Part 10

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  Marina estava saindo da empresa junto com Fernanda quando o celular da amiga tocou, em algumas poucas palavras havia entendido que um novo trabalho para ela havia aparecido de última hora e Fernanda teria que ir até um outro lugar onde faria fotos para uma campanha de um hotel famoso. Marina viu os olhos da amiga brilhando quando ouviu o nome do hotel e logo o sorriso brotou em seu rosto depois de desligar o telefone

- Ma, você vai ter que ir sozinha pra casa hoje. Não posso perder essa oportunidade - Fernanda já estava no meio da rua fazendo sinal para o táxi enquanto Marina ria da expressão alegre da amiga. Estava feliz por Fernanda finalmente abrir um sorriso sincero já que desde um pouco antes da saída dos meninos ela já estava meio cabisbaixa e meio ranzinza também. 

  Marina suspirou depois de ver a amiga pegar o táxi e ligou para seu pai a fim de saber se ele já havia deixado a companhia, como ele não o havia feito ela combinou de jantar com o pai e ir de carona para casa, por isso deu meia volta e foi em direção ao escritório de seu pai.

 A noite estava fria e de onde estava ela viu exatamente o momento em que a loira voltou para o escritório " Droga, isso vai demorar mais do que pensei." A garota pega seu celular e disca o número do secretário de seu pai avisando que aquela sessão de fotos teria que varar a madrugada e que a função dele era segurar a menina lá o mais que pudesse. Guardou seu celular e se recostou na árvore resignada a esperar. Puxou sobre os longos cabelos negros o capuz do casaco de moletom alguns números maiores e pôs as mãos no bolso da calça jeans escura que usava. O rosto coberto com uma máscara preta e as sombras da noite escura e fria se limitavam a esconder sua figura, um rápido olhar aos dois carros negros parados na descida da rua e se sentia confiante. " Dessa noite ela não escapa"

 Mark estava inquieto e olhava seu celular várias vezes durante a noite, havia tomado um banho e se deitado na cama com o intuito de esperar Marina chegar em casa para questionar sobre as cartas. Observou o seu visor e selecionou o aplicativo do gps só para constatar que ele estava no mesmo lugar. Respirou frustrado e preocupado e resolveu se trocar para ir procurar pela menina na empresa. 

 Marina havia jantado com o pai e agora sentia o cansaço nas costas, subiu os degraus para a entrada de seu edifício com preguiça mas sorriu simpática ao porteiro que parecia lhe esperar, ele a cumprimentou e chamou para falar sobre alguma coisa. Marina respirou fundo mas atendeu ao chamado e logo estava parada a frente da mesa de entrada.

 - Senhorita, os meninos chegaram hoje e te deixaram isso aqui - Disse o homem entregando a Marina uma grande caixa quadrada de uma joalheria conhecida. Marina levou alguns segundos pra atinar de que meninos ele falava e o que era aquilo mas quando o fez um sorriso iluminou todo o seu rosto enquanto ela abria a caixinha de veludo azul marinho "JB" ela observou o delicado pingente de gato pendurado na correntinha e sorriu embevecida, antes que pudesse se arrepender ela retirou a correntinha do estojo e pendurou em seu pescoço sentindo o suave peso do pingente cair por entre seus seios, sorriu para o porteiro e agradeceu levando consigo o estojo enquanto caminhava até o elevador.

  Marina viu pétalas vermelhas no chão e sua curiosidade a impulsionou até o inicio da escada onde viu um envelope vermelho pendurado no corrimão, tinha seu nome e continha uma mensagem curta " encontre-me", ela ergue os olhos e pode ver novas pétalas subindo os degraus. A menina seguiu o rastro das flores se perguntando se aquilo seria mais alguma espécie de surpresa de JB. Ela subia os degraus enquanto seus dedos apertavam fortemente o pingente. Finalmente Marina viu um homem alto e magro de cabelos negros de costas e seu coração pulou uma batida "JB" ela se aproximou mas assim que o fez seu corpo gelou, seu coração não estava disparado e seu sorriso morreu nos lábios " Estranho.." era como se ela não reconhecesse JB, afastou as preocupações da cabeça e esticou a mão tocando o ombro da pessoa que logo se virou revelando um olhar desconhecido em um rosto igualmente desconhecido. Instintivamente Marina deu um passo para trás mas o homem foi mais rápido e a puxou contra um peitoral duro feito rocha, mãos ásperas e rudes tamparam sua boca e algo invadiu os sentidos dela a entorpecendo. Um cheiro forte de cloro com álcool a fez sentir-se enjoada e muito tonta, Marina tentou manter os olhos abertos mas por fim perdeu a batalha e mergulhou na profunda escuridão da inconsciência.

   Tudo estava armado e agora ele só teria que tirá-la das escadas. Passar pela portaria estava fora de cogitação e qualquer passo que desse mostrando estar com a garota desacordada faria com que fosse descoberto pelas câmeras. Estava agora em um ponto cego da escadaria mas sabia que os andares tinham câmeras, embora ele houvesse usado disfarces para jogar as pétalas e para chegar até ali tudo ainda era perigoso por isso passou o braço da menina por seus ombros a mantendo firmemente de pé pela mão apertando a cintura. Caminhou com ela até o elevador pois temia que se fosse pela escada acabaria denunciando que a menina ali era um peso morto então a levou até o elevador direto para a garagem, tomando cuidado em manter a cabeça baixa como se sempre estivesse na direção da menina. Interpretava um casal apaixonado e agora já estava na garagem sem despertar qualquer suspeita. Suspirou com alívio quando finalmente a jogou no porta malas do carro e saiu do estacionamento até onde sua chefe o esperava.

  Ela estava em seu carro, do lado de fora desafiadora quando viu o carro de seu empregado sair e tomar a estrada em alta velocidade " Estúpido" foi o que pensou pois sabia que a guinada do carro na saída da garagem iria repercutir naquela rua silenciosa e não foi com surpresa que ao erguer os olhos notou que alguém a observava da janela de um dos andares. Seus olhos se cruzaram e ela sentiu um arrepio na espinha mas deu a volta em seu carro e entrou dando partida e seguindo para o rumo do cativeiro de Marina.

 Mark a viu e seu coração se apertou, quando ouviu o barulho do carro já soube que algo estava errado e agora que a via tinha certeza. Pôs o celular no bolso, pegou a chave de seu carro pessoal, a carteira e saiu porta a fora primeiro a caminho do apartamento de Marina. Sabia que não encontraria ninguém lá mas torcia para estar errado enquanto apertava com força a campainha repetidas vezes mas nenhum barulho foi ouvido e ele correu até a portaria. Os meninos vendo o estado em que ele havia saído do apartamento o haviam seguido e ainda o seguiam sem nada perguntar enquanto ele voava em direção ao porteiro.

- Cadê ela? - O porteiro o olhava sem entender muita coisa mas apontou a escada e antes que Mark sumisse de vista havia dito que ela estava usando o colar que havia lhe dado. Mark já estava diante da escada e via agora o caminho de rosas que subia os degraus a cima. Seu peito se apertou e ele se virou em direção ao elevador seu destino era a garagem. Sacou o celular do bolso e novamente conferiu o aplicativo do GPS, respirou fundo quando viu que o dispositivo apontava um sinal em movimento. Ele agora já sabia pra onde ir.


"Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem." - Sócrates

O Recomeço - Parte 2 ( Fanfic Got7)Where stories live. Discover now