Drag Me Down ( Harry Styles Fanfiction )

Capítulo 6.

A música é ensurdecedora, um bate bate do inferno que sacode meu cérebro.

- Você está com essa cara desde que chegou - David diz, estou encostado no balcão do bar da boate, dia de domingo o lugar fica mais cheio do que o normal - aconteceu alguma coisa?

- Não, não aconteceu nada - é tudo que respondo, me afasto, indo sentar na mesa, onde meus amigos estão sentados.

- Eu já vendi tudinho - Julian diz, sorrindo feito um idiota, seus olhos estão vermelhos, assim como os olhos dos outros ocupantes da mesa.

- Qual é o rolo Styles? - John pergunta, tragando seu cigarro.

- Nada - me sento ao seu lado - então, já venderam tudo mesmo?

- Tudinho - Savannah sorri, seu cabelo loiro está preso em coque, deixando seu pescoço em evidência - Nate vai vir aqui hoje?

- Não, hoje eu estou por conta de vocês, então podem ir me passando a grana - estico a mão e todos eles vão colocando várias notas na minha mão - belo trabalho - digo, olhando as notas - bom, Nate disse que é para ser bem generoso com vocês - começo a contar o dinheiro.

- Espero que seja, já estou sem nada na carteira - Mike diz - estou precisando de grana.

- Você está sempre precisando - Savannah ri.

- Aqui está a parte de vocês - entrego a cada um sua parte correspondente e os quatro sorriem - agora que já estão com essa grana, aproveitem a noite - levanto.

- Fica, vamos beber, dançar, fumar um cigarro, tem uns dias que não vejo você fumar - Savannah olha para mim - fica, podemos nos divertir... Você e eu...

- Ai Savannah, não tem vergonha de ficar se oferecendo na minha frente? Eu sou o seu irmão! - Julian diz, arrancando risadas dos outros, menos a minha.

- Cala a boca Julian - ela dá um tapinha na cabeça do irmão - então Harry, vai ficar? - ela sorri maliciosamente.

- Não, eu vou embora, estou nessa boate há horas, meu cérebro está sacudindo por causa dessa música do inferno, vejo vocês amanhã na escola - dou as costas para eles e sinto alguém puxar meu braço, olho por cima do ombro e vejo que é Savannah - o que você quer?

- Você sabe, mas hoje você parece não querer, acabou de me rejeitar, qual é o seu problema? Desde que você bateu na esquisita, você ficou assim.

- Não tem problema nenhum e a Emily não é esquisita - Savannah arregala os olhos.

- Você a chamou pelo nome? Não acredito! - ela solta meu braço - eu ouvi isso mesmo? Você chamando a esquisita pelo nome?

- Tchau Savannah - começo a me afastar e ouço Savannah berrando meu nome e falando outros palavrões.

[...]

Cheguei em casa e fui direto para a cozinha, para procurar algum remédio para dor, resultado: não achei. Não costumo comprar remédio nenhum, porque resolvo tudo bebendo, mas dessa vez, nem duas garrafas de vodka acabariam com a minha dor de cabeça.

- Inferno - me remexo na cama, minha cabeça está latejando tanto, parece que vai explodir.

Levanto e sento na cama, com as mãos na cabeça. Eu poderia sair e ir atrás de alguma farmácia, mas estou com muita dor, poderia perguntar para algum vizinho, mas não tenho contato com nenhum e sempre que trombo com algum deles no elevador, eles me olham com medo. Começo a me lembrar da minha mãe, ela sempre sabia o que fazer nessas horas, toda vez que eu me queixava de alguma dor ou quando eu ficava doente, ela sempre cuidava de mim.

" Todo mundo esconde uma dor, você não? "

A maldita frase não sai da minha cabeça. É claro que todo mundo esconde uma dor, por que eu seria diferente das outras pessoas? Sou humano, também sofro, só não deixo que os outros fiquem sabendo. Minha vida, meus problemas, minhas dores não pertencem a ninguém, somente a mim, ninguém precisa saber que meus pais viviam um casamento de fachada, que meu pai já tinha outra mulher, que até a minha irmã sabia de tudo e eu não, que perdi minha virgindade com uma mulher mais velha e que me traiu com meu amigo, que peguei os dois no flagra, ninguém precisa saber que me sinto sozinho.

Ninguém precisa saber das merdas que já fiz desde que cheguei aqui, ninguém precisa saber de nada da minha vida, não devo satisfações a ninguém, eu faço o que bem quiser com a merda da minha vida, sou dono da minha vida, do meu destino.