Na mesma hora que penso em bater nos dois e ir embora, eu me lembro dos dias na casa de Pedro. EU PERDI A VIRGINDADE COM ELE. Não tinha um pingo sequer de moral para dizer ou fazer algo.
"Conto ou não?"
Só soube ficar lá, parada, sem dizer uma única palavra. Apenas encarando a cama que eu costumava dormir e que agora se encontra com uma mulher estranha nela.
- Por favor, meu amor! Deixe-me explicar... - O tom de desespero dele chegava a ser gozado. O que teria para explicar?
- "Meu amor"?? Não precisa disso na minha frente também, né!! Pelo que eu sei, nesses dias quem foi seu amor, fui eu! - Ela era uma Cínica ordinária!
- Por favor, Fernanda!! Não piora tudo. Pega sua roupa e vai embora, por favor! Depois a gente conversa. - ordenou Pedro desesperado.
Fernanda pega suas coisas e vai embora furiosa! Talvez tenha achado que ele me trocaria por ela, nao sei, mas ele está muito encrencado.
- Amor, me desculpa! Você é tudo pra mim... ela foi só um passa tempo... você esteve fora tantos dias que eu não aguen...
- Você não aguentou ficar alguns dias sem ficar com alguém...
- Sim... quer dizer, não... olha, não importa! Eu estou errado, eu sei. Mas não me deixa.- permaneço quieta, não sei o que dizer. Meu coração está apertado, parece que vou parar de respirar a qualquer segundo. - Fale alguma coisa, por favor!
- Eu perdi minha virgindade... - digo quase inaudível, me sentindo envergonhada por ter o traído primeiro.
- O que disse? - Steve franzi a testa, sem entender.
- Eu perdi minha virgindade!! Feliz? Eu traí você primeiro, não tenho moral para dizer nada!- Vomito todas essas palavras em cima dele, nem respirei para falar, pois se eu engasgasse uma vez acabaria não falando nunca.
- Mas... como? Quer dizer... com quem? - Ele estava em choque, decepcionado. Nunca que ele pensaria que a menina pura que ele escolheu para namorar o trairia.
- Você não precisa saber... só vamos deixar essa história para lá e começar de novo. Estamos quites. - vou perto dele para abraçá-lo e ele segura nos meus braços com força e olha dentro dos meus olhos com raiva e decepção.
- Eu preciso sim! Me diz agora com quem foi! Você me enrolou tanto tempo de namoro, dizendo esperar o momento certo e agora viaja por o que? 10 dias? E já perde? Me conta agora com quem foi! - Quem era ele? Nunca o vi tão agressivo, eu estava assustada! Não sabia até onde ele iria. Imagina se souber com quem foi...
- Com... com... - o nome dele não consegue sair da minha boca. O medo está falando mais alto.
- Com quem??!! Para de enrolar! - Steve me chacoalha com agressividade.
- COM O PEDRO! - Nessa hora meus olhos enchem de lágrimas e não consigo segurar o choro. O que aconteceria agora que ele sabe?
- Victoria como pôde!!!! Como pôde!!! Você não passa de uma vagabunda. Me traindo com o ex!!! Ainda dando pra ele! - Steven me empurra e eu caio no chão. Ele está fora de si. Só quero sair daqui.
- Mas... você também me traiu... e...
- Cala boca, Victoria! Cala boca... você é mulher! Homem tem suas necessidades... e ainda me destrói transando com o ex!! - Eu namorei tanto tempo com um monstro e não sabia... machista nojento!
"Cadê meu celular, preciso ligar para alguém" penso. Quando consigo encontrar, Steven toma ele da minha mão e o joga bem longe. O que este louco vai fazer comigo? Meu coração está acelerado, tudo está girando, não sei o que fazer.
- Victoria, vem aqui, senta na cama. - Ele parecia estar se acalmando, talvez queira conversar civilizadamente agora. - Já que você não é mais virgem, o pedrinho já fez o favor de comer você, agora é minha vez, não acha?
- Não seja nojento, Steven!!! Você acha que depois de tudo isso eu ainda vou transar com você? Nunca. - eu me levantei incrédula e tentei ficar o mais longe. Quem era ele? Que homem é esse que ele tinha escondido de mim?
- Mas eu não estou pedindo sua autorização! Você continua sendo minha namorada, então eu posso fazer o que eu quiser. - Steven se levanta e vem em minha direção.
Não, você não pode! Sai de perto de mim! - e corro o mais rápido possível para a saída.
Consigo correr até a porta, mas steven me agarra pela cintura, me levanta e me leva até o quarto. Naquele instante, sabia que ele mataria tudo de bom que existia no meu coração. Como eu queria que alguém escutasse os meus gritos e me socorresse... não aconteceu, mas eu gostaria.
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Já era de manhã, e acordei no hospital. Steven me machucou tanto que desmaiei e não sabia como fui parar no hospital, quem me levou e o que havia acontecido de tão grave em meu corpo.
Quando consigo abrir totalmente os olhos, observo em volta e vejo minha mãe conversando com o médico do lado de fora do quarto, ela parece muito preocupada, mas também aliviada. O que será que aconteceu comigo? Do lado da minha cama, está minha melhor amiga, que saudade que eu estava Dela, eu precisava dela nesse momento. Então encostei em sua mão para indicar que eu acordei.
- Oh, Victoria! Você acordou... não acredito!! Que bom! - ela parecia estar muito feliz! Por quanto tempo eu desmaiei?
- Eu desmaiei por quanto tempo? - falo com dificuldade, minha boca estava seca.
- Por 4 dias, Vic. Quase achamos que aquele infeliz tinha te matado! - eu podia reconhecer o ódio na voz dela, era o mesmo que eu estava sentindo.
- Quem... me trouxe até o hospital? - digo juntando todas as minhas forças só pra poder olhar para Kate.
- O próprio Steven... mas não vamos falar dele, ok? Vamos esquecer que ele existe! Se tudo der certo, ele vai preso e você nunca mais vai precisar olhar pra cara dele! - Kate sorri pra mim, e isso me deixa aliviada.
- Filha! Você acordou! Que bom... fico muito feliz. Que alívio! - diz minha mãe entrando porta a dentro e me abraça, com certo receio.
- O... o... que houve mãe? A senhora parece estar muito... preocupada.... - minha dificuldade para falar só aumenta. Preciso de água. - Me tragam uma água... por... favor.
- Claro, Vic. - diz Kate, parecendo que estava querendo dar alguns minutos a sós para minha mãe e eu.
- Vai... mãe... me fala.- a olho e vejo tristeza e piedade em seu olhar.
- Não tem um jeito fácil de te contar isso... - minha mãe começa a olhar para os lados, seus olhos estão cheios de lágrimas. Ela não consegue se segurar.
- Mãe... por favor... - minha mãe pausa mais uma vez, ofegante e já se debulhando em lágrimas.
- Você está grávida!
Meu coração aperta, minha respiração para... isso não pode ser real! Eu não quero essa criança! Não posso ter essa criança... A pior parte da minha vida terá uma lembrança eterna, a não ser que...