Never look back

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POV Lauren

Falar para Patterson que Matty havia matado Camila foi como tirar um peso de meus ombros. Admitir que o matei foi assumir um fardo que só tende a ficar mais pesado. Nunca achei que o ser humano, em geral, fosse vingativo, a não ser que fosse muito prejudicado ou então quando seu ponto fraco é atormentado. Sei que muitos vão pensar que matei Matthew por vingança, mas eu o matei por justiça - mesmo que pareça uma vingança. Eu sempre defendi o pensamento de que ninguém pode tirar a vida de ninguém, mas também nunca esperei que alguém iria tirar a vida de Camila. Por mais que Matthew fosse preso eu sei que nunca iria estar satisfeita. Eu sei que não era a única que o queria morto, mas ainda sim o queria vivo. No fundo - bem no fundo - ainda tinha esperanças que ele voltaria a ser o Matty que eu conheci, mesmo que ele sempre mostrasse o contrário.

- Senhora Cabello-Jauregui? - Patterson me chama e só assim percebo que ainda estou em sua sala

- Sim, delegado.

- A senhora na noite passada usou algum tipo de droga ou bebeu alguma bebida alcoólica?

- Não, delegado. Por que a pergunta? - Sinceramente, ainda não estou entendendo aonde ele quer chegar.

- Lauren, sinto lhe informar, mas o corpo de Camila não foi encontrado. Até agora o nome dela não foi registrado em nenhum hospital. Lauren, você tem certeza que Matthew matou sua mulher?

- Como, como assim o senhor me pergunta isso? Meu Deus, eu vi minha mulher sangrando em meus braços. Eu a vi levando um tiro, eu tentei estancar o sangue. Eu a vi ficar cada vez mais fraca, eu a vi morrer em meu braços, delegado. E-eu vi, delegado. Eu vi... - Não consegui segurar as lágrimas que há tempos já haviam se formado. Eu só quero minha Camila de volta, por que comigo Deus? Ela não merecia ter morrido. Isso tudo não deveria ter acontecido.

- Lauren, por favor, me conte tudo que aconteceu ontem, desde que vocês acordaram até a hora que você veio para cá. - Enquanto Patterson falava eu tentava me acalmar, mas não saber aonde o corpo de Camila estava me deixava mais atordoarda ainda.

- Tudo bem.

FLASHBACK ON

O som irritante do despertador me fez acordar exatamente às 6:30 da manhã. Desligo-o e sinto uma sensação horrível de enjoo, tiro o lençol de cima de meu corpo e lembro o porquê de eu estar com tanto sono e com o corpo todo dolorido. A maldita da Camila quase não me deixou dormir noite passada. Seu braço está, possessivamente, agarrado em minha cintura, mantendo meu corpo colado com o dela. O que me faz ficar com um enorme sorriso no rosto. Ela nunca muda o jeito de dormir. Tento tirar seu braço de cima de mim, mas isso só me aperta mais.

- Camz, amor, acorda! Tenho que trabalhar, você também, acorda por favor - Digo enquanto beijo seu pescoço a fazendo acordar. Ela abre os olhos e dá aquele sorriso que eu considero o mais lindo do mundo, seus olhos ficam enrugadinhos e covinhas aparecem na sua bochecha.

- Bom dia Megan, dormiu bem? - Na mesma hora levanto da cama depois que Camila diz aquilo pra mim.

- Como é, Karla? Que Megan? Quem é Megan, filha da puta? - Digo e Camila ri, começando procurar suas roupas com os olhos.

- Ah, Lauren, desculpa, pensei que era a Megan. Hoje é quinta, espera, seus dias não são sexta, sábado e domingo? O que você está fazendo aqui? - A besta fala prendendo o riso. Não estou achando graça nenhuma.

- Camila, meu amor - Falei, subindo em cima dela que parou de rir na mesma hora - Ma vie, quem estava gemendo seu nome ontem à noite? - Sussurrei no ouvido de Camila e senti a mesma estremecer.