- Vic... Eu... - meu coração doía, eu magoei a menina mais incrível que existe.
- Não, Pedro. Não precisa dizer mais nada! Acabou aqui, o que nunca começou. Parabéns Alice. Conseguiu! Ele é todo seu. - Alice sorria, se sentindo vencedora. Eu só sabia sentir raiva naquele momento, só raiva!
- Tchau, Pedro.- eu a vi andar, pra longe do restaurante e pra bem longe daquela bagunça. Eu não tive forças pra ir atrás dela. Só consegui ficar parado, olhando para porta, na esperança que ela voltasse.
- Agora você é todinho meu, de novo!- Alice tocava meus cabelos e sorria, com um sarcasmo no olhar. E aquilo fez minha raiva ficar maior ainda.
- Alice, você é a pior vadia que eu conheço! Você acabou com a minha vida a um ano. E agora acabou com ela de novo. Você não cansa de ser o estorvo na vida das pessoas? Te conhecer foi o maior erro da minha vida. Eu te odeio. - eu estava com tanta raiva, que nem reparei que gritava. Todos do restaurante estava olhando pra mim. Alice parecia assustada.
- Pedro, você me magoou! Por que isso? A gente podia ser feliz de novo. Você não precisa dela! Precisa de mim.- ela estava chorando, um choro falso. Que raiva.
- Nós nunca fomos felizes. Você era! Eu ficava fazendo de tudo para te agradar, e você? O que você fez?- ela olha pro chão, parecendo envergonhada- Isso mesmo, ficou com outro. E quem sabe, com outros! Me poupa. Você nunca me amou. NUNCA. Seus casos deram errado!? Por isso veio atrás de mim? Se foi, pode ir embora. Chegou muito tarde. Meu coração não pertence a você, e nem mesmo a mim... - me afasto, e vou embora, deixando todo aquele desastre pra trás.
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~VICTORIA NARRANDO~Saí daquele restaurante, sem rumo. Resolvi pegar um táxi. E não me aguentei, chorei o caminho todo. O motorista achou estranho. Me olhava com certa pena.
- Moça bonita, o que aconteceu? Você está bem?
- Pareço bem? - fui mais seca do queria.
- Me desculpe, moça. Só fiquei preocupado. Você não parou de chorar desde quando entrou no meu táxi. - ele foi tão gentil. Me senti tão mal.
- Me desculpa... Não queria ter sido mal educada. - limpei meus olhos, tirando a maquiagem borrada.
- Tudo bem, moça ?
- Victoria.
- Como??
- Meu nome, Victoria. - sorri, não sei por que. Acho que deve ter sido a cara do motorista, não entendendo nada.
- Ah, sou Steven. O que aconteceu ?- ele parecia bem preocupado. Tinha aparência de ter uns 24 anos, bonito, olhos claros e cabelo loiro. Mas nem me importei, estava muito mal pra "notá-lo", se me entende.
- Ah, só um cara que quebrou meu coração. - e sorri, querendo fazer graça daquilo tudo.
- Ah, só isso? Tudo bem então. - Steven sorriu também, estava tentando ser engraçado. E me distrair daquilo tudo. - Posso saber o que aconteceu? O que ele fez para te deixar assim.
- Desculpa, não quero falar sobre isso. Não me entenda mal. - acabei lembrando de tudo. E ficando triste novamente.
- Chegamos. - avisou Steven.
- Quanto é? - falei, abrindo a carteira.
- U$00,00. - não entendi.
- Como assim!? Quase atravessamos o estado, e não valeu nada?
- Considere isso um passeio, com um novo amigo. Você já passou por altos e baixos hoje. Mas, quero seu número - Steven, fecha os olhos e sorria, cruzando os braços. Querendo se fazer de metido. - Não vai sair totalmente de graça! - rimos.
- Ah,tudo bem, marca aí. - falei os números e ele marcou no celular. - Mas, Steven, nós vamos ser amigos, tá ? É que você sab... - fui interrompida.
- Calma, eu já sei. Sem segundas intenções- ele cruza os dedos, como se estivesse prometendo.
- Tudo bem. Vou entrando, se cuida. Tchauzinho. Nos vemos por aí! - abri a porta da entrada do prédio, e antes de entrar, me virei e sorri para Steven que ainda estava lá. Acenei com a mão e entrei.
- Filha, me conta como foi... - minha mãe para de falar, quando vê a minha situação. Cara inchada, maquiagem borrada, e bolsa largada no chão. - Ah, filha... - ela sabia o que aconteceu, ela sabia que ele havia me magoado. Ela só me abraçou, me fazendo chorar de novo, quando me acalmei, falei:
- Mãe, eles conseguiram,eles estragaram tudo! Mãe... Eles conseguiram ! - chorei mais ainda. Estava desesperada.
- Eles quem, filha??- minha mãe não estava entendendo nada.
- Alice e Pedro, eu cheguei lá, e os dois estavam se beijando. Pedro tentou se explicar, mas eu sabia que era mentira. Como ele pode? Eu gostava dele, mãe!
- Filha, eu sinto muito... - ela me abraça tão forte, que quase que essa coisa em pedaços que se dizia meu coração, se juntou. - Mas, ele não disse nada?
- Falou que ela chegou lá, e ele dizia o quanto estava apaixonado por mim. E ela o beijou. Que foi quando eu cheguei. - falei enquanto limpava meus olhos, novamente.
- E você não acreditou? Ele podia estar dizendo a verdade. Pelo menos, do jeito que você fala dessa menina, ela parece ser a maior vadia de todas. - minha mãe nunca foi de xingar, até me assustei.
- Mãe, ele a amava. E quem sabe, ainda não ama? E está me querendo só para esquecê-la. Eu não sou "tapa buraco", mãe. Eu mereço ser o amor de alguém.
- Mas filha... Ele parecia gostar de você... E... - interrompi ela.
- Mãe, chega!!! Ele não é isso que você acha. Eu também achava que ele era esse príncipe.
- Tá bom, filha. Se você está dizendo. - minha mãe chama Kate, para conversar comigo. Ela precisava ir trabalhar, diz ela, que o plantão mudou. Ela estava com uns horários estranhos ultimamente.
Eu ainda estava conversando com Kate, quando recebo uma ligação no meu celular, olho para ela com um olhar, que a fez entender na hora.
- Atende, se for ele, eu finjo uma voz de homem. E falo que a noite com você foi a melhor. - rimos, Kate era a melhor amiga que alguém poderia ter.
- Shiiiuu - coloco o dedo na boca, querendo que ela ficasse quieta. - Alô?
- Oi, reconhece a minha voz? - já ouvi isso antes...
- Não, me desculpa. E se for o Pedro tchau, não quero fal... - fui interrompida pelo voz no telefone.
- Não! Não! Sou o Steven. O cara do táxi. Não desliga. - aliviei.
- Ah, oi... Me desculpa por isso. - rimos.
- Tudo bem, então... Você está bem?- não sei por que, mas gostei dele ter lembrado de mim.
- Sim, estou! Tenho uma ótima mãe é uma bela amiga, que me enchem de doce. Existe coisa melhor? - ri, tentando descontrair.
- Claro que existe, eu! - que voz sarcástica! Outro com ego igual da Kate.
- Nossa, metido!!! - rimos bastante.
- Ah, tem que se amar né ! Que tal, a gente sair hoje?
- Olha... Não sei... - não queria sair com ninguém, por muito tempo.
- Relaxa, somos amigos. Esqueceu!? Sem segundas intenções. Babaca!
- Ei!!! - quis parecer brava. Mas acabei rindo.
- Então, vamos?? - ele foi um tanto animado.
- Claro que sim. Onde vamos?
- A gente vê.
- Tá bom.
- Vou desligar, eu te pego ai as 20:00. Pode ser?
- claro.
- Tchau, até mais. - e desligamos.
Kate me olha querendo dizer "que rápida você", dei um tapa no ombro dela.
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Era 20:30 quando recebo uma mensagem:
" Vic, chegarei em 5 minutos. Desculpa o atraso, precisei ajudar meu pai.
Steven."
Eu já estava arrumada, com uma calça jeans cintura alta, meu cropped, e um tênis bem descolado. Íamos sair como amigos. Então, não precisa caprichar tanto. Ele já me viu desabar de tanto chorar, eu to linda, se for comparar.
Dito e feito, deu 5 minutos ele chegou.
- Me perdoa, eu precisei ajudar meu pai com o táxi.
- Voce não é taxista? - fiquei surpresa.
- Não, eu ajudo meu pai, às vezes, ele tem uma companhia de táxis. E se alguém falta, eu pego o lugar dele por um dia. Eu apenas estudo, por enquanto. Depois que minha mãe morreu, me senti na necessidade de ajuda-lo. - Não sabia o que falar. Eu sabia como era perder alguém que ama.
- Sinto muito... Não sei o que falar.
-Tudo bem, já superei. - Steven sorri, sabia que aquilo era mentira.
- Então... Vamos?- falei, tentando deixar o clima menos tenso.
- Claro.
Conversamos a viagem toda. Ele me levou ao cinema. Cheguei lá, e me deu até enjoo. Mas, não liguei. Eu queria esquecer, e estava ali com o meu novo amigo. Então, tentei não pensar.
- Está tudo bem? - Steven me pergunta, meio preocupado.
- Ah, claro que sim. Vamos entrar ?- mudei de assunto.
- Vamos.
O filme durou uma hora e pouco, confesso que não aguentava mais ficar ali. Quando acabou, deixei sair sem querer um "finalmente".
- Nossa, foi tão chato assim sair comigo?
- Não! Claro que não... Eu... - fiquei sem graça. Queria me explicar.
- Relaxa, estou brincando! - ri nervosa.
- Você fica linda nervosa- dei um tapa em seu ombro.
- Para, bobo. Não sei reagir a elogios. - e o olhei. Ele estava olhando direto nos meus olhos.
- E a isso, consegue? - Steven segura na minha cintura e me puxa pra bem perto dele, e segura meu rosto e junta seus lábios no meu. Tentei me afastar, mas não consegui...
- VICTORIA, O QUE SIGNIFICA ISSO?