Pânico

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Notas
Esse capítulo é pesado. Privei de detalhes. Mas é essencial para a história.

XOXO, Lenz.

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Na esquina em que Pedro deveria virar para a esquerda, virou para a direita. Logo lembrei que ele não sabia onde eu morava, então não sabia o caminho. Apertei ele com força para chamar a atenção:

- Pedro, minha casa fica para o outro lado. - minha voz transpareceu preocupação. Percebi que estava tremendo de medo.

- Eu sei. - ele riu. - Vamos só dar uma voltinha.

- Não, Pedro, sério, eu preciso ir para casa. - minha voz tremia junto de meu corpo. Uma sensação ruim atravessou meu corpo.

- É bem rapidinho. - implorou e eu me calei.

Pedro parou em frente a uma casa velha, com o mato dominando o quintal e o portão quebrado. Ficava distante de tudo, antes de chegarmos aqui passamos por uma grande área deserta. Ele pediu para que eu desembarcasse e estacionou a moto.

- Onde estamos? - tive coragem de perguntar.

- Quero te mostrar algo. - disse, puxando-me em direção a casa.

- Onde estão os outros? - pedi, desesperada para encontrar alguém que me tirasse daquele lugar.

- Estão vindo. - disse, praticamente arrastando-me para dentro da casa.

Além de velha, a casa era suja e claramente abandonada.

- O que tem de especial aqui? - pedi, observando a grande quantidade de teias de aranha nas paredes.

- Era aqui que eu encontrava meus amigos para beber escondido. - riu. - Era para cá que eu vinha para fugir de casa, dos meus problemas.

- Hm. - foi o que consegui dizer. Achei fofo ele me levar para um lugar que foi seu refúgio, mas ainda não me sentia bem ali. - Podemos ir? - perguntei.

- Você é virgem, Sabine? - perguntou, de repente.

- Quê? - assustei-me. - S-sou. - gaguejei, nervosa.

Pedro me olhou dos pés a cabeça. Se aproximou e me puxou pela nuca, beijando meus lábios com delicadeza. De início de assustei, mas então me deixei levar. Ele era um garoto bonito e... aproveite o dia ou morra lamentando o tempo perdido.

O beijo começou a ficar mais ávido, da parte dele, então tentei afastá-lo, mas Pedro deslizou a mão até minha lombar e me segurou ali.

- Pedro, para. - consegui dizer, abafada por sua boca.

Começou a beijar o meu pescoço e eu consegui empurrá-lo. Ele aproveitou a distância e tirou a camiseta, voltando a mim. Eu não poderia dizer que ele não tinha um corpo lindo, mas eu não queria aquilo no momento. O empurrei novamente, mas ele quase não se moveu.

- Se foi por isso que trouxe-me aqui, deixe-me ir embora! - gritei.

- Até parece que não sabia o porquê da carona. - riu, sarcástico. - Você não é tão inocente assim.

Em um movimento rápido ele me deitou no chão duro e sujo, cobrindo meu corpo com o seu, prendendo-me.

- Sai de cima de mim! - gritei o mais alto que pude.

O rosto dele se contorceu em raiva.

- Não adianta gritar, gata. - sibilou. - Ninguém vai te ouvir! - ele gargalhou.

Eu me debatia e dava-lhe tapas enquanto ele puxava minha calça com a calcinha junto. Não importava o que ele dissesse, eu gritava com todas as minhas forças. Eu sabia o que vinha a seguir e me odiava por ser tão idiota, por me deixar levar por um garoto bonito.

Eu gritava por socorro, suplicava para que ele parasse. Estava virada de bruços enquanto ele me segurava com força e eu me debatia, chorando.

Senti uma dor me rasgar entre as pernas e sabia que ele havia entrado em mim. Eu gritava tanto que sentia minha garganta arranhar e ficar rouca. Fui tomada pelo desespero, mas logo meu cérebro foi me desligando e eu caí quase inconsciente, sem conseguir me mover. Eu parecia sem vida.

Acabou. Acabou e eu queria estar morta. Ele puxou meus cabelos e sussurrou:

- Ninguém diz não para mim. - sua voz era agressiva. Eu ainda chorava descontroladamente.

Pedro me virou para cima, pegou minha calça e calcinha e saiu porta a fora. Me abandonou no chão daquela casa imunda em que eu vivia um pesadelo real e fui eu quem me levei até ali, porque era uma garota inocente completamente idiota.

Ouvi a moto dar partida. Me concentrei no som do motor até não o ouvir mais.

Ele havia me abandonado ali, vivendo contra minha vontade.

Memories You HoldOnde histórias criam vida. Descubra agora