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POV Lauren

Eu ainda estava segurando a mão da mulher  parada em minha frente enquanto ela analisava a aliança em meu dedo.

— Então... Halsey né? — Tirei ela de seus pensamentos — Eu te chamo como?

— Ashley, ou Ash, e eu posso te chamar de Laur? — Ela disse rindo.

— Oh claro, então Ash, será que eu posso me sentar? — Apontei para a cama que ficava em uma das paredes e que, milagrosamente, estava arrumada.

— Que isso, Laur, a "casa" também é sua — Ela fez um sinal de aspas com os dedos e sentou na cama em que estava inicialmente.

Sentei-me e observei a cela. Nas paredes paralelas haviam as camas, a que eu estava e a da frente, na parede ao lado das camas, ao lado da porta havia um "vaso sanitário", uma espécie de pia, ambos de metal e por fim haviam dois rolos de papel higiênico. Na parede da frente havia uma janela um tanto quanto grande com grades. O quarto em si era bem arejado mas como diria Camila "Um ar condicionado cairia bem!''. Para ela, todo lugar precisa de um ar condicionado.

Pela janela imaginei que já deveriam ser quase 19 horas e já sentia minha barriga roncar.

— Que horas a gente come? — Perguntei colocando a mão na barriga.

— Por volta de oito, por aí...

— E a gente vai pra algum tipo de refeitório ou algo assim?

— Sim, mas a janta é servida aqui.

Assenti e ficamos em silêncio por um bom tempo.

— Ash, há quanto tempo está aqui?

Ela estava deitada com as pernas cruzadas e as mãos atrás da cabeça.

— Três meses. Ainda tenho mais quinze anos aqui. E você? Pegou quanto tempo?

Comecei a estalar os dedos.

— Dezenove anos.

Ashley arregalou os olhos, levantou de sua cama e sentou do meu lado.

— Caramba.

Concordei com a cabeça.

— Por Deus, o que você fez?

— Eu matei um cara. — Disse fitando o anel em meu dedo.

O que não passou despercebido por ela.

— Era seu marido?

What the hell?

— Não não, eu sou viúva, era casada com uma mulher. Eu matei o cara que a matou.

Ela voltou para sua cama e sentou de frente para mim.

— Nossa... As aparências enganam... Nossa, eu não sei o que dizer... Sinto muito pela sua esposa, mas parábens pelo que você fez.

Arqueei uma sobrancelha.

— Eu te digo que matei alguém e você diz "parabéns". Okay...

— Você vingou a morte de alguém que você amava, isso é um ato de coragem, Lauren, um ato de justiça. Por mim você não estaria aqui dentro. — Ela me deu um sorriso confortador.

— É... Obrigada? Não foi bem asssim — rimos — e você, o que fez para estar aqui?

— Drogas. Tráfico. Coisas da vida.

Aham.

 Coisas da vida.

— Ah, Lauren, não me olhe assim, como eu posso te explicar — Agora percebi que estava olhando para ela com uma cara um tanto quanto patética — Ahhh já sei, olha, eu era como se fosse um orfanato e as drogas eram minhas crianças. Quando alguém queria uma delas eu levava a criança até a pessoa. Fim.

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⏰ Última atualização: Dec 02, 2019 ⏰

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