Capitulo 2

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Miguel:

Chegou o grande dia! Não, eu não vou me casar, se é isso que estão pensando. O grande dia que me refiro, é o dia que retorno ao Brasil.

Vim para a Europa com quase 17 anos, para fazer a minha faculdade de engenharia, que sempre foi o meu sonho, e de administração para seguir os caminhos do meu pai na empresa. Depois de longos 11 anos, estou voltando para minha aconchegante casa no Brasil.

Cheguei no aeroporto de Roma, com a minha passagem em mãos, não demorou muito e já estava embarcando. Iria ser uma viagem longa!

Depois de 15 horas, cheguei ao aeroporto do Rio de Janeiro. — Ah, que saudade eu estava desse clima, dessa cidade! Liguei para meu pai e avisei que já estava no seu aguardo. Nesse meio tempo, fui analisando o quanto as coisas mudaram durante a minha temporada fora. Algum tempo depois, reconheci a famosa BMW prata, seguindo em direção ao estacionamento. Visualizei Sr Alberto de longe e segui com passos apressados ao seu encontro.

A saudade era inevitável, mas rever o meu pai, poder tocar, abraçar, conversar, me fez perceber realmente o quanto eu sentia falta de tudo isso. Olhar em seus olhos e ver a emoção do nosso reencontro não tinha preço.

****

Poucos metros de distância e já reconheço aquele enorme portão preto. Tudo parecia estar do mesmo jeito que deixei quando eu fui embora. Entramos e toquei a campainha... só não esperava que uma mulher, tão linda como aquela, fosse me receber. Ela era espetacular, aparentava ter uns vinte e três anos, usava um vestido justo na região dos seus seios e solta da cintura para baixo, e ia até o meio da suas grossas e belas coxas. Só em vê-la e com aquela vestimenta, foi o suficiente para que meus pensamentos fluíssem e as imaginações tomassem conta das minhas cabeças, sim isso mesmo, a de cima e a de baixo! Nos encaramos por um bom tempo, eu poderia ficar preso naquela cena pelo resto da vida, até que a minha mãe veio, despertando a nossa atenção.

— Oooh, chegaram! — Pronunciou-se eufórica ao me ver.
— Mãae! Que saudade! — Já fui puxando-a para um abraço e enchendo-a de beijos.
— Agora sim, minha família está completa novamente. — Meu pai se aproximou, puxando-nos para um abraço triplo.
— Vai meu filho, tome um banho relaxante e desça, pedi para a Tereza fazer aquele prato que você ama! E claro, você tem que me contar como foi sua viagem.
— Claro, mãe! Falando nisso, cadê a Tereza e o Paulo? Senti muita falta da comida que só ela sabe fazer e das brincadeiras do Paulo.
— Estão na cozinha.
— Vou lá falar com eles! — Segui em direção a cozinha para reencontra-los.

Narrador:

Miguel deu um grande abraço na Tereza, que ficou surpresa em como ele havia crescido, e no Paulo, que teve a mesma reação. Seguiu até o seu quarto para tomar banho. Ficou impressionado ao ver como estava todo organizado, do mesmo jeito que deixou antes de viajar. Entrou no banheiro, tomou um bom banho relaxante e novamente se perdeu em seus pensamentos. — Quem era aquela menina? O que foi aquilo que aconteceu quando ela abriu a porta? — Foram tantos pensamentos que nem percebeu o tempo passar.

***

Voltou para o quarto e resolveu usar uma roupa simples, uma calça moletom cinza e uma camiseta preta colada, deixando seus maravilhosos músculos em evidência. Quando desceu, seus pais já estavam a sua espera na sala de jantar.
Miguel acomodou-se na cadeira que costumava sentar antigamente e fitou seus pais.

— Nem acredito que estou de volta — Disse segurando a mão da sua mãe.
— Ah meu amor, e você não sabe a felicidade que estamos em te-lo conosco novamente.
— Já pedi para servir o jantar, meu filho, tenho certeza que está com fome.
— Sim pai, estou com muita fome mesmo. To com água na boca só de lembrar da comida da Tereza.
— Pedi para que ela, o Paulo e a Gabi, viessem jantar conosco hoje.
— Gabi, Gabi.. A filha deles, mãe? —Perguntou surpreso, ele havia esquecido totalmente que, quando viajou o Paulo e a Tereza já tinham uma filha.
— Sim meu filho, a filha deles, esqueceu da Gabi?
— Nossa mãe, tinha esquecido completamente dela. — Falou em tom de graça e todos riram. — Onde ela está?
— Olhem eles ali! — Alberto apontou em direção a Paulo, Tereza e Gabi.

Miguel fixou o seu olhar na direção que seu pai havia apontado e viu aquela linda menina, a mesma que tinha aberto a porta mais cedo, acompanhada de Paulo e Tereza. — Meu Deus! Essa é a Gabriela?! Como ela cresceu! Ela está maravilhosamente linda! — Pensou com o queixo quase no chão de tanta surpresa! 

****

Gabriela:

Estava com a cabeça baixa, visualizando uma mensagem que havia chegado no meu celular e de repente me deparo com um Deus grego me encarando, logo deduzi que era o Miguel pois ao seu lado estava o Sr. Alberto. Nos encaramos por um bom tempo e só desviamos o olhar quando Sra Miriam veio até nós. Ele foi falar com a mãe e o seu pai entrou levando as malas para dentro da casa. Vi a família Hernandez em um abraço triplo bem carinhoso, saí de fininho e fui até a cozinha onde a minha mãe já orientava a Celina, uma das empregadas, a servir o jantar assim que o Sr. Hernandez pedisse. Fiquei observando-a e logo veio em meus pensamentos a imagem do Miguel me fitando com aquele olhar devorador que deixa qualquer calcinha molhada. — Meu Deus! Que pensamentos são esses? Acorda Gabriela! Ele nem falou com você, nem deve lembrar que você existe! Meu subconsciente me alertava. Despertei dos meus pensamentos quando ouvi minha mãe e a Sr Miriam me gritando.

—GABRIELA! — falaram ao mesmo tempo. Tomei um baita susto que quase caí da cadeira.

— Meu Deus, o que houve? Aconteceu alguma coisa? — Falei com os olhos arregalados e com a mão ainda no peito, subindo e descendo devido a respiração descompassada. Elas riram.
— Por onde essa cabecinha estava andando, minha filha, que desligou-se completamente desse jeito? — Ah, se a senhora soubesse mãe.

— An? Não foi nada não mãe, besteira!
— Eu vim convidar você e seus pais para jantarem conosco Gabi, em comemoração a volta do meu filho.

A Sr. Miriam é uma pessoa maravilhosa, ela sempre gostou de mim e dos meus pais. Lembro que sempre me deixava brincar aonde eu tivesse vontade dentro da casa, nadar na piscina... Acho que ela me ver como a filha "mulher" que ela não teve.

Confesso que quase tive uma parada cardíaca com o convite. Fiz a minha melhor cara de paisagem, para que ninguém percebesse o pequeno furacão que havia se formado dentro de mim.

— Claro, Sra Miriam. Nós iremos sim, não é mãe? — Dei o meu melhor para que pudesse transparecer calmaria.

— Claro filha, vou comunicar ao seu pai.
— Ótimo! Vou aguarda-los na sala de jantar. E Gabi, meu amor, já falei que não precisa me chamar de senhora, apenas Miriam. — Sorriu e seguiu seu destino.

Minha mãe retornou com o meu pai, de banho tomado e vestida incrivelmente linda, meu pai não ficava atrás, estava tão lindo quanto ela. Somos uma família simples, mas não significa que iremos sair de qualquer jeito em ocasiões como essa, por exemplo.

Seguimos até a sala de jantar e lá estava ele. A camiseta preta que usava, lhe caia muito bem, deixava seus músculos em evidência. Nossa! Como ele conseguiu ficar ainda mais lindo?

Nos aproximamos da família e Miguel cravou o seu olhar diretamente em mim. Dessa vez foi um olhar diferente, ele parecia estar surpreso ao me ver. Por que será?
Desviei o meu olhar mas ainda sentia o dele sobre mim.

— Boa noite! — Cumprimentamos.

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Continua...

Atualizado em 20/10/2020.

Amor Proibido (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora