Lavei meu rosto e voltei pra sala onde o Rafael estava e encontrei com o Peter conversando com o médico:
- ... ah eu não sei... Carol, aqui, o médico perguntou se tem alguém na sua casa que pode ficar proibindo o Rafa de fazer qualquer coisa com a perna dele.
- O que?
- É assim, como ele quebrou a perna ele vai ter que ser acompanhado com orientação médica, mas também não pode facilitar a perna com nada, mesmo ele sendo o responsável por ele mesmo, alguém precisa ficar de olho. O médico disse.
- Tudo bem,eu fico. Respondi.
- Você fica em casa o tempo inteiro?
- Não! O Peter disse.
- Não? O médico olhou sério pra mim.
- Fico, fico sim, tem a escola mas eu arrumo um jeito.
Dei um sorrisinho pra ele e logo fechei a cara pro Peter.
- Então, vocês já podem ir.
O médico escreveu alguma coisa em alguns papéis e me entregou. Chegamos em casa e encontramos a Bianca sentada no sofá da sala, como não tinha jeito dela levantar e abraçar o Rafa (que estava sendo carregado por dois homens do hospital), ela só levantou e ficou olhando pra ele com cara de preocupada e praticamente comendo todas as pelinhas do dedo, as que ainda sobraram. Os homens saíram e ela já foi correndo pra perto dele.
- Rafa! Ela disse abraçando ele no sofá.
- Oi minha linda, tudo bem? Ele retribuiu o abraço e deu um beijo na testa dela.
- Comigo sim, já com você...
- Comigo vai ficar bem. Ele deu uma piscadinha pra ela.
Percebi que eu estava praticamente segurando vela, resolvi subir pro meu quarto pra descansar. O Peter foi saindo de fininho achando que eu não ia notar, alcancei ele já na porta.
- É... obrigada por ficar lá comigo...
- De nada, se precisar estou aqui sempre.
- Você já está indo?
- Estou.
- Se quiser ficar pra descansar...
- Não precisa.
- Fica, depois você vai com o Gustavo, acho que ele está aqui ainda né. Eu disse apontando o dedo pra blusa dele, que estava no sofá.
- Não, eu me viro.
Insistir cansa senhor Peter, entra logo vai.
- Fica quieto e entra logo de novo, vou arrumar um lugar pra você ficar. Eu disse puxando-o pelo braço.
- Bi, vou deixar o Rafa com você e vou descansar um pouco, pode ser?
- Claro, pode ir lá.
- Não deixa ele fazer esforço nenhum com a perna não ta bom?
- Ta bom. Ela respondeu.
- O Peter vai ficar também? O Rafa perguntou.
- Vai sim, depois ele vai embora com o Gusta.
- Na minha cama eu espero que ele fique.
- CLARO, RAFAEL. Quase gritei.
- Quartos separados, camas separadas, tudo separad..
Subi correndo puxando o Peter pelo braço, meu irmão quando começa ser inconveniente, ele não para mais. Mostrei o quarto do Rafa pro Peter, e já fui saindo pro meu.
- Esse é o seu, estou indo porque estou exausta.
- Jura?
- O que? Não entendi.
- Jura que não vai ficar aqui comigo?
- Quartos separados, camas separadas, tudo separado, eu costumo ser obediente. Falei saindo.
- Tá legal, vai lá.
Entrei pro meu quarto exausta mesmo, mas eu tinha que tomar um banho pra tirar todo aquele odor de hospital. Esqueci do Peter também, voltei no quarto do Rafa, e ele estava deitado na cama, deitado não, jogado na cama pra ser bem sincera, nem tirar o calçado ele não tirou, só se jogou mesmo. Era pra eu ficar quieta no meu canto e voltar pro meu quarto, mas não, eu fiquei.
Entrei devagar no quarto e tirei o tênis dele, eu não podia deixar de olhar pra ele e lembrar do que aconteceu na noite anterior. Ele podia está realmente falando a verdade, ou não.
- Peter... Chamei ele baixinho.
- Oi. Ele respondeu com os olhos ainda fechados.
- Deita direito...
Ele se mexeu na cama e deitou como uma pessoa normal dorme, ou quase normal, pois deixou um braço pra fora da cama, sentei e tentei colocar o braço dele na cama e empurrar ele um pouco pro outro lado, já que estava vazio.
- Peter, quer tomar um banho?
Ele resmungou alguma coisa e me puxou com o braço que eu tinha colocado no lugar, e deu um sorrisinho. Minha vida é feita de "era pra eu..." e ali estava mais uma parte de "era pra eu..." tirar o braço dele e me mandar pra MINHA cama. Mas não, eu simplesmente deitei e aproveitei aquilo. Estava bom ali, mas eu não podia ficar com ele de jeito nenhum. Resolvi levantar, pois eu estava tão cansada que era bem capaz de dormir ali mesmo.
Levantei devagar e dei uma última olhada pra ele e fui para o meu quarto. Eu não sabia o porque, mas eu estava feliz, de um jeito estranho, não como a noite passada, mas estava. Desmaiei na cama.
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Estou a sua espera
Teen FictionEle era um completo idiota. Mais do que alguém pode imaginar. Ele. Paulo Henrique que todos chamam de Peter. Ele é amigo da minha irmã então mesmo se eu quisesse esquecer aquele bugre não era possível. Ele estava no 1 ° ano e eu resolvi me " apaixon...