6° Capítulo

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Apressei os passos, na medida do possível, com todas essas marcas roxas e vermelhões nas pernas fica meio difícil, mas esse carro preto não parou de me seguir desde a farmácia. Não faço ideia de quem seja, mas também não tenho curiosidade. Preciso chegar em casa logo ou essas dores vão me matar.

Olhei pelo canto do olho e vi o carro quase do meu lado. Oh meu Deus! Só falta ser um estuprador. Será que a vida não cansa de me ferrar? É sério. Acho que já está bom todos esses problemas, não preciso de mais. Abaixei a cabeça e segui em frente, fingindo que nem vi quando o dono do veículo abaixou o vidro, fingindo também que o meu coração não disparou, por que disparou, e muito. Coloquei uma mexa do cabelo pra trás da minha orelha e escutei um assovio fraco vindo do carro ao meu lado. Se meu coração estava disparado, agora preciso manter a minha boca fechada por que a qualquer momento ele pode saltar por ela.

Mais um assovio

Agora eu quase corria pelas ruas. Não que resolvesse alguma coisa, a pessoa está de carro, nem em sonho eu conseguiria fugir de qualquer coisa que queiram fazer comigo.

Outro assovio

Saber que não consigo correr me deixa frustrada, pelo menos teria alguma chance de me salvar. Sim,estou pensando no pior. Uma pessoa em um carro preto, no meio da madrugada te seguindo, deixaria qualquer um com medo.

Assovio

Tudo bem! Seja oque Deus quiser!

Lentamente virei o rosto na direção do enorme carro preto que me acompanhava. Forcei os olhos pra tentar enxergar alguma coisa mas nada, a minha visão está embaçada por causa do inchaço no olho direito, o olho que a minha visão é melhor.

- Hey! - Parei de andar de repente ao ouvir aquela voz. Oh não! Ainda é pior do que eu imaginei. Ele vai me machucar ainda mais.

Tentei correr mas me arrependi terrivelmente quando senti a fisgada na ponta do meu estômago. Me ajoelhei no chão, apertando as mão onde a dor estava, tentando aliviar pelo menos um pouco. Me contorci no chão, a dor é tão forte que até as minhas mãos estão suando, e a minha visão desfocada com alguns pontos pretos brilhando na frente dos meus olhos.

O barulho de uma porta se fechando me fez entrar em alerta. Tentei me levantar e correr de novo mas é impossível. Não consigo nem olhar pra frente e até a respiração parece algo impossível agora.

Senti mãos fortes em volta das minhas costas e coxas, me puxando pra cima. Tentei me debater mas as mãos dele eram muito fortes ao meu redor. Quase me sufocando.

- Não! - Susurrei, tentando me livrar do seu aperto quente com as poucas forças que eu tinha. Ele não disse nada, apenas abriu mais a porta com o pé e me ajeitou no banco de couro macio. Fechou a porta e deu a volta no carro entrando do meu lado. Tentei abrir e sair correndo mas está trancada. Droga!

- Calma! - A voz rouca soou novamente. Calma? Ele quer que eu tenha calma? Eu acabei de ser colocada a força dentro do carro de alguém que me odeia. Alguém que talvez seria capaz de me fazer mal. É impossível ficar calma.
- Vou te levar no hospital. - Falou baixo, concentrado na direção.

- N-não - Falei baixo, ainda apertando as mãos na barriga. - Ai! - Soltei um gritinho fino quando senti mais uma dor aguda no estômago e me curvei no banco, sentindo que Styles acelerou mais o carro.

- Aguenta só mais um pouco, estamos chegando. - Falou enquanto fazia uma curva fechada. Não tenho forças nem pra responder. Consigo sentir o suor escorrendo pelo meu rosto e as minhas mãos geladas. Minha pressão deve ter caído pela dor forte. Não acredito que Marcus me fez isso, o que eu vou falar pra minha mãe? Já tenho 10 chamadas no meu celular e várias mensagens perguntando por que eu não apareci no hospital ontem. Preciso pensar em mais uma mentira. Urgente.

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⏰ Última atualização: Mar 09, 2016 ⏰

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