"Jack"

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Demetria Pov's

Remexi na cama, mas não me recordo como vim parar aqui. Esta menos confortável do que me lembro. Abri os olhos e estava tudo escuro, um cheiro de mofo tomou conta das minhas narinas. Sentei na "cama" e mesmo no escuro, notei que era uma cama de solteiro e não a minha.

Comecei a tatear os lugares a procura de luz ou a saída, estava começando a ficar em pânico, odeio lugares fechados, ainda mais no escuro, pior ainda com um cheiro horrível.

Tropecei em algumas coisas e um fio bateu em minha cabeça, me assustei, mas não era nada de mais, puxei o mesmo e uma luz acendeu, me dei conta de onde estava. Porão.

Subi as escadas correndo e comecei a bater na porta freneticamente, obra de Justin, só pode.

- Imbecil, filho da puta, abra aqui agora. – gritei irritada. – Justin?! – chamei.

O silencio me deixava mais desesperada ainda, será que ele saiu, mandou todos os empregados embora e me deixou sozinha aqui em baixo, onde possivelmente tem assombração, parece até um cenário de atividade paranromal.

Com esses pensamentos, o pânico ficou ainda maior, me tomando por completo. Comecei a imaginar sombras atrás de mim, vozes e cada vez mais, por causa do medo, parecia ser real.

- JUSTIN! – gritei e o silencio era o mesmo. – JUSTIN, FILHO DA PUTA. EU VOU TE MATAR, POR FAVOR, EU FAÇO TUDO QUE VOCÊ QUISER. – gritei sentindo meus olhos ficarem lacrimejados.

Depois de tanto tentar, sentei perto da porta e fiquei choramingando, pois não iria adiantar nada, se ele saiu estou ferrada, se ele esta aqui, estou também porque ele não vai abrir tão cedo. Passou alguns minutos e eu sentada ali, quase dormindo, olhei de volta para baixo e percebi o quão infantil eu sou.

Levantei rápido e desci lá embaixo, comecei a olhar tudo ao redor, havia bastante caixas lacradas com legendas indicando o que havia dentro. Eram coisas que minha mãe não queria mais, mas também não queria se desfazer, havia muitos brinquedos meus também. Inclusive Jack, minha girafinha de pelúcia.

Peguei a mesma e abracei, estava cheirando mofo, mas ainda sim era uma sensação ótima abraça-la. Minha mãe que escolheu o nome.

Notei uma caixa roxa, com corações, estava escrito "Lembranças". Peguei a mesma e me sentei na cama. Abri a mesma e na primeira foto, não consegui conter as lagrimas, lá estava meus pais quando ainda nem eram casados.

Pareciam felizes, mas esse tempo nunca mais vai voltar, ele está lá com a outra agora e nem se quer ligou para saber se estou viva. Nos abandonou por uma perereca de fogo.

Continha tantas fotos, inclusive da minha gravidez, estava tudo tão lindo, mas estranhei uma em que minha mãe estava sentada entre as pernas do meu pai, na praia, em sua enorme barriga, estava escrito "Demetria" e "Jack".

Congelei, será que minha mãe estava gravida de gêmeos? Não pode ser, e não era mesmo, era só o nome da minha girafa. Mas... minha girafa eu só ganhei quando estava com cinco anos, quando entrei na loja e fiz escândalo por minha mãe querer me comprar uma Barbie e eu querer a girafa.

Havia algo de errado, comecei a passar as fotos rapidamente, onde se passavam, minha mãe com a barriga maior, até o hospital quando a mesma estava de dieta. Ela estava carregando... duas crianças, uma com a cor das vestes roxa e outra com cor azul. Minha mãe estava mais feliz do que posso lembrar.

Meu pai também estava feliz. Não consegui conter as lagrimas, quer dizer que eu tenho um irmão que eu nem sabia que existia. Nas outras fotos, estava eu e "Jack" no berço. Eu era maior que ele, parecia que ele era prematuro de tão miúdo.

Modified By Disappointments ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora