O Recomeço - Parte 2 ( Fanfic Got7)

Part 5

  Depois que o furacão passou pelo nosso apartamento, eu senti que precisava fazer alguma coisa então caminhei até o quarto de Marina sem planejar muito o que dizer. Bati a porta e ela não atendeu, bati novamente e ela continuou me ignorando então meti a mão na porta e a abri

 - Escuta aqui, você ta triste, e possivelmente insegura mas não surda e não adianta ignorar que as coisas não somem - Bufei enquanto sentava pesadamente na lateral de sua cama mas ela nem me olhou como se eu não estivesse ali, estiquei a mão e a balancei sem muita suavidade porque não tenho muita experiência com drama e afins. Dei um tapa na lateral do seu quadril e a fiz finalmente erguer o corpo. - Ah, então você ainda vive. - Marina me olhava com lágrimas nos olhos e expressão de criança abandonada, confesso que meu coração se apertou quando vi a cena já que Marina não costumava chorar com frequência e acabei ficando meio sem palavras por isso só a abracei.

 Estava a alguns minutos abraçada com ela quando senti que o ombro da minha camisa estava bem molhado, acariciei seus cabelos e a afastei para poder encarar seu olhos, limpava as lágrimas de baixo dos olhos enquanto falava

- Escuta, você não é nenhuma bobinha pra cair na pilha de um menino despeitado igual esse tal de Mark. Ele só quer causar a discórdia como eu notei assim que ele entrou todo empiriquitado hoje. Ele estava com cara de quem queria aprontar e muito e ainda veio cheio de charme pra mim, acredite, sei detectar uma boa chave de cadeia e aquele menino é. Pelo amor de Deus, todo mundo vê que você e aquele moreninho se adoram e você conta com um quesito ao seu favor - Ela me olhava curiosa agora parecendo absorver o que eu falava, suspirei e me levantei passando as mãos pelos cabelos. Apontei para um poster gigante do JB que ela tinha preso na parede - Ele é estupidamente famoso e se algo tivesse acontecido estaria nas revistas - bati na testa com a mão fechada - Dãããã. - Ela sorriu e assentiu limpando as próprias lágrimas e esticando a mão pro celular

- Você está certa!! Como eu fui burra, Deus!! Você esta completamente certa e eu tenho que confiar no meu namorado também, não posso me tornar essas psicopatas ciumentas loucas, além do mais essa menina foi ao show deles como milhares de outras e só vai ser especial se eu permitir que ela seja. - Ela parecia finalmente acordar de um sonho ruim e amadurecer uns cinco anos.

- Ae!! Finalmente eu consegui te reconhecer. Agora que você já voltou ao normal eu vou deixar você quieta mandando milhões de mensagens pro seu boyfriend e catar alguma coisa interessante pra fazer. - Antes de sair do quarto quase fui engasguelada pelos braços de Marina que me apertava enquanto eu acho que ela tentava me abraçar

- Não sei o que eu faria sem você. Você é meu anjo! - Eu ri, já que ninguém me chamaria de anjo, tentei afrouxar os braços ao redor do meu pescoço e respirei fundo 

- Se você continuar me enforcando assim você vai descobrir jajá - Falei com um filete de voz já que ainda estava sendo sufocada pelo amor da minha amiga. Ela me soltou depressa e eu pude finalmente respirar.

- Desculpa - Ela ria enquanto voltava a atenção ao celular. Me despedi novamente e rumei pra sala me jogando no sofá que já começava até a ter a marca do meu corpo em suas almofadas de tanto tempo que eu passava sentada ali tentando ver tv.

  O dia finalmente estava chegando ao fim e eu improvisei um macarrão louco lá que ficou gostosinho já que o carregamento de comida brasileira não havia chegado ainda da casa do pai da Marina e eu tinha que me virar com o que tinha em casa. Fui chamar Marina para vir jantar comigo mas a encontrei toda pronta enfiada em um tubinho preto embalado a vácuo e fui avisada que ela iria sair com o namorado para arrumar as coisas. Imaginei bem que coisas que ela queria arrumar vestida daquele jeito e sorri de canto, afinal de contas o sangue brasileiro ainda corria naquelas veias, bom saber. Fazia algum tempo que eu não tinha um homem em minha vida ou que eu cruzasse com um que pensasse valer a pena levar pra cama já que depois da sacanagem do meu noivo eu estava fechada para balanço. Suspirei, e sem pedir licença a imagem do Jackson me surgiu a mente, ele estava calado novamente naquele dia, quieto, triste e lindo como sempre. Voltei ao sofá e peguei meu notebook o pondo no colo e digitando no busca o nome do Jackson, me distrai lendo o que falavam sobre ele e vendo fotos que me comprovavam que ele era mesmo lindo não importava se loiro, moreno, ruivo com o cabelo rosa, roxo ou o que fosse. 

 Não percebi o momento exato em que peguei no sono mas sei dizer o segundo em que acordei já que o computador estava de lado caído sobre as almofadas com a foto do Jackson estampada na tela inteira e o próprio Jackson estava de pé ao lado do sofá me olhando com a expressão entre curiosa e incrédula. Ele sorriu de canto e eu acordei de vez rapidamente me sentando no sofá e pegando o computador largado no chão, o fechando correndo. Encarei Jackson e vi que ele sorria para mim, se abaixou a minha frente e pos a mão sobre o pc que estava em meu colo 

- Por que? - Ele falou com aquela voz gostosa de ouvir e eu me belisquei na ilusão de estar sonhando e fugir dessa situação pra lá de embaraçante, mas não tive sorte " Que diabos? Como? Mas isso só podia acontecer comigo mesmo. E agora?" Minha mente tentava processar os acontecimentos enquanto minha cara esquentava pois para melhorar minha situação senti que estava corando. Levantei os olhos até os dele e ele me encarava, meu coração parou e eu não pude desviar os olhos enquanto meu cérebro parava de funcionar e a boca ligava o piloto automático

- Por que você é lindo e triste. - Levei a mão a boca e me senti como mocinha de dorama querendo engolir as palavras que tinha dito.  Ele arregalou os olhos provavelmente chocado pela sinceridade e se pôs de pé novamente passando as mãos pelos cabelos e ficando de costas pra mim.

- Então você notou... - As palavras dele eram quase um sussurro mas que eu pude ouvir e antes de pensar no que fazia já estava de pé também com a mão em seu ombro fazendo ele se virar para mim e me encarar. Minha mente ficou em branco, meus olhos estavam presos ao dele e o ar parecia pesadamente entrar no meu peito que subia e descia freneticamente como se eu corresse uma maratona " Que isso? Pode isso Arnaldo? Eu congelei mesmo? Que lindo, cara." Era a única coisa que conseguia pensar naquele momento e em como eu queria ser beijada ... 

" Corro perigo. Como toda pessoa que vive, e a única coisa que me espera. É exatamente o inesperado"   - Clarice Lispector