O Recomeço - Parte 2 ( Fanfic Got7)

Part 2

  Fernanda era preguiçosa ao extremo mas sabia que precisava se mexer, enquanto esteve no Brasil aquele mês que antecedeu sua vinda para a Coréia do Sul , pesquisou tudo o que podia sobre o país, sua cultura e origens e treinara algumas palavras na língua padrão porém ainda tinha bastante dificuldades mas já conseguia entender e pronunciar algumas coisas. Procurara um curso pela internet e sua pronuncia era muito boa para uma estrangeira, tinha confiança que logo conseguiria pegar a língua por completo. Ela era modelo fotográfica e dançarina já tendo participados de alguns clipes de banda famosas como Detonautas e Jota Quest no Brasil, então o pai de Marina já havia se oferecido para encaixar a amiga da filha em alguns projetos em andamento o que foi prontamente atendido. 

 Já fazia uma semana que Fernanda havia chegado e já se instalara no apartamento de forma satisfatória, se comunicava com a família todos os dias principalmente com sua irmã mais nova apenas um ano, para contar as novidades, dizer que ainda estava viva e que não havia comido cachorro, já conhecia o mercado mais próximo e onde comprar remédio o que era muito importante. Treinara intensivamente e já podia se considerar uma intermediária na língua. Tanto Fernanda quanto Marina se empenhavam bastante em melhorar o desempenho em coreano assim como para praticar as regras de conduta do povo asiático para se encaixar nelas, porém Fernanda tinha um jeito próprio todo abrasileirado que seria difícil de domar. No fim daquela semana elas já estavam exaustas mas não vencidas e chegava o dia em que Fernanda deveria se apresentar a empresa.

  Ela entrou dona da situação, havia aprendido que a primeira impressão é importante, o caminhar era desenvolto e seu quadril ondulava acompanhando seus passos, a roupa lhe assentava bem mas lembrara de usar o decote alto para não desrespeitar as tradições e nem ser considerada como fácil, por isso usava um vestido de mangas cumpridas na altura do joelho mas soltinho em uma cor diferente de marrom, bonito e sexy sem ser vulgar. Ia entrando pela empresa " Caramba, esse trem é grande e agora como eu acho essa menina?" " Bom, muito bom..to perdida em um hall enorme com um monte de letrinha desenhada que eu não entendo. Isso parabéns Fernanda, você é muito esperta" Ela bufou mas lembrou de catar o celular na bolsinha pendurada ao ombro e discou o número de sua amiga,

- Help! To perdida nesse treco - Marina ria enquanto ouvia a amiga

- Estou indo te buscar, fique paradinha nesse mesmo lugar - Fernanda suspirou e olhou em volta sorrindo de canto - Nem vou te dizer onde estou, é só ver alguém que pesa mais de 30Kg parada com cara de nada.

- EU te conheço, bicha. Mas tudo bem, entendi o que você falou porque também me sinto assim. Tente ser loira e vai ser pior. - Fernanda riu assentindo embora a amiga não pudesse ver , se despediu e desligou enquanto a esperava chegar. Seus olhos passearam pelo amplo espaço e percebeu não ter exagerado ao dizer que era a única que não pesava 30 kg por ali " tudo subnutrido.. " "gente to no comercial da Boticário onde tudo é igual em todo canto, mesma cara" Ela recebia muitos olhares interessados até porque era claramente uma estrangeira além de chamar a atenção por sua beleza exótica, mas isso não a incomodava pois estava acostumada até a coisas piores do que olhares cobiçosos.

 Marina chegou apenas minutos depois e a levou direto até seu pai que já a encaminhou para a sessão fotográfica que começaria em pouco tempo. Enquanto Fernanda era arrumada e maquiada ela se sentia uma bola de ping-pong já que ali todos pareciam mais eficientes do que a maioria, mudos e sérios, tão diferentes do brasileiros e até americanos com quem tivera a oportunidade de falar mas se concentrara no trabalho e fora elogiada ao fim das fotos. Fernanda estava sorridente por saber haver feito um bom trabalho mas também estava cansada e com fome.

   Marina e Fernanda passaram em uma loja de Sōsu yakissoba e levaram sua janta para casa, ambas estavam cansadas e não queriam ir para a cozinha naquela noite.  Após o banho e vestir roupas mais confortáveis se sentaram no sofá e cruzaram as pernas como sempre faziam e ao mesmo tempo, riram juntas e passaram a devorar o yakissoba que haviam comprado enquanto assistiam a um dorama novo. Já era tarde quando JB a chamou no SKype e Marina correu para o quarto toda apressada não aparecendo mais.

  Fernanda retirara as tigelas e as jogara fora, passou pelo banheiro a fim de escovar os dentes e logo em seguida foi para seu quarto e morgou em sua cama assim que o corpo sentiu o macio do colchão. Estava realmente muito cansada. 

  O sono fora tranquilo sem sonhos e a descansou completamente por isso quando se levantou no dia seguinte se sentia pronta para explorar já que não havia compromisso marcado. Marina já fora para o trabalho quando ela passou pela porta aberta da amiga e suspirou infeliz por não ter companhia para sua aventura "Espero não me perder"  mas deu de ombro pegando sua bolsa e sua câmera e saindo a rua a fim de fotografar a beleza do oriente para sua irmãzinha que lhe perguntava todo o dia sobre a Coréia o que a deixava desconfiada que Laura queria ir pra lá também. Sua irmã faria dezoito anos no ano que vem e ela previa uma mudança drástica na vida dela com a chegada dessa idade. Sorriu ao lembrar de Laura e sua bela voz, a irmã tocava um violão de louco e tinha uma voz que encantava além de ser muito bonita, sentiu uma saudadezinha apertar o peito mas a descartou se concentrando em dar clicks para exibir depois.

Dificilmente quem trabalha sendo fotografado gosta de fotografar e vice versa, fora o que sempre Fernanda ouvira mas ela contrariava tudo isso sendo uma exímia fotografa além de gostar bastante disso. Ela tirava fotos de fatos cotidianos e sorria com as coisas mais imbecis que se pode imaginar. No fundo era uma menina simples, um ano mais velha que Fernanda e muito mais experiente. Seu coração se comprimiu quando viu um casal de senhores de mãos dadas sentados em um banco próximo, sentia falta de Felipe mas se mudara para esquecer ele, queria isso e conseguiria isso..

 "A vontade de superar um afeto não é, em última análise, senão vontade de um outro ou de vários outros afetos." - Friedrich NIetzsche