Holly abriu os olhos e piscou para se ajustar a escuridão. O corpo estava aquecido e ela soltou um bocejo.
Estava com a cabeça no peito de Adam, suas mãos ao redor dela. Um homem nu apertando-se atrás e ela olhou por cima do ombro, tentando ver se era Ethan ou Ryan. Pelo que podia ver era Ethan. Fechou a expressão. Onde estava Ryan?- Você acordou – murmurou Adam.
Ela maneou a cabeça, vermelha, contente por ele não poder vê-la direito na escuridão. Seus braços a apertaram e ele puxou-lhe a cabeça para debaixo do seu queixo.- Você está bem?
Ela concordou contra seu peito. Estava muito bem. Nunca se sentira tão bem na vida. Aconchegou-se melhor em seus braços, amando a sensação de segurança que tinha em seus braços. Levantou o rosto trazendo os lábios para perto de sua orelha.- Onde está o Ryan?
Adam ficou ligeiramente tenso, mas continuou passando a mão em uma suave carícia nas suas costas.- Ele foi para o quarto – disse.
- Por quê?
Adam olhou fixamente para o teto.- Ele não dorme bem. Tem pesadelos. Não quer que nós o ouçamos.
Holly ficou preocupada. Ela viu o tormento nos olhos de Ryan, mas o que podia ser tão ruim, para assombrá-lo até no sono?- Ryan voltou do Iraque á pouco mais de um ano. Ele era das Forças Especiais, foram capturados atrás das linhas dos inimigos. Ficou prisioneiro por várias semanas antes que conseguissem resgatá-lo. Não foi o mesmo desde então.
- O que aconteceu? – perguntou com horror, com medo de saber o que ele tinha suportado.
Adam suspirou.- Eu queria saber. Ele não fala sobre isso.
- Vocês dois não vão ficar quietos, para que eu possa dormir? – Ethan reclamou a voz amortizada pelo travesseiro.
Ela riu e deu-lhe uma cotovelada.
Parecia tão natural estar na cama com esses dois homens, confortável, fácil, sem constrangimento.
Ethan voltou-se e deslizou o braço por cima do seu corpo.- Estou contente por ver que nós não a matamos.
Ela sorriu.- Quase conseguiram.
- Venha se aconchegar nos meus braços. Você está com Adam á noite inteira – lamentou Ethan.
Ela deu uma risada, mas o abraçou e deitou a cabeça em seu tórax.- Agora feche os olhos e volte a dormir – ele pediu.
Ela fechou os olhos, maravilhada com a felicidade que sentia.Quando Holly despertou novamente, a luz do sol entrava pela janela, quase ofuscando seus olhos. Ela estava só na cama, fato que achou desapontador. Um rápido olhar ao relógio na cabeceira lhe disse por que estava só. Eram quase nove horas.
Espreguiçou-se, testando o corpo. Sentia-se dolorida, mas incrivelmente bem. Colocou as pernas para fora da cama, gemendo quando os músculos protestaram.
Pegou uma toalha para se cobrir e então riu do absurdo. Ao invés, caminhou nua até o banheiro. A idéia de um longo banho quente soava como céu. Abriu a água e logo o vapor encheu o banheiro. Quando já tinha bastante água na banheira ela entrou, suspirou quando a água quente a envolveu.
Deitou-se na banheira e fechou os olhos, permitindo que água enchesse ao seu redor. As imagens da noite anterior encheram sua mente. Seu corpo formigou, suas coxas estremeceram, os mamilos apertaram em resposta.
Fora a maior experiência de sua vida. Se não permanecesse com os irmãos, o que poderia esperar ainda do sexo? Não acreditava que encontraria alguém que a satisfizesse como eles o fizeram.
E havia o fato de que ela não tinha nenhum desejo de partir. Estava cansada de fugir, cansada de viver com medo, mas podia creditar que estava segura ali? E se ela trouxesse Mason para seu esconderijo?
A conversa com Ethan no dia anterior rodeou sua mente. A verdade era que ela podia apaixonar-se por eles também. Talvez ela ainda não estivesse. Mas estava no caminho.
Suspirou. Ela devia sentir prazer com isso. Mas sentia apenas medo.
Agitou a cabeça não querendo analisar a sujeira da realidade. Pegou o sabonete ensaboou o corpo e depressa enxaguou. Quando estava pronta, saiu da água e embrulhou-se na toalha.
Saiu á procura de roupas, sem saber onde Ethan e Ryan as tinham colocado quando voltaram das compras no dia anterior. Seu estômago revirou. Só tinha sido no dia anterior que ela vira Mason na cidade?
O suor encheu sua testa, quando compreendeu que ele estava muito perto. Afundou na cama, a respiração ofegante, em um ataque de pânico.