1° Capítulo

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- Sra. Austin, o estado da Clara é grave e nós precisamos do remédio o mais rápido possível.

Os meus pés batiam frenéticos no piso branco do consultório e a minhas mãos suavam sobre a madeira branca da mesa. Mordi o lábio inferior e suspirei tentando mandar as teimosas lágrimas pra trás dos meus olhos.

- Tudo bem! Onde eu consigo o remédio? Vou busca-lo agora mesmo. - me levantei decidida, arrastando a cadeira desconfortável pelo chão causando um barulho alto pelo consultório.

- Não consegue, querida! Só o hospital tem acesso a esse medicamento e o preço é alto de mais pra quem praticamente perdeu a empresa. - Victória, a enfermeira chefe, falava enquanto distraidamente folheava uma revista qualquer em cima da mesa.

- Quanto é o remédio? - perguntei, ganhando logo em seguida uma risada sarcástica.

- 40.000 Euros. Fora o tratamento constantes e remédios ao longo da recuperação. - ela olhou por segundos pra mim e voltou a folhear a revista. Urg! A minha vontade é de arrancar isso das mãos dela. Podia pelo menos fingir que se importa com a saúde dos pacientes.

- Podem dar inicio ao tratamento, amanhã mesmo eu deixo 5mil de entrada aqui. - Tudo oque passa pela minha mente agora é o dinheiro que terei de arrumar, Clara, o velho da boate e as suas palavras pra mim "É simples, minha querida. Faça o trabalho certo e todas as noites terá o dinheiro que precisa."

- Okay, srª. Austin! Mas só daremos inicio ao tratamento quando o dinheiro da entrada estiver nas minhas mãos. Ao contrário disso, desligaremos os aparelhos que mantém sua sobrinha viva. - Engoli em seco enquanto ouvia as palavras duras da médica rechonchuda bem à minha frente. E ridículo como eles tratam as pessoas, como se estivessem pedindo favores.

- Ótimo! - Estendi a mão a médica apertando e sai em seguida.

Não está nada Ótimo! Não mesmo! Mas eu não posso sentar, cruzar os braços enquanto olho o meu pai lutar pela empresa e a minha princesa lutar pela vida. Eu preciso fazer algo e sei que a minha família não tem dinheiro suficiente para o tratamento. Então, agora mais que nunca a voz do velho barbudo vagava pela minha mente e a vontade de salvar a minha pequena aumentava. Estava certa de uma coisa apenas, ia fazer de tudo pra salva-lá. Não importa o que, eu farei.

Sentire || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora