Domínio

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- Os Hakans! Temos que sair daqui, não posso protegê-la neste lugar.

Levantei com agilidade enquanto Anthony tentava inutilmente me arrastar, mesmo sem poder usar todos os meus dons eu ainda poderia usar os elementos a meu favor. Levantei uma das mãos me concentrando na água que estava ali perto. Um homem com cara de poucos amigos apontava uma arma em nossa direção, distraída com ele não vi quando outro atirou, certamente foram muito bem treinados . Fui novamente lançada ao chão, algo atingiu meu ombro a dor era quase insuportável, olhei para ver o estrago que a bala havia feito e esperava a cura acelerada mas não havia projétil somente estilhaços de um metal reluzente. Não muito longe de mim, Anthony com uma habilidade acima do meu nível desferia golpes em três homens, estava cercado mas isso parecia o divertir. Seu olhar tornou-se sombrio quando encontrou os meus, sussurrou algo e novamente o Viking imponente estava diante de mim, nada mais de pele com bronze caribenho. Diante de mim estava o guardião. Na forma humana em sua essência nossa cura fica um pouco lenta, isso significava que eu teria um pouco mais de trabalho. Enquanto isso bolas de fogo cruzavam o ar chocando-se contra outras. Mas como isso era possível? A batalha nos fez sair do ponto de equilíbrio permitindo que Anthony pudesse desempenhar melhor suas habilidades. Uma garota partiu para cima de mim pelas costas entoando um canto desconhecido, senti o sangue gelar em minhas veias como há século não sentia. Como pude ser tão descuidada? Não percebi sua aproximação. A garota de estatura mediana tentou tocar meu peito, no entanto algo aconteceu, dedos longos caíram a minha frente e o sangue que não era meu jorrava sem parar. A garota gritava sem parar enquanto era arremessada por mim chocando-se em um tronco. Senti uma onda de energia muito parecida com a minha vir do meio da mata. Um lobo de olhos azuis iguais ao de Claus surgiu diante de mim emitiu um uivo que me fez estremecer, eu estava ficando fraca. Algo estava sendo drenado de mim.

- Minha senhorita...- Escutei a voz de Claus, então soube o que precisava ser feito.
- Scorpion Liberium umbre.- Disse antes de minha mente se envolver na escuridão e meu corpo foi ao chão. O último som que ouvi foram gritos de horror e membros sendo decepados depois nada mais.

"-...Acha que ela pode acordar?
- No momento não mas se eu não terminar isso ela pode acordar antes mesmo de eu remover a bala. Como você permitiu que isso acontecesse Anthony? - eu conhecia essa voz, era Claus e ele não parecia nada feliz.
- Eu tentei impedi-la de morrer. Isso não é o suficiente?
- Talvez para você. Na verdade quem impediu tudo isso foi Scorpion se não fosse o ciúmes que ele sente por ela você jamais estaria aqui.

- O que você quer dizer com isso? Foi por pouco, ele quase arrancou a minha cabeça! - A voz de Anthony soou um pouco mais alta.

-Pronto! Retirei a bala, agora o processo de cura irá se iniciar. Os Hakans tem investido muito em conhecimentos para criar armas que podem retardar a cura.
- Poderia responder a minha pergunta?- Anthony soara impaciente

-Você acha que Ashy é indefesa, que ela é uma mulherzinha qualquer precisando de um Príncipe para protegê-la!? Mas eu te digo meu jovem você está muito errado, ela vai lutar a cada segundo pela vida dela. Scorpion só o deixou vivo porque viu que você pode protegê-la se algo acontecer, só por precaução... Mas o ciúmes dele é tanto que se libertou antes mesmo dela fazer isso e qualquer um que se atrevesse chegar perto dela teria o mesmo destino que os mais de quinze Hakans tiveram. Scorpion pode ter um lado negro mas é Ashy quem ele quer, ela é a sua princesa, mesmo quando eu a encontrei ele já havia reivindicado para si.- Escutei a porta se abrir e passos firmes se direcionaram a mim- Tenente Ryan que bom vê-lo. Descansar - provavelmente esse tal tenente deveria estar fazendo a saudação militar.

- Bom vê-lo também, Major. Aqui estão os dados que me pediu, o campo já está limpo.- Uma voz firme, porém, jovial. Como seria o seu rosto? Fui interrompida de meus pensamentos quando Anthony se pronunciou.
- Se eu fosse você não faria isso. Ela tem um cara bem ciumento que não pensaria duas vezes antes de arrancar sua cabeça.
- Eu só queria tocar-lhe a face, ela é tão linda...

AshyOnde histórias criam vida. Descubra agora