With Love (Niall Horan)

Capítulo 27

Cheguei à Irlanda e fui direito a casa, assim que entrei por aquela porta recordei cada momento que aqui vivi com a Anna a ultima vez que aqui estive. Atirei com a minha mala para o lado o que fez um grande estrondo, a minha mãe apareceu da cozinha muito aflita

-Niall? Eu não sabia que vinhas filho – ela olhou para mim e viu que nada estava certo. Abriu-me logo os braços e reconfortou-me o mais que conseguiu – oh filho, o que se passa amor? – Agarrei-me a ela e a única coisa que consigo fazer é chorar, é tentar libertar toda a dor que domina aqui dentro. Fui um irresponsável em vir para a irlanda sem avisar ninguém quando tenho compromissos da banda, mas neste momento eu não sirvo para nada nem para ninguém

-chatearam-se filho?

-não mãe. Eu não estou chateado, magoado ou furioso. Eu só estou cansado. Estou cansado de dar muito de mim e de receber pouco em troca. Estou cansado de enfrentar tudo e todos por nada. Eu estou cansado de acreditar em mentiras. Estou cansado que digam que o errado sou eu, estou cansado de criar esperanças e desapontar-me sempre. Eu só estou cansado – sentei-me no sofá e limpei as minhas lágrimas – no dia do funeral da mãe da Anna... ela foi correr e ligou-me para a ir buscar. Quando cheguei junto dela o ex-namorado dela apareceu, devias ver a cara de pânico dela mãe. Desde aí ela mudou muito, andava muito distante e confiava mais no Harry que em mim, mas algo de muito grave se passou... o Harry ajudou-a e ela fugiu, eu ontem cheguei a casa e tinha uma carta, não tinha nada dela, nada. Ela levou tudo mãe, levou parte de mim – deitei-me no colo da minha mãe e mais uma vez chorei até não conseguir mais, chorei até adormecer. Acordei às 20:00h, tinha um tabuleiro com comida na mesa de sala que estava em frente ao sofá, peguei no copo de sumo mas apenas molhei os lábios.

Fui até ao meu quarto e deitei-me na cama, fiquei montes de tempo a olhar para o teto. Não consigo pensar, não consigo sentir ódio ou rancor. Eu sei que não a odeio, eu amo-a, apesar disto tudo mas eu neste momento não consigo encontrar razões para ela me ter abandonado, para não ter confiado em mim. Depois temos o Harry... ele ajudou-a em tudo quando devia ser eu a fazê-lo, ele ajudou-a a fugir. A fugir de mim! Peguei no meu telemóvel e liguei-lhe, atendeu ao 2º toque

Chamada On*

-Niall? Onde é que tu andas? Todos esperamos por ti no estúdio para gravar, amanha vamos para tour e tu ainda não trouxeste as malas nem nada

-a Anna?

-ouve Niall... eu tentei contacta-la, mas ela apagou todas as contas das redes sociais. Liguei para a universidade... ela pediu outra transferência... pedi ao banco para acederem ao registo da conta, mas ela levantou todo o dinheiro... eu... não sei mesmo onde ela está. Eu vou continuar a tentar tudo. Eu vou traze-la de volta

-conta-me

-conto o que?

-conta-me tudo!

-Niall tu não queres saber, acredita...

-conta. Agora – disse o mais friamente possível

-ele seguiu-vos várias vezes... disse à Anna para se afastar de ti ou acontecia-te o mesmo que aconteceu à mãe dela... Niall ele mandou matá-la. Ele foi a minha casa com uns tipos e deu-me uma sova... ele... ele vi

-fala Harry!

-ele violou-a

O Harry baixou o tom e rapidamente todo o meu corpo se enche de raiva, apertei-o com toda a minha força antes de Harry voltar a falar

-Niall tens de vir, precisamos de ti

-desculpem, têm de começar sem mim. Eu vou encontrar a Anna, vou meter esse porco atrás das grades e só depois vou voltar para os palcos

-Niall tu não pod

Chamada Off*

Atirei o telemóvel contra a parede e este ficou desfeito em pedaços no chão. Todo o meu corpo está repleto de nojo, medo, raiva, um misto de sentimentos mas nenhum deles é positivo. Quando me sentei no chão encostado à cama a chorar a porta do meu quarto abre-se e a minha mãe entra disparada, provavelmente ouviu o barulho do telemóvel a partir-se

-oh filho não podes estar assim, tens de descansar – ela sentou-se ao meu lado e tentou abraçar-me mas eu afastei-me

-ele violou-a mãe. Ele violou-a e ela não me disse nada! Ela sempre me protegeu e eu não consegui fazer isso por ela – a minha mãe puxou-me para a cama e deitou-se comigo. Ouviu toda a merda, todo o ódio, todo o rancor que saia da minha alma, ela ouviu cada palavra sem nunca me repreender. Acabei por adormecer.

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