Capitulo 1

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Quero deixar bem claro que não estou querendo ofender a religião de ninguém okay? Juro que não tenho essa intenção, mas se alguém se sentir ofendido, relaxe pois é apenas uma história.

Não estou querendo "plagiar" a história de ninguém, sei que tem varias assim por aí, inclusive leio algumas e adoro, mas meus capítulos serão totalmente criados por mim.

Enfim, já escrevi demais (acostumem-se com isso) espero que gostem e acompanhem, não esqueçam de comentar e votar, por favor :)

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Alexia pov's

Levantei-me rapidamente da cama, era meu primeiro dia de aula e já estava atrasada, olhei para o relógio na parede e vi que dava tempo de tomar um banho rápido, corri ao banheiro e me despi, liguei o chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo, fiquei me ensaboando e acabei me distraindo com meus pensamentos, assim que desliguei o chuveiro me enrolei na toalha branca e fui para o quarto, peguei uma camiseta branca qualquer e uma calça jeans, vesti e calcei meu par de all star branco que estava jogado por ali, penteei meu cabelo em frente ao espelho, peguei uma jaqueta jeans que na cadeira do computador e minha mochila, voltei ao banheiro e escovei meus dentes, caminhei pelo quarto me certificando de que não estava esquecendo de nada, abri a porta do quarto e atravessei o corredor com pressa, desci as escadas e meu pai estava lendo o jornal e tomando café na mesa da cozinha.

─ Bom dia, a senhorita está atrasada. ─ Disse meu pai enquanto abaixava o jornal e me olhava de cima a baixo. ─ Pra onde pensa que vai com essa roupa? ─ Ele perguntou sério.

─ Bom dia, vou pro colégio, adolescentes normais costumam usar roupas assim. ─ Disse séria e me sentei a mesa.

─ E por acaso você é uma adolescente normal e fútil como as outras? ─ Ele retrucou.

─ Não senhor, mas não estou mais na Califórnia, não estudo mais em um colégio evangélico, não preciso mais usar roupas parecidas com as da minha avó, eu passei a minha infância e adolescência inteira sem poder usar maquiagem, pintar as unhas, usar brincos e cortar o cabelo, agora só porque cortei o cabelo e estou usando roupas que adolescentes da minha idade usam você acha que sou uma garota fútil? Pai, Deus não vai julgar uma mulher por ela usar uma calça jeans e uma camiseta comum pra ir ao colégio! ─ Disse indignada e perdendo totalmente a fome, tomei apenas um gole do suco de laranja e o olhei esperando uma resposta.

─ Sua mãe e eu queremos o seu bem, não queremos você sendo vaidosa, vaidade é pecado! Mas se você acha certo usar essas roupas, tudo bem, não vou ficar brigando com você, só não quero ver você usando saias curtas, maquiagens pesadas e decotes escandalosos. ─ Ele disse voltando a olhar o jornal.

─ Tudo bem, estou indo pro colégio, tenha um bom dia. ─ Sorri cinicamente e caminhei até ele, dei um beijo em sua bochecha e caminhei até a porta.

─ Volte pra casa assim que sair do colégio, Deus te abençoe. ─ Ele disse baixo, abri a porta e sai, atravessei o enorme quintal, abri o portão e entrei no carro.

O motorista dirigiu até o colégio, era uns 20 ou 30 minutos longe de casa, meu pai o considerava muito longe, mas ele não teve opção à não ser me matricular aqui, meu pai era pastor na Califórnia e minha mãe o ajudava dando testemunhos e coisas do tipo, cresci dentro da igreja, nunca suportei o fato deles me tratarem diferente das outras crianças, elas podiam fazer tudo que era divertido, mas eu não por que segundo meus pais isso era pecado.

Sempre fomos o tipo de família exemplar, pelo menos na visão das outras pessoas, mas nossa família, bom, se é que pode ser chamada de família é muito conturbada, minha mãe desviava o dinheiro dos fiéis para nossa conta e meu pai a traiu com uma mulher da nossa igreja e então eles se separaram, acho que tinha uns 5 ou 6 anos nessa época, ele veio morar aqui em Los Angeles, onde voltou a pregar a palavra de Deus e nos deixou na Califórnia, minha mãe por sua vez "enlouqueceu", ela passou a me criar com mais rigidez ainda, me colocou em um colégio evangélico e virou pastora também, agora com 17 anos a situação estava ficando cada vez mais insuportável, resolvi vir morar com o meu pai, por mais rígido que ele também fosse, sei que ele não me colocaria em um colégio evangélico agora, passei a minha infância inteira sem a presença dele, só voltamos a nos falar quando fiz 15 anos, minha mãe no momento está com raiva de nós dois, mas ela não tem por que ter raiva de mim, só quero ser uma adolescente normal como todas as outras e morando com ela na Califórnia e estudando em um colégio evangélico não seria uma adolescente normal nunca.

O motorista logo estacionou o carro do outro lado da rua, desci do carro e o agradeci, ele ligou o carro e saiu rápido dali, assim que me virei e atravessei a rua, vi o enorme colégio, havia muitos carros parados ali, vários adolescentes fumando e rindo, quem fuma as 8:30 da manhã no primeiro dia de aula? Nunca tinha imaginado que viveria algo assim, estava no meu ultimo ano no colégio e até agora só estudei em colégios de garotas e sendo obrigada a rezar quase o dia todo, vi um grupo de garotas rindo e tirando fotos, algumas com maquiagens escandalosas e roupas curtas, tinha alguns casais se beijando por ali também, confesso que fiquei até encantada em ver tudo isso, assisti alguns filmes algumas vezes e vi que o ensino médio era assim, mas não imaginava que algum dia viveria isso pessoalmente, arrumei minha mochila nas costas e caminhei passando por todos que estavam ali, alguns me olhavam estranho, provavelmente já tinham percebido que sou "novata", o sinal tocou e logo vi o corredor lotado, tinha gente pra todo lado, rindo, fazendo piadas, gritando, batendo as portas dos armários, derrubando livros e coisas assim, vi algumas garotas zoando o cabelo de uma outra garota e alguns garotos rindo dos óculos e das roupas de um outro garoto, tentei passar despercebida por eles e consegui, estava caminhando pelo corredor lotado e olhando pra trás na tentativa de ver se eles ainda mexiam com os outros, até que esbarrei em alguém na minha frente, acabei caindo sentada no chão e assim que olhei pra cima não sabia se era um poste ou um garoto, olhei para o copo de café caído no chão e olhei pra camiseta do garoto que tinha uma enorme mancha, o corredor inteiro pareceu ter ficado em silêncio e todos olhavam pra mim, que Deus me ajude agora.

A filha do pastorOnde histórias criam vida. Descubra agora