Nada Fica Escondido do Céu

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Fiquei procurando Dean por três dias, sem sucesso, eu estava enlouquecendo, tinha se passado apenas cinco dias, mas parecia um mês, aquilo me torturava e foi tudo culpa minha, por desleixo meu ele não estava mais comigo, deu dever sempre foi cuidar dele e falhei ao aceitar sua proposta de sair do bunker, o céu inteiro está à minha procura por causa da minha queda, meus irmãos me acusam de traição por ter preferido a terra do que o céu, mais precisamente por causa do Dean. Foi um deles que o pegou, não tenho dúvidas e sei exatamente porque fizeram isso, eu desobedeci as regas, agora eles querem a minha cabeça e estão usando Dean como isca. Não sei nem como ele está nesse momento, se está ferido, com fome ou com frio, não paro de pensar no pior, eu preciso encontra-lo.

A entrada para o céu mudou de local, não é mais naquele parquinho. Pensei de pedir ajuda ao Sam, mas como eu iria explicar que mentimos pra ele? Dissemos que íamos pra Indiana atrás de alguns demônios e fomos pra um lugar completamente oposto, ele ia me matar por ter deixado algo acontecer com seu irmão. Preciso achar Dean antes que passem mais dias, se não, terei problemas com o Sam e comigo mesmo.

Eu estava sentado cabisbaixo no banco de uma praça em Detrói quando escutei algo, a rádio angelical estava em um silêncio profundo a dias e hoje alguém estava usando ela para se comunicar comigo, logo entendi o recado.

Deixei o Impala estacionado ali perto, andei rapidamente por três quarteirões e cheguei ao destino instruído pelo anjo da rádio, era um beco escuro com pichações e lixo pra todo lado, logo soltei algumas palavras com raiva: 

- Isso é uma brincadeira de mau gosto, como pode ser a porta do céu em um lugar desse?! - Eu disse abrindo os braços e comecei a caminhar pelo local. 

Instantaneamente apareceu a sombra de um homem no chão, eu tirei minha espada angelical cuidadosamente do sobretudo, escondi ela na manga e me virei.

- Olá Castiel! Faz um bom tempo que não nos vemos. - Disse o anjo alegremente.

Era Zacarias, ele estava na minha listra negra. Eu me aproximei rapidamente, agarrei ele pela camisa e o joguei contra o muro, logo coloquei a espada angelical no seu pescoço.

- O que você fez com o Dean? - Eu disse sucumbido por ódio. 

- Nada demais, não por enquanto, mas se você continuar me incomodando com essa coisa afiada no meu pescoço, certamente ele irá morrer. - Ele respondeu com ar de deboche.

- Você tem chances de morrer primeiro. ONDE ELE ESTÁ? - Apertei ainda mais a espada no pescoço dele.

- Se você me soltar, podemos conversar. - Surgiu três anjos ao nosso redor - Acho que as maiores chances de morte estão com você agora. - Completou.

Eu soltei Zacarias e logo fomos levados para o céu, entramos justamente pelo corredor que dava destino era as prisões, eu fiquei muito tempo fora, mas continuo conhecendo esse lugar como a palma da minha mão.

Eu saí correndo observando atentamente as celas, a maioria estavam vazias, eu chequei todas as celas, o escriba Metatron estava lá, antes que ele abrisse a boca desviei de sua cela, o que importa de verdade é o Dean e ele não estava lá, quando me dei conta disso, abaixei a cabeça e meu semblante se entristeceu.

- Não fique triste Castiel, seu namorado está sendo bem cuidado, me acompanhe e verá. - Disse Zacarias se direcionando para o corredor paralelo.

Quando ele disse "namorado" levantei a cabeça rapidamente e percebi que algo estava muito errado, como eles descobriram? Esse foi o meu pensamento enquanto o acompanhava.

Eu não me lembrava desse corredor, era escuro, certamente não estava construído da última vez que vim ao céu. De repente Zacarias parou de andar e colocou suas mãos no bolso. As luzes acenderam causando um barulho estrondoso e uma claridade insuportável, fazendo com que minhas vistas se embaralhassem, quando retomei a visão nítida, no final do corredor pude ver Dean preso em uma cela com o rosto ensaguentado e com uma expressão carregada de cansaço. Corri em direção à ele e ele se levantou com dificuldade quando percebeu que era eu, quando cheguei ao seu encontro coloquei minhas mãos sobre as dele que estavam agarradas nas grades da cela.

Crônicas de Um Anjo CaídoOnde histórias criam vida. Descubra agora