Capítulo 16 - A Redenção

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CAMINHO pelos corredores do palácio sozinha, mais uma vez. Tudo, desde que a guerra começou, parece mais parado do que nunca. O problema é que quando ela realmente começou, nem quem estava dentro dos muros do Exército Real sabia bem o que estava acontecendo. O palácio está cada vez mais vazio e mais isolado do resto do mundo, e parece que eu sou a única vivendo dentro dele.

Um dos guardas aparece no corredor vindo do lado oposto. Por incrível que pareça, ele usa o uniforme completo. O uniforme preto, com um capacete tão negro do qual você não poderia reconhecer quem está lá dentro nem se tivesse uma visão especial. Ele vem diretamente até mim, bloqueando minha passagem.

- Com licença? - peço, tentando passar, mas ele me bloqueia.

- Viktoria, precisamos conversar - reconheço a voz, apesar de não ter convivido muito com ele. Um dos meus irmãos.

Me acalmo antes de continuar. Não é possível que mandaram um dos meus irmãos para conversar comigo. Tudo bem que ele é sangue do meu sangue, mas a verdade é que não conheço nenhum dos dois tão bem assim para acreditar em uma palavra do que eles dizem. Até pouco tempo minha família não era eles.

- Você não deveria estar aqui - digo o repreendendo. - Se te acharem e descobrirem o que você é, vão matar você. O que veio fazer aqui?

Ele abre o vidro do capacete e me encara. Quase consigo ver a grande semelhança entre nós.

- Você precisa deixar de ser tão durona e fazer o que eles dizem. Como espera que salvemos o mundo?

- Eu sinceramente não consigo ver a diferença entre os Rebeldes e a Realeza - digo firmemente. - Só o que fizeram comigo parece muito com algo que o nosso querido Rei faria.

Ele revira os olhos impaciente. Ele realmente é meu irmão. Então percebo que nem mesmo sei o seu nome.

- Afinal, - falo antes que ele tenha a chance de continuar, o que chama sua atenção de novo - qual é o seu nome?

Ele suspira. Talvez estivesse tão focado em ser um rebelde que não tinha tempo de pensar que, finalmente tinha encontrado mais uma parte da sua família e poderia ter contado seu nome à ela, só acho.

- Akim. Agora... eu preciso que você faça o que eles querem que você faça. Senão tudo o que eu, você e o Aleh, nosso irmão, fizemos pela causa, vai ser perdido. Sem você, nós não somos nada.

Olho para as paredes brancas do corredor enquanto penso em algo para dizer, mas minha decisão não vem tão fácil.

- Olha, Akim. Eu vou pensar, eu prometo. Mas não posso arriscar tudo nisso.

- Okay, mas...- ele tenta continuar.

- Mais nada. É melhor você voltar agora, eles mantém os olhos em mim também.

Sem dizer mais nenhuma palavra, ele passa por mim e vai andando pelo mesmo caminho do qual eu vim. Continuo andando em direção ao meu quarto com a maior calma que posso usar. Tenho minhas dúvidas sobre o que está me observando agora. Se nas câmaras subterrâneas eu fui capaz de achar o que achei, o que mais pode ter nesse palácio?

~ • ~

Assim que entro no meu quarto, me sento na cama e ligo a TV usando a tela interativa. Já faz muito tempo desde que assisti aos noticiários pela última vez.

Na tela está passando o famoso jornal que cobre as notícias da cidade de Londres. A imagem de uma jornalista loira é trocada por gravações feitas nas ruas das cidades Inglesas, assim como das principais capitais de países como a França e a Escócia. Todas as cidades aparecem em ruínas. Não se vê nenhuma vida nas ruas, apenas muita fumaça e poeira. Os prédios de vidro e tanto os de pedra antigos estão em pedaços sobre o chão, cobrindo grande parte das ruas.

A Princesa - A Princesa Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora