Beijo

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O Gustavo finalmente chegou com as comidas, não espera...
- Se você virar essa mão e não tiver nada de comida nela, eu não respondo por mim senhor Gustavo.
- Nossa, que menina brava meu Deus!
Ele virou e não tinha realmente nada nas mãos dele.
- Foi mal mas não encontrei nada aberto por aqui.
- Puts.
A Pri estava demorando muito pra sair de lá, já que ela (com certeza) não iria ver a Bianca.
- Peter pode ir embora, não precisa ficar aqui comigo, ainda mais sem comida.
Eu realmente estava com pena dele.
- Não, eu nem estou com fome. Ele disse piscando pra mim.
- Então ta bom. Dei de ombros.
A Pri apareceu com a Bianca segurando no braço dela no fim do corredor.
- É isso mesmo produção? O Gustavo disse tão surpreso quanto eu.
- Caraca hem! O Peter gritou.
- Vamos levar a Bianca pra casa gente!
A Pri disse quando chegou perto de nós.
- Ela vai ficar sozinha se for pra casa dela. O Peter falou.
- É pra nossa casa, e não pra casa dela.
Ótimo a paz tinha reinado, ou iria acontecer a terceira guerra mundial (mesmo a Bianca desse jeito).
Passou o tempo e eles foram embora, perguntei o médico se o Rafa podia ter acompanhante, ele deixou e fui ficar com ele... ah, com o Peter atrás.
- Ué, você não foi embora ainda? O Rafa me perguntou quando entrei no quarto onde ele estava.
- Não, eu vou ficar aqui com você.
- Peter? O Rafa disse quando viu ele.
- É, ele também...
- Não precisa ficar aqui comigo Carol, eu estou bem, amanhã mesmo eu já devo ir pra casa.
- Precisa sim e vou.
- Então ta bom, vocês que sabem.
Me sentei em uma cadeira que estava do lado da cama do Rafa, fiquei ali até ele dormir, e o Peter ta meio que "jogado" no chão, deve está morrendo de sono, coitado.
- Psiu. O Peter me chamou.
- O que foi? Disse sussurrando.
- Vem cá.
Não sei porque, mas eu fui, me sentei do lado dele, ali no chão mesmo.
- Como pode né?
- O que?
- As coisas ruins acontecerem com uns, e beneficiar outros.
- O que você está querendo dizer?
- Coisas ruins com uns... Ele apontou o dedo pro Rafa. - Beneficiar outros... Ele apontou o dedo pra ele.
- Ainda não entendi, você está achando bom ter acontecido isso com ele?
- Não, é claro que não Carolzinha, mas pensa só, eu sempre quis ter um espaço de tempo para conversar com você, mas você sempre corre, fica na defensiva e acabo desistindo.
- Tá querendo se aproveitar disso tudo, achando que vou mesmo esquecer?! Entendi o seu joguinho.
- Não é joguinho, e você está fazendo isso de novo.
- Que seja! Dei de ombros.
- Carol, tem vez que fazemos escolhas erradas na vida e parece que eu escolhi errar sempre, errei com você, com a Priscila, e principalmente com o Gustavo, eu fui um grande babaca, mas eu mudei.
Ele disse pegando no meu rosto e virando pro lado dele.
Acho que já ouvi esse negócio de escolha errada uma vez.. é já ouvi mesmo.
- Que mudou Peter, mudou da noite pro dia? Desde quando tem jeito?
- Desde quando você reconhece seus erros e sabe que precisa mudar e corre atrás disso.
- Tá, mas porque está me falando isso? Não sou psicóloga.
- Porque eu aprendi a te olhar diferente, olhar seu jeito, seu sorriso, seu olhar e descobri que eu gosto de você, que você não é uma pessoa qualquer na minha vida.
- Tá, mas você também gosta da Pri, do Gustavo, porque não falou isso pra eles?
- Mas de você, eu gosto diferente Carol.
- Diferente como? Eu queria mesmo saber.
- Diferente assim..
Ele me beijou, eu deixei, não me afastei dele como aconteceria com qualquer um que vem sem ser convidado.
Mas onde eu estava com a cabeça? Ele é o Peter, isso não pode está acontecendo, o beijo estava bom, mas esse poderia ser qualquer textinho barato que ele usa pra ficar com as meninas, me afastei dele.

Peter narrando.

Fiquei com a Carol no hospital, onde o Rafael estava, realmente eu acho que acontece coisas ruins com uns e acaba beneficiando outros, depois do que eu fiz com ela era impossível dela ficar cinco minutos perto de mim, pra me ouvir, foi aí que veio a ideia de ficar com ela no hospital, pelo menos ela não sairia correndo. Fiquei sentado no chão olhando pra ela que estava em uma cadeira bem ao lado do irmão, resolvi chamar ela e esclarecer algumas coisas que estava intalado. Eu realmente estava gostando dela, bom no início o Ricardo apostou comigo se eu conseguiria pegar ela, o que foi infantil mas acabei aceitando, mas por fim eu acabei me envolvendo com ela, eu precisava falar pra ela o que estava acontecendo antes que saísse algo sobre esse assunto. Decidir falar, e rolou um beijo, estava bom ali, não importava mais nada, mas aí ela se afastou.
- O que foi? Eu disse pegando no rosto dela.
- Não é nada...
Eu sabia que era alguma coisa, é claro que era.
- É você, você acha que eu sou boba?
- Oi?
- Você acha que eu não sei que você fala isso pra todas?!
- Ah meu Deus, é claro que não Carolina, eu estou falando pra você porque é real.
- Sério?
- Claro que sim, poxa.
Ela me abraçou.

Carol narrando.

Fiquei ali sentada no chão com o Peter, acabei dormindo no ombro dele, mesmo desconfiada de tudo aquilo que ele disse.
Acordei com beijinhos no rosto (ninguém imaginaria).
- Bom dia!
- Caraca, que bom humor é esse? Que horas são?
- 6:50 AM.
- O que?
- Gostou mesmo de dormir aí né?!
Espera.. puts, voltou o Peter convencido. Levantei.
- Não, aliás podia ter me acordado faz tempo.
- Sei.
Arrumei o cabelo e olhei no celular, tinha sete chamadas não atendidas da desesperada da Mari.
Liguei pra ela antes que o médico passasse aqui.

- maluca menina? Ela atendeu.
- Oi pra você também delicada.
- Sou delicada sim, mas depois das 11h.
- É que me ligou ontem sete vezes doida.
- Ah é, verdade. Vi a notícia do Rafa, como ele está?
- Ele ta bem, acho que hoje ele volta pra casa.
- Ah sim, que bom, onde você está?
- No hospital.
- Sozinha?
- Não, comigo. - Voz intrusa.
- Comigo quem? Ela perguntou.
- Com o Rafa Mariana.
- Ei, não era a voz do Rafa... espera, eu sei de quem é essa voz, é o Pet...
- Tchau, beijo. Interrompi.
- Esper...
Desliguei.
- Não sabe fechar essa boca e deixar fechada não seu idiota?
- Não.
- Percebi mesmo.
- Vou lavar meu rosto, fica aí, se o Rafa acordar você me chama, se o médico não aparecer.
- Ta bom, vai lá babona.

Estou a sua esperaOnde histórias criam vida. Descubra agora