Capítulo 2

41 5 0
                                    

Diego
Já era agosto, o mês passou voando. Estou namorando com uma garota da minha classe chamada Camilla, prima de Marco, que é o atual namorado da Clari. Mas minha amizade com ela não mudou em nada, continuamos com nossas conversas no WhatsApp, vamos juntos pra escola, fazemos nossas programações de final de semana.
Hoje é sexta-feira, às aulas já haviam acabado e eu estou na casa da Clari.
-Jorge vai logo! -reclamou a Clari com a demora do irmão, ele ia nos dar carona para o fliperama.
-Pronto Clara, exigente! -disse o Jorge com as chaves do carro na mão.
-Princesa! -completei e eu e Jorge rimos, Clari fez uma cara emburrada.
-Af ridículos, vamos logo! -Clari cruzou os braços irritada.
Fomos no carro do Jorge que nos deixou no fliperama.
-O que quer jogar primeiro? -perguntou Clara.
-O que acha de jogar Pacman? -sugeri e Clari sorriu como resposta.
Procuramos a máquina e eu joguei primeiro, joguei a moeda e dei início ao jogo.
XX
-Ganhei, pateta! -ela esfregava na minha cara sua vitória.
-É você ganhou! -não me referia apenas em Pacman, jogamos diversos jogos e Clari ganhou a maioria -O que acha de um Milkshake de comemoração?
-Eu topo! -sorriu e, por impulso, peguei em sua mão. Nos encaramos por segundos, como se uma corrente elétrica estivesse presente em nós, senti meu corpo inteiro se arrepiar. Por sorte eu estava agasalhado, a Clara não precisa ver isso. Afinal somos apenas melhores amigos.
Fomos até o Mc donald's e escolhemos Milkshake de chocolate. Já eram oito horas, não havia mais a claridade do dia. Estamos andando calmamente pelas ruas de Buenos Aires tomando nossas bebidas, por um instante olhei para Clari, com o frio seu nariz e bochechas estavam vermelhos. Ela esta muito fofa com sua blusa de moletom de ursinho, ela tem um rostinho de bebê que nem parece ter 17 anos.
-O que foi? Está me olhando faz uns 5 minutos -Clari me tirou dos meus pensamentos, eu a observava e ela percebeu, fiquei um pouco sem graça.
-Ah não é nada... -tentei disfarçar o máximo possível.
-Ok... -ela também pareceu sem graça e um clima tenso foi se formando entre a gente, isso nunca aconteceu antes -Er... Chegamos! Tchau, até logo.
Ela me deu um rápido abraço e entrou para dentro de casa.
Eu não entendi o que acabará de acontecer, nossa amizade nunca chegou a esse ponto de rolar um climão tenso. Já que não tinha ninguém para conversar, peguei meu celular e fones de ouvido colocando na minha Playlist favorita.
Fui andando pra casa com as mãos no bolso e pensando seriamente nisso.
Nesse mês que passou estava tudo muito estranho, mesmo falando normalmente com ela, eu sentia um bloqueio entre mim e Clari.
Cheguei em casa e um cheiro maravilhoso invadiu minhas narinas, lasanha.
-Chegou, querido? -perguntou minha mãe da cozinha.
Fui até lá, onde minha mãe olhava a travessa de vidro com a lasanha no forno verificando se estava bom.
-Oi mãe! -se aproximei dela e beijei sua testa.
-Oi meu amor, como a Clari está? -perguntou tirando a lasanha do forno, estava com uma cara ótima.
-Bem -respondi a ajudando a colocar a mesa.
Eu e minha mãe moramos sozinhos, meus pais se divorciaram quando eu tinha seis anos de idade, tenho um irmão mais novo, David, tem 15 anos e nos entendemos perfeitamente bem. Meu pai se casou de novo com uma mulher um pouco mais nova que ele chamada Karina, ela e meu pai tiveram a minha irmãzinha que hoje tem três anos, a Emily. David mora com meu pai, às vezes ele passa alguns dias aqui ou eu passo alguns dias lá. Eu me dou muito bem com a Emi, Karina e meu pai.
Me sentei na mesa de quatro pessoas com minha mãe, o único som no ar é de um noticiário da televisão.
Eu deliciava a maravilhosa lasanha feita pela minha mãe, meu prato preferido.
-Diego está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Está quieto! -perguntou minha mãe estranhando meu comportamento, eu não parava de falar todas as vezes que ela fazia lasanha e eu estava muito distraído com meus pensamentos.
-Não, não aconteceu nada! -sorri parecendo o mais convincente possível.
Ela apenas me lançou um olhar desconfiada e voltou com a atenção para a comida.
-Mãe estava uma delicia como sempre! -elogiei.
-Obrigada, filho! Sei como você ama lasanha -disse e passou a mão pelo meu rosto sorrindo.
Ajudei minha mãe a colocar as coisas na lava-louças e a guardar tudo.
Em seguida subi para meu quarto e peguei meu celular. Haviam 4 mensagens não lidas da pessoa que eu não estava com nem um pingo de vontade de conversar.
Cami: Mozão?  -enviada 19h43
Cami: Dieguinho onde você está? -enviada 19h44
Cami: Por acaso saiu sem mim? 😢 -enviada 19h50
Cami: Diego aonde você está? 😡 -enviada 20h26
Revirei os olhos, eu não daria certo com Camilla. Ela é uma pessoa muito grudenta e eu não gosto disso. Olhei em meu relógio e são dez em ponto, Camilla já deve ter tido um ataque do jeito que é.
Deixei meu celular de lado e passei a encarar o nada. Um lápis estava por perto, então fiquei o batendo num caderno.
Quando fui me dar conta, eu estava fazendo uma bela melodia de música. Antes que eu esquecesse o ritmo, peguei meu violão pendurado na parede e tentei reproduzir a melodia no violão e fui anotando os acordes.
Além do futebol, meu hobby preferido é música. Eu sabia tocar violão, piano e guitarra e canto. Não me dedico muito a isso mas às vezes, me vem alguma letra de música na cabeça e rapidamente a escrevo.
Comecei a tocar no violão e quando pude notar, a música estava completa. Apenas faltava a letra. Ao mesmo tempo estava incompleta.
Meu celular começou a vibrar, larguei o violão de lado e o peguei.
Clari: Oi -enviada agora.
Eu: Oi
Clari: O que está fazendo?
Eu: Nada e você?
Clari: Nada também
Clari: Vai fazer algo amanhã?
Diego: Por enquanto não
Clari: O que acha de ir ao Parque de diversões?
Diego: Sei não... Vou verificar minha agenda 😜
Clari: Besta 😂
Diego: Brincadeira eu topo
Diego: Até lá princesa
Clari: Até, bobo
Deixei meu celular de lado e troquei de roupa por uma mais confortável e fui dormir.

O meu melhor amigo é o meu amorOnde histórias criam vida. Descubra agora