IV

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NOTA: Se estás aqui pela primeira vez, ignora esta nota e aproveita o capítulo. Se esperavas por este capítulo e uma continuação, deverás ler os capítulos anteriores novamente, pois foram alterados e atualizados! Boa leitura!!!


A semana dos testes intensivos tinha passado. Já não havia mais testes atolados nem apresentações de trabalhos. Estava muito feliz por não ter que queimar pestanas todos os dias a estudar.

Durante este tempo pensei seriamente em relação ao Daniel. Um dia destes juntei toda a minha coragem, meti o medo de lado, mandei-lhe mensagem e começamos a conversar. Ele era muito engraçado e tinha uma ótima personalidade. Falávamos todos os dias sem exceção, o que era muito bom porque assim evitava falar com o meu pai, que por acaso ainda estávamos chateados um com o outro. Tínhamos conversas mínimas. Ele tentava sempre puxar por mim, mas eu não cedia.

Tinha agora saído do ultimo teste e estava a ir almoçar com o Daniel. Ele já não andava na escola pelo que tinha muito tempo livre. Costumava de ter um trabalho numa loja de CDs, mas perdeu o emprego porque a loja fechou.

Chegamos ao Mcdonalds e eu fui logo pedir para os dois. Rapidamente o pedido estava pronto e sentá-mo-nos a comer.

"Finalmente os testes acabaram." Ele disse.

"A quem o dizes, já não podia ver mais história nem matemática à minha frente." Bufei e bebi um pouco da minha Coca-Cola.

"Agora já me podes dar atenção como deve ser." Sorriu. Eu olhei para ele e corei.

"Até parece que não te dou atenção."

"Eu estava a brincar." A sua resposta não tinha saído bem. Não tinha percebido se ele realmente queria a minha atenção ou não. "O que é que queres fazer quando acabares a escola?"

"Quero seguir artes, gostava tanto de entrar na universidade de belas artes ou design."

"Gostas de desenhar? Não sabia." Perguntou admirado. Era normal, nunca lhe tinha dito que gostava de desenhar.

"Adoro, desde pequena que o faço e espero nunca perder o jeito."

Continuamos o resto do almoço a falar sobre a minha paixão pelas artes. Ele também contou que costumava de fazer teatro e que gostava de voltar a representar e até mesmo fazer filmes.

Depois ele sugeriu que fossemos à praia onde nos conhecemos quase há duas semanas e aceitei. Ficamos lá a olhar para a mar até que eu fui até a água molhar os pés e depois ficamos a atirar pedras. Eventualmente começámos a tentar construir um castelo na areia, mas isso acabou numa luta de areia que não causou um bom resultado. Já estava a ficar cansada então deitei-me na areia e fiquei a olhar para o céu. Estava parcialmente azul, com poucas nuvens, e comecei a imaginar figuras até que me sinto cheia de areia. Ele tinha despejado um monte de areia na minha barriga. Levantei-me e corri atrás dele, até que ele parou de repente o que me fez ir contra ele e caímos ambos no chão. As nossas faces estavam muito perto uma da outra e voltei a ficar nervosa. Não conseguia perceber o que estava a sentir. Quando o senti a aproximar-se levantei-me muito rápido e afastei-me dele. Não podia beijar alguém que mal conhecia.

"Desculpa." Ele disse. "Não era suposto que isso acontecesse." Senti-me um pouco ofendida e triste porque apesar de me ter afastado, eu queria.

"Esquece isso. Apenas leva-me para casa, não me estou a sentir bem." Não conseguia olhar para ele sequer neste momento.

O caminho para casa foi bastante silencioso e torturador. Era muito estranho a maneira como este rapaz me fazia sentir... Eu não o conhecia de lado nenhum, não sabia nada dele. Só queria chegar o mais rápido possível a casa. Estava molhada e com areia por todo o lado. Ainda por cima a viagem parecia nunca mais acabar.

O Perfeito Desconhecido | Maggy Austin | PTOnde histórias criam vida. Descubra agora