Meu meio irmão

Saudades de casa

      Semanas se passaram desde que me mudei para morar com meu pai, fiz amigos digamos interessantes na nova escola e tenho tido um bom relacionamento com a minha "nova família". Tornou-se raro conversar com minha mãe, lembro de quando nossas conversas eram frequentes e parecia que minha melhor amiga era ela, a pessoa que podia contar tudo, desde o que comi até sobre algum garoto interessante. Sempre procurei ter uma relação aberta e saudável com meus pais, embora tenha passado minha vida longe de meu pai, nós conversávamos quando tínhamos a oportunidade, às vezes por mensagem ou skype, mas mantínhamos o costume de pelo menos um "bom dia" todas as manhãs.
      Por muito tempo, senti que não pertencia a nenhum lugar, como se todos tivessem um grupinho de amigos que se identificassem, já eu, não. Uma garota introvertida, poderia ser assim minha descrição até o ensino fundamental, era dona de uma timidez absurda, mas os poucos amigos que tinha, eram com certeza os melhores. Quando percebi que o ensino médio se aproximara, apesar de exteriormente parecer bem e preparada, por dentro estava enlouquecendo por todas as coisas que já ouvira falar.
     A melhor amiga da minha mãe, sempre disse que o ensino médio era um momento decisivo na vida social, e o primeiro ano poderia definir tudo. Com quem você faria amizade, como se comportaria, mas acima de tudo manter as boas notas. Bom, a última parte não foi um trabalho difícil para mim...quanto a parte social, sem comentários!
    Ao chegar em um novo país, sabendo que seria possivelmente meu último ano de colegial, estava ansiosa, mas procurei não criar expectativas. Embora acidentalmente mesmo não admitindo já havia muitas expectativas sobre como seria meu 3° ano, e sobre o que o futuro me reservava. Já ouvi dizer algumas vezes que ao chegar no último ano, os alunos não pensam naquele ano em si, e já na faculdade, estava morrendo de medo de reprovar, mesmo sabendo que minha tendência sempre era ser a nerd da escola.
    Naquele momento com todas essas confusões sobre minha vida acadêmica e social, senti um pouco de saudade de casa, mesmo sabendo que agora morava aqui e teria que me acostumar! Seria uma tarefa difícil, confesso, mas não impossível (como minha mãe sempre dizia). Às vezes desejava que tudo fosse simples como nesses filmes, que a garota se muda e faz muitos amigos, e de brinde vem um namorado (haha). Porém, a realidade era diferente, sei que não sou uma garota feia, mas com certeza não sou a mais atraente, a mais legal, só que sempre fui a mais inteligente, e isso é o que mais importa para mim.