Quando acordei não encontrei Sophia, provavelmente acordou mais cedo e foi embora ela sabia que minha mãe queria ter uma conversinha comigo, o que era uma droga até porque eu realmente não queria conversar com a minha mãe. Fui para o banheiro tirei a blusa e me olhei novamente no espelho "a mancha ainda estava lá" parecia estar pior e não era a única tinham algumas outras nas coxas.
- Que droga é esse? - perguntei ao espelho.
Tomei um banho como de costume e escovei os dentes e voltei para o quarto enrolada na toalha. Estou procurando uma roupa, de repente a porta do quarto se abre.
- Anna... - diz minha mãe.
- AAH... - levo um susto deixando a toalha a cair, abaixo e à pego de volta - que droga mãe eu levei um susto.
- Não foi minha intenção - fica me olhando fixamente.
- O que foi? - pergunto dando as costas.
- Que manchas são essas? - continua me olhando.
- Eu não sei - digo vestindo uma blusa.
- Eu quero ver - diz ela - agora!
- Não é nada mãe - respondo.
- Eu quero ver - diz ela levantando a minha blusa e tocando a mancha - está doendo?
- Não - respondo olhando para o seu rosto.
- Vamos ao hospital - diz ela.
- Não - digo - não precisa mãe... E temos que conversar sobre eu ter fugido da escola.
- Isso não importa agora Anna - responde ela - nós vamos ao hospital, é melhor que se arrume vou esperar no carro.
Sai do quarto.
Digamos que a minha mãe é uma mãe super. protetora. É mais que óbvio que não era necessário que fossemos ao hospital. Quando eu tinha dez anos eu cai tentando andar de skate e me ralei um pouco nós joelhos e cotovelos motivo suficiente para ir ao hospital.
Desço as escadas passo pela cozinha pego uma maçã na fruteira e saiu pela porta que dá direto na garagem.
Entro no carro.
- Que demora foi essa? - pergunta ela.
- Não demorei - digo mordendo a maçã - foram só uns cinco minutos.
Ela não diz nada, simplesmente liga o carro e sai dirigindo. Ficou quase o tempo todo calada não deu uma palavra se quer, o que eu poderia encarar como algo bom mas... Se ela está assim tão tensa. Por um momento sinto um frio na barriga e mesmo sem ter tomado café sinto um forte enjoo. Então ela olha pra mim.
- Está tudo bem? - pergunta.
- Sim - respondo - tudo ótimo.
- Está sentindo alguma coisa? - pergunta de novo.
- Porque você está tão tensa mãe? - respondo- são só umas manchas.
- Eu sei... São manchas - responde - como arrumou essas manchas?
- Mãe, eu já disse que não sei ok?
- Viu só? - disse - é por isso que estou tão tensa.
Chegamos ao hospital, minha mãe passa um bom tempo procurando um lugar para estacionar. Descemos as escadas e vamos caminhando até a recepção do hospital.
- Bom dia senhora - diz a recepcionista.
- Não está sendo - digo - por isso estamos aqui.
- Anna por favor!
- Desculpa - digo.
Saio andando em quanto minha mãe fala com a mulher da recepção. Ando pelos corredores mesmo sabendo que não posso, mas não importo então não faz diferença alguma. Vejo uma porta com uma plaquinha acima dizendo "Quimioterapia" está aberta olho lá para dentro e não vejo ninguém, chego mais perto e vejo uma pessoa sentada e outra deitada na cama, quem está sentado é o Raphael e Deny está deitado dormindo. Raphael olha para mim e acena, não temos nenhum tipo de relacionamento mas aceno de volta.
- Anna? - diz ele - o que você está fazendo aqui?
- Oi, Raphael - respondo - não devia estar na escola agora?
- Eu estou acompanhando o Deny - diz -ele - e você?
- Minha mãe me trouxe aqui - respondo - por causa de... Não estou me sentindo bem só isso. E como ele está?
- Não muito bem - diz olhando para Deny - o tratamento acaba com ele.
O que era realmente verdade Deny estava parecendo muito pálido como alguém morto ou até mesmo um vampiro parecia muito mais agora do que a última vez que eu o vi.
- Anna - ouço a voz da minha mãe - vamos?
- Vamos - digo - tchau Rapha.
- Tchau Anna - responde ele.
Minha mãe e eu saímos da sala de Quimioterapia caminhamos um pouco pelo corredor. Entramos em outra sala e minha mãe fecha a porta atrás de mim.
- Olá- diz uma mulher de cabelos e olhos escuros usando um jaleco branco - eu sou a Doutora Katy, sente-se por favor.
Nós sentamos.
- O que está acontecendo? - pergunta ela. Eu olho para minha mãe e ela diz.
- A minha filha ela está com algumas manchas rochas no corpo.
A médica me olha por um segundo.
- Posso ver... Seu nome é? - pergunta ela.
- Anna - respondo.
- Então pode me mostrar Anna? - pergunta de novo.
- Sim - digo.
- Pode sentar-se ali - diz ela apontado para uma cama daquelas de hospital.
Vou até a cama e me sento. Tiro minha blusa e fico de sutiã a mancha parasse estar maior do que antes então percebo um desconforto no abdômen. A médica me olha como se ja soubesse do que se trata. Toca em cima da mancha e pressiona dois dedos.
- Dói? – pergunta.
- Não - digo.
- Sei - diz ela - você também tem as manchas nas pernas?
- Em alguns lugares sim - respondo.
- A quanto tempo?
- Eu... Eu não sei ao certo - digo - elas eram mais claras então achei que pudesse ter batido em alguma coisa.
- Suponho que também sente alguma outra coisa não? - pergunta ela.
- Na verdade sim - digo - sinto um desconforto no abdômen, e também minhas gengivas sangram, nunca disse nada porque achei que poderia ter machucado escovando os dentes.
- Entendo - diz ela muito séria - pode vestir sua roupa Anna.
- Ok - visto minha blusa.
Ela volta para a mesa e senta em sua cadeira enquanto escreve alguma coisa.
- Quero alguns exames... São de urgência então peço que ela faça todos eles o resultado chegará a sua casa em nada mais que uma ou duas semanas senhora?
- Johnson...Senhora Johnson - responde minha mãe.
- Anna você pode esperar lá fora por favor?
- Mas porque? - pergunto.
- Quero falar com a sua mãe - responde ela.
- Ok - digo me levantando.
Quando estávamos voltando para casa dentro do carro fiz algumas perguntas e ela disse que a Doutora Katy não queria que me contasse nada. Passei o resto do dia pensando, o que não era nada bom. No dia seguinte nós voltamos ao hospital para fazer os exames que a Katy pediu para minha mãe, e mesmo assim ela não me contou nada.
Voltamos para casa e eu subi para o meu quarto e me joguei na cama eu estava exausta estava muito cansada.
Olhei para o teto e senti uma lágrima correr pelo meu rosto e sussurrei para mim.
- Eu estou com medo
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Uma Chance De Viver
RomanceEm uma chance de viver Anna de dezessete anos leva uma vida normal como qualquer outro adolescente da sua idade. Mas alguns acontecimentos fazem sua vida tomar outro rumo é quando Anna se aproxima de seu colega de sala Deny.