Problemas à Vista

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Depois que tomei banho, me deitei, estava um pouco dolorido devido o acontecimento mais cedo. Fiquei ali, lembrando do meu momento com o Dean, pensando no quão esplêndido foi e qual seria a próxima vez.


Durante semanas ficávamos esperando o Sam sair pra gente se amar, quando ele ficava fora eram dez minutos ou duas horas, eu torcia muito pra todas as vezes serem duas horas.

A nossa relação era algo inexplicável, ele era tão carinhoso comigo e eu com ele, quando me lembro de que presenciei seu nascimento me sinto tão velho, nunca pensei que um dia eu estaria nos braços dele. Somos um verdadeiro casal apaixonado, com direito a brigadeiro de panela, Netflix até de madrugada, pipoca, torta, bagunça, sexo e amor. 

Eu e Dean estávamos deitados na minha cama com os dedos entrelaçados, eu estava com a cabeça apoiada no peito dele, escutando seu coração bater no mesmo ritmo que o meu quando ele inclinou a cabeça para baixo, olhou para mim e disse:

- Cas, eu quero poder sair com você, andar de mãos dadas por aí, dormir do seu lado, sabe.

Eu levantei a cabeça e retribuir o olhar dele com um sorriso.

- Eu também quero, mas acho arriscado pra nós dois. - Respondi.

- É só a gente tomar cuidado.

- Não é tão fácil assim, os anjos estão por toda parte, se algum deles nos verem nessas situações, estamos mortos.

- Acredito que eles não vão querer ver nos dois "dormindo" juntos. - Disse o loiro com uma risada.

- Não vão mesmo. - Concordei.

- Então.

- Mas e quando estivermos na rua, como vai ser?

- Quando estivermos na rua, podemos dizer que vai ser uma caçada romântica. - Respondeu com um sorriso, passando os dedos entre os meus cabelos.

Eu dei uma risada.

- Não existe caçada romântica Dean.

- Então nós vamos inventar. - Sugeriu.

- É isso mesmo que você quer? 

- Claro! Não vamos ficar fora daqui pra sempre, só por uns dias.

- Eu não sei não.

- Por favor, não se faça de difícil, você também quer.

Me levantei e ergui o pescoço.

- Eu sou difícil. - Respondi esnobando.

Dean se levantou enquanto dava uma gargalhada.

- Com certeza, você é super difícil, ainda mais com essa pose.

Revirei os olhos e disse:
- Não estou achando graça.

- Estou brincando meu anjo. - Ele disse e em seguida me beijou.

- Devemos conversar com seu irmão assim que ele chegar então. 

- Eu vou conversar com ele e em falar nisso ele já deve estar chegando, vou sair daqui.

Dean se levantou, vestiu sua camisa e se despediu de mim com um beijo na testa. Eu apenas o acompanhei com os olhos. Estava preocupado com essa ideia dele, se alguém a mando do céu nos visse, seria o fim, mas ao mesmo tempo queria sim ter esses momentos de privacidade, sem se preocupar com que horas seu irmão vai chegar.


Alguns minutos depois Sam chegou, eu estava na sala assistindo televisão, a transmissão do momento era novela.

Crônicas de Um Anjo CaídoOnde histórias criam vida. Descubra agora