei também que esse cara não te merece. Você é boa demais pra ser amiga dele. - Chris começa a mexer em meus cabelos.
- Chris, eu definitivamente quero me casar com você. Sério. Adoro quando você mexe no meu cabelo. - Percebo que Chris ficou um pouco envergonhado com o que falei.
- Hm, okay. Vista-se! Vamos à sorveteria! - Percebo que Chris está desesperado para trocar de assunto. Apenas concordo e vou em direção ao banheiro e ao closet.

Na sorveteria, conversávamos como nunca havíamos feito. Chris era um bom amigo. Ele realmente queria me ver sorrir. Estava tudo bem até que um casal entrou na sorveteria. Jack e Jolie. Meu sorriso se desmanchou junto à minha alegria.

Irei ignorá-los. Talvez nem percebam que estou aqui. Mas isso infelizmente não aconteceu.

Para variar, no entanto, aquela impostora da Jolie me faz brigar com Jack novamente. Chris tenta não piorar as coisas e decidimos ir embora. Ele me leva até em casa, seu horário está quase se esgotando.

Apenas amigos, não é?Onde histórias criam vida. Descubra agora