- Okay, então... - Kate não estava entendo nada.
Mesmo sem entender, Kate, saiu da fila e estava andando do meu lado até a saída. Então, resolveu perguntar o porquê disso tudo, quando foi interrompida:
- Ei! Espera... - olho para trás, torcendo para não ser o cara gato que me derrubou no chão. Torci em vão. - Então... Essas coisas não acontecem sempre, digo, é... Não é sempre que se derruba uma menina linda como você... Quer dizer... Ahm. Meu Deus. - ele coloca sua mão na nuca, parecendo nervoso, e da aquele sorriso que me fez derreter toda de novo. Me fazendo ficar mais nervosa que ele. Kate, sempre direta, cortou Pedro na hora e disse:
- Ah, Vic, então esse é o tal problema que fez eu perder o filme?- ela o olha de cima abaixo e sorria pra mim- E que problema mais lindo! - dei um tapa em seu braço, e cochichei pra ela calar a boca.- Então... Te espero lá fora, amiga. - e me olha, mandando eu parar de ser boba e ir pra cima dele. Kate pisca, antes de se virar e ir embora.
- Sua amiga é bem direita, hein...- Pedro olha pro chão, e depois olha dentro dos meus olhos.
- Mas... Então... O que queria me dizer? Correu tanto, só pra me alcançar... - estava nervosa, e quem não ficaria?? Principalmente eu, que sou tímida com pessoas que eu não tenho convivência. Meu coração parecia que ia sair pela boca.
- Eu não podia te deixar ir embora, assim... - me olha com certa ironia, malícia e "fofisse".
- Assim como? Não entendi... - sim, me fiz de idiota. (Rsrs)
- Assim, ué. Sem nem saber direito como você é. Parece ser uma ótima pessoa. Quero te conhecer poxa!! - Pedro diz com um tom engraçado, ele queria descontrair, acho que ele reparou meu certo problema com as pessoas... Eu acho que estou até tremendo.
- Agora entendi! Você devia ter ido direto ao ponto, sem essa de mimimi - digo fechando os olhos e fazendo cara de convencida, estou conseguindo me soltar, em 5 minutos de conversa, milagre.
- Viu, sabia que no meio dessa timidez e nervosismo, tinha uma garota descontraída e divertida!- Pedro coloca as mãos no bolso e me olha, ele vê que estou sorrindo - Nossa, seu sorriso é muito lindo.
- Ah... Obrigada... É... Ahm. O seu também é muito lindo. Quer dizer... Aí deixa eu calar a boca. - fiquei vermelha. Não sei reagir a elogios.
- Então, chega de papo furado, sua amiga já deve estar com as pernas gangrenando de tanto esperar! - rimos - você poderia passar seu número?
- Claro que sim- então, peguei um papel, escrevi os números e o entreguei- Aqui está!
- Muito obrigado, moça. Foi muito legal ter te derrubado no chão hoje.
- Que??- cruzo os braços e finjo uma cara de desentendida.
- Porque pude conhecer uma menina muito linda e simpática. - sorri meio sem graça.
- É... Agora tenho que ir... A gente se fala, ou quem sabe, se vê por aí.
- Claro que vamos. O destino anda bonzinho comigo. - e sorriu, dessa vez mostrando os dentes, o sorriso dele e os olhos intensos me deixaram sem rumo.
- Pois é... Então, tchauzinho. - me virei, e fui andando até a saída, não estava acreditando no que acabou de acontecer. Esse dia estava sendo o melhor, desde que eu e minha mãe viemos morar em NY.
- Nossa, esse cara ficou enrolando tanto só pra pedir seu número?- Kate falou, só de me ver saindo pela porta da saída do shopping.
- Ué, como você sabe? Eu nem te contei. - fiquei assustada.
- Primeiro, seu batom ainda está na sua boca, e eu sei que você não o trouxe. Então, ele não tentou te beijar. E você está com um pedaço de papel rasgado na mão. Então, você apenas passou seu número pra ele.- às vezes eu esquecia de como Kate era observadora. Eu até tinha esquecido que estava com o pedaço de papel restante da folha que escrevi o número.
- Nossa, Kate, você deveria trabalhar no FBI. - falei, dando muita risada.
- Filha, eu devia ser a rainha do mundo. Me poupe. - Kate fez a maior cara de convencida.
- Metida! - dei um abraço nela e fomos pegar um táxi.
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Era 13:00, e Kate e eu tínhamos acabo de acordar. Fomos ao banheiro, fizemos nossa higiene pessoal, e depois fomos direto para a cozinha. Onde minha mãe estava preparando o almoço, ela estava de folga. Adorei saber que ela vai passar o dia todo com a gente. Adorava o "dia das meninas".
- Então, filha, o que aconteceu ontem? Devem ter se divertido, acordaram tão tarde!
- Ah, mãe nada demais... - falei tentando disfarçar a ansiedade que me dava só de pensar no que aconteceu ontem. Pra ser sincera, eu tinha até esquecido (será ?).
-Mentira, tia!!! Vic conheceu um cara ontem. Foi o maior desastre. Não sabia quem era o mais bobo se era ela, ou o tal "Pedro" - Kate sendo Kate... Sempre direta. Que saco!
- Pedro? Que Pedro, filha? Me conta essa história agora!! - minha mãe ficou super animada. Eu já tinha quase 17 anos e nunca mencionei a palavra "namorado" pra ela.
- Eu fui comprar as coisas pra Kate e eu comermos no cinema, quando de repente me jogam no chão e derruba todas as coisas que eu comprei. - fiz uma pausa, e minha mãe mexeu a mão mandando eu continuar- então, eu fui grossa, porque né... Qualquer um seria nessa situação...
- Tá bom, Victoria !!!! Termina logo essa história, que enrolação. - gritou Kate, com a cabeça enfiada na geladeira de novo.
- Tá bom... Tá bom. Então ele me pediu várias desculpas, e eu fiquei muito nervosa, porque ele era lindo. - minha mãe me olha com certa malícia- Pedro me ajuda a levantar, e eu estava muito nervosa e com muita vergonha, só dei tchau, peguei Kate pelo braço e fui embora. Então, ele me alcançou e pediu meu número. Só isso.
- Ele não tentou nada com você? Tipo... Te beijar? - minha mãe estava mais interessada do que eu!
- Não! Só conversamos... E... - fui interrompida.
- É, Kate, você tinha razão. Ele é bobo mesmo, e lerdo ainda por cima! - Kate e minha mãe riram.
- MÃE! Para com isso! - tentei ser mais brava possível, mas não consegui, acabei rindo muito.
- Tá bom, mas vamos almoçar e se arrumar, porque nós vamos sair!
- Pra onde? - veio Kate toda interessada.
- Para o shopping, vamos fazer umas comprinhas! Eu recebi um pouco mais esse mês.- estranhei. Isso nunca aconteceu. Mas resolvi não dizer nada.
- Tá bom, mãe. Vai ser muito divertido!
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Já estávamos todas prontas para sair, quando meu telefone toca.
- Alô?
- Oi, Vic. Esta reconhecendo a voz?
- Não, quem é? E como conseguiu meu número ? - sou meio paranóica com essas coisas.
- Você mesma me passou, bobinha. - e deu uma risada, que na hora reconheci.
- Pedro! Oi... É... Tudo bem?
- Tudo ótimo, então... Queria saber se você está afim de sair comigo hoje, comer alguma coisa, conversar, sei lá... Se conhecer. - eu não sabia o que dizer, meu coração começou a bater rápido de novo. Eu queria dizer sim, na hora. Mas lembrei que quase nunca tenho o dia todo pra sair com a minha mãe. Estou dividida !!
- Espera aí! Não desliga!!!!- pareceu mais desesperado do que eu queria. Então coloco o celular em cima da mesa e grito minha mãe.
- Que foi, filha?
- Então, o Pedro acabou de ligar e me chamou pra sair hoje, o que eu faço!?
- Filha, não seja boba, aceita!!! - fiz uma cara triste - eu sei, você tá preocupada porque hoje era o dia das meninas, não é? - assenti com a cabeça- Relaxa filha, sair com sua mãe você tem a vida toda, mas sair com um gatinho desses não é sempre, aproveita vai. Dar uns beijinhos não faz mal a ninguém. - minha mãe era a melhor, eu a amava demais! Pego meu meu celular e falo:
- Alô? Ainda está aí?
- Tu Tu Tu Tu - falou Pedro fingindo ter desligado o celular.
- Para, seu bobo! - e rimos.
- Então, vai sair comigo? Ou vou ter que te derrubar de novo pra isso!? - sua voz estava puro sarcasmo.
- Vou sim, onde vamos nos encontrar?
- Conhece aquela praça, perto do shopping ?
- Conheço sim.
- Podemos ir lá, se quiser.
- Claro, vou adorar. Não gosto de lugar barulhento.
- Nem eu. Então, 16:00 na praça, pode ser?
- Pode sim.
- Beleza então. Tchauzinho Vic
- tchau Pedro (rsrs)
Kate chegou me agarrando e mandando eu contar tudo. Minha mãe também. Não me imagino sem elas! Eu tenho muita sorte.
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Pedi para minha mãe me levar nessa tal praça, as 16:00. E quando chego, lá está ele, com uma camisa, tênis (mais pro estilo skatista) e bermuda jeans escura. Ele estava mais lindo do que no dia do incidente no shopping.
- Oi!! - disse ele, todo animado vindo ao meu encontro.
- Oi! - ainda estava meio tímida.
- Então, vamos andar por aí ? - Pedro segura em meu ombro e me mostra o caminho.
- Nossa, aqui é lindo!
- Não tanto quanto você, Vic. Posso te chamar assim?
- Claro, você deve me chamar assim. Odeio que me chamem de Victoria, parece que estão brigando comigo.
- Tá bom, Victoria. - e me olhou, só pra ver se eu ia ficar irritada.
- HAHAHA bobo - dei um tapa em seu ombro, que fingiu ter sentido muita dor, e depois me deu um susto quando fui "socorrer" ele. - Meu Deus, acho que não vou sair dessa praça viva! - rimos.
- Olha, tem um banco ali, vamos nos sentar?- então, eu assenti.- Veja!! Sorveteiro. Quer um?
- Claro... Ah, quer dizer... Pode ser!- peguei de chocolate e ele de baunilha, "combinação perfeita" pensei.
-Combinação perfeita! - Pedro disse olhando em seu sorvete e o meu.
- Que?!! - fiquei assustada, parecia até que ele tinha lido minha mente.
- Os sorvetes... Chocolate e baunilha. Combinam, você não acha!? - assenti com a cabeça, e sorri.
Ele ficou me olhando durante alguns segundos, acho que chegou a ser quase 1 minuto. Sem dizer nada. Até que diz:
- Nossa, Vic, você se sujou com o sorvete!
- Serio!? Onde?? - fiquei olhando pra ele, e passando a mão no rosto tentando achar onde estava essa "sujeira".
- Aqui! - e passou a mão no canto da minha boca, com delicadeza. E nessa hora, ele já estava olhando nos meus olhos. Ele segura nos dois lados do meu rosto, Pedro fecha os olhos, e eu também. E quando já consigo sentir a respiração dele bem perto de mim. Escuto uma voz, bem alta. Na nossa direção.
- QUEM É ESSA PEDRO!??