Capítulo 17.

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Viro de lado e vejo que a tv está ligada, está passando um programa sobre a vida marinha, a câmera foca em um peixe muito feio e isso me faz abrir mais os olhos. Me levanto, todo dolorido, olho para a janela, já é de manhã, sento no sofá esfregando os olhos. Começo a lembrar dos acontecimentos da noite passada, a boate, Savannah, Nate, Emily... Passei algum tempo olhando ela dormir, ajoelhado no chão, ao lado da cama, segurando a vontade de deitar com ela, chorando baixinho, deixando as lágrimas molharem minha calça, nem lembro como vim parar no sofá. Fico em pé, passo a mão no cabelo e ao olhar para a porta do quarto, ela está aberta.

- Emily? - a chamo e nada de resposta, vou até o quarto e ao chegar na porta, a cama está arrumada, volto para a sala e ligo para a portaria, por um milagre alguém atende - oi, é o Harry, do sexto andar, então, por acaso passou alguma garota aí? Ela estava usando um vestido preto? Sim, essa mesmo, ok, sim, obrigado - volto novamente para o quarto, pego meu celular e vejo as horas - sete e dez, bom, ainda tenho tempo - pego a camisa que Emily usou, está com o cheiro dela, ao olhar para o chão, vejo um pedaço de papel - um bilhete - pego o papel e desdobro, é um bilhete da Emily.

Não sei se você vai encontrar esse bilhete, espero que sim. Eu decidi ir sozinha para minha casa, não quero mais te dar trabalho, agradeço pelas roupas e por ter me cedido sua cama, dei uma olhada no seu pé antes de ir, achei a pomada de menta e passei no seu dedão, onde pisei - desculpa - você não colocou o gelo e ficou inchado, a pomada deve ajudar. Não precisa cumprir com sua palavra, você sabe do que estou falando. ”

- Eu não mereço alguém como você Emily - suspiro. Ela é inacreditável, depois de tudo que aconteceu, ela ainda é capaz de pedir desculpa por ter pisado no meu pé e ainda passou pomada nele - mas a parte de cumprir com minha palavra, isso infelizmente não vou obedecer, vou cumprir com o que eu falei e agora.

[...]

Tomei banho e me arrumei o mais rápido que pude, calçar o tênis não foi um problema, meu dedão não estava mais inchado, a pomada milagrosa da Emily ajudou bastante. O único problema seria chegar na casa dela e ela já ter saído ou chegar lá e ela me mandar embora. Minhas mãos seguram o volante com força, meu coração acelera.

- Será que ela já foi? - estou parado na frente da casa dela faz três minutos, faltam quinze para as oito, respiro fundo, passo as mãos suadas na calça e saio do carro, as janelas estão fechadas e nem sinal do carro do Ryan - será que Ryan ainda não chegou?

A porta se abre, é Emily, ela parece congelar ao me ver, está linda, o cabelo bem liso, de salto alto e vestido, um vestido bem bonito, rosa-claro, de alcinha, mais comprido que o vestido de ontem, ela fecha a porta e guarda algo na pequena bolsinha, passo a mão no cabelo e ajeito as mangas da camisa.

- Você não deve ter achado o bilhete que escrevi - ela diz, ao parar na minha frente, ela está linda, mas com os olhos cansados.

- Eu achei sim, mas eu quis vir, eu disse que iria com você na igreja, mas se você não quer que eu vá, posso ir embora, vou entender - ela me olha dos pés a cabeça, um sorriso pequeno ameaça se formar em seus lábios, mas quando seus olhos encontram os meus, ela fica séria - eu ainda quero ir com você, prometo não incomodar.

- Tudo bem, não posso te impedir de ir - ela dá de ombros, se aproxima um pouco mais e estende a mão - a gola da camisa, está torta.

- Obrigado - sinto as bochechas esquentaram.

[...]

Não tentei puxar assunto com Emily dentro do carro, apesar de ter ficado com vontade de fazer um elogio. Eu dirigi em silêncio até a igreja, foram os minutos mais torturantes da minha vida, ter Emily ao meu lado, depois de tudo que aconteceu ontem e não ter coragem de falar, de abrir a boca, me senti o cara mais frouxo do universo. Chegamos na igreja e a missa já tinha começado, a igreja já estava cheia, mas o último banco do lado direito estava vazio e foi onde sentamos. A igreja é grande, parecida com a que eu frequentava quando era criança, mas depois que cresci um pouco, parei de ir, não lembro exatamente o motivo, só sabia que fazia muito tempo que não entrava em uma igreja.

Drag Me Down ( Harry Styles Fanfiction )Onde histórias criam vida. Descubra agora