Missão Suícida

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Isaac "fantasma" Willians, eu não lembro muito bem o por que me chamam assim, muitos dizem que foi por eu ter entrado em uma vila de saqueadores ao Leste de Nova Jersey, matado todos que haviam lá dentro, e saido do local sem ser percebido, ou, da noite sangrenta em Oklahoma que também à rumores de que, naquela noite, eu morri por lá e oque apenas restou de mim foi minha alma, vagando pelo mundo, realmente não sei a origem deste apelido, mas até que eu gosto dele.
Isaac "fantasma" Willians, eu te conheço muito bem - disse ele sorrindo como se eu fosse um amigo que não via a anos - você é o melhor caçador de recompensas deste lado da Nova Terra.
Outra expressão que não ouvia a um bom tempo, "Nova Terra", como se essa nova fosse melhor que a antiga.
-Todos esses elogios não são apenas porque você é meu fã não é ?
-Hahahaha... o senhor é muito esperto Senhor Fantasma. Na verdade preciso dos seus serviços. É uma missão suícida, mas pra quem ja esta morto não é nada, não é mesmo ?? Hahahaha.
-E qual seria essa missão ? - disse já impaciente, odeio pessoas que enrolem demais.
-Preciso que vá a um laboratorio no Sul do Alaska, atualmente desativado claro, mas esta totalmente cercado por mortos vivos. Por isso é uma missão tão perigosa. - ele tira um mapa amassado de dentro da sua mochila velha, junto tira um pendrive - quero os arquivos que estão em um computador na Ala B, segundo andar do subsolo, sala 623.
-E oque tem nesses arquivos ? - olhando curioso pro mapa.
-Isso já não te interessa Senhor Fantasma - em tom sério e rispido - apenas preciso destes arquivos.
Olho de novo pro mapa para traçar uma rota, até por que, estou do outro lado do país então vai ser uma viagem longa e muito cansativa.
-Muito bem, eu aceito sua missão, porém existem as minhas condições.
-Claro, claro, oque o senhor quiser.
Toda vez que pego um trabalho, consigo sentir a ansiedade do meu "cliente" em ve-lo feito, da pra ver em seu olhar que ele realmente acha que o trabalho sera feito, e cá entre nós, essa missão não é nada pra mim.
-Eu quero 60% to pagamento adiantado e os outros 40% na hora da entrega, preciso de coordenadas exatas do local da missão e do ponto de entrega.
-Perfeitamente senhor - ele olha pro garçom e pede algo pra poder escrever.
-E ja que você disse ser uma missão suícida, o valor será alto.
-Valor pra mim não é um problema Senhor Fantasma - ele tira um saquinho com varias moedas dentro e põe emcima do balcão. Eu pego o saco e coloco de volta na mochila dele.
- Você é idiota ou oque ?? Quer morrer antes mesmo de ter a missão concluida, não se mostra dinheiro em lugares assim seu lesado.
-Hahahaha, me desculpe, foi realmente muita burrice minha. De quanto seria esse pagamento ?
-500 moedas, 300 agora e 200 quando eu chegar.
Ele me olha assustado, parece que havia acabo de engolir um sapo. Eu sorrio - O que foi ? É muito alto para o senhor ?
-Nã...não - disse gaguejando - claro que não, é até um valor simbólico devido ao verdadeiro valor destes arquivos.
Ele retira as 300 moedas e me entrega junto com o papel das coordenadas.
- Partirei amanhã pela manhã -me viro para o garçom - existe alguma hospedaria por aqui ?
-Há uma no fim da cidade senhor, chama-se Covil do Demonio, é o melhor lugar daqui, não tem como errar.
Com um nome desses realmente não tem mesmo, até parece que estou indo dormir em casa esta noite. Antes de me levantar o velho Campbell me chama de volta.
-Ora essa, o senhor não ira sair sem antes brindarmos nossa, digamos, negociação ? Garçom, por favor, duas doses do seu melhor whisky - ele olha pra mim com tanta felicidade que parece uma criança que acaba de ganhar seu presente de natal. Não tive como recusar, me sentei de volta.
-A nossa futura amizade - ele levanta o copo - Sallut.
Eu levanto o meu também, não tão alto, e viro a bebida, amarga e forte, porém com um gosto amadeirado no final, logo reconheci que era o meu preferido, Jack Daniel's, fazia tempos que não provava um desses, quase escorreram lagrimas pelos meus olhos, puro gosto de nostalgia americana, talvez eu passe pelo Tenessee só pra ver se ainda existe uma fábrica por lá.
Me levanto, pego minha bolsa e vou andando até a porta, antes que passasse por ela, Joseph grita:
-Boa viagem Senhor Fantasma!!
Tenho certeza que eu não era o único a sentir vontade de soca-lo nesse momento, todos que estavam ali queriam fura-lo e empalha-lo no portão da cidade igual aqueles dois condenados, mas eu apenas levantei o braço como forma de agradecimento e sai porta à fora.
Depois de 2 meses andando pelo país havia conseguido um novo trabalho, um trabalho do jeito que eu gosto, perigoso, que com certeza me rendera mais algumas cicatrizes, não sei isso seria masoquismo da minha parte mas, a dor faz eu me sentir bem, é como uma penitencia por ter deixado minha familia sozinha naquele dia e até hoje eu realmente não sei onde estão, acho que por mais arduo que possa ser, eu desisti de procura-los, odeio pensar nisso mas talvez ja estivessem mortos, e toda vez que esses pensamentos surgem em minha cabeça, meu coração aperta e me da vontade de sair sem rumo a procura deles de novo, como já fiz varias vezes, atrás de pistas vazias, destruindo ninhos de vespas sanguessugas e vilarejos de ogros, mas agora não posso perder meu foco, tenho uma missão e ela precisa ser feita.
Depois de um tempo ja caminhando, por mais incrivel que possa parecer, a cidade é grande, paro em frente a hospedaria Covil do Demonio, um prédio pequeno de no minimo 3 andares, não parecia um lugar tão ruim.
-Saia daqui seu pedaço de bosta - um homem é jogado para fora do estabelecimento como um saco de esterco de bufalo por um brutamontes de 2 metros de altura - e se aparecer aqui de novo, te partirei em 5 pedaços e te darei de almoço pros meus cachorros.
Realmente, não parecia um lugar tão ruim.

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