Capítulo 7: O mundo do interior

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-Eu sou o Guardião do Interior. -Disse o garoto misterioso que tinha me deixado no vácuo, anteriormente.

-É um enorme prazer conhecer você, Guardião.-Bella sorriu para ele e este retribuiu com a mesma ação.

-Anh-ham! -Provoquei uma falsa tosse, chamando sua atenção. Ele não entendeu no princípio, então tive que explicar -Acho que você me deve explicações, "Guardião". -Falei a última parte com desgosto.

-Pra começar, menininha metida, eu não te conheço. E não é a minha culpa se você é arrogante. -O Guardião se aproximou de mim rapidamente, como se tivesse se teleportado para minha frente. Me assustei.

-Não é a minha culpa se eu fico confusa por causa de uma pessoa que magicamente desaparece da minha frente, enquanto eu falo com ela!

-Parem, vocês dois! -Harvey interveio, se posicionando entre eu e o fantasma. -Vão ter tempo para conversas, mas não precisam ser infantis ou ameaçadores.

-Eu não a ameacei! -O garoto se defendeu, apontando para mim.

-Chega! Que tal saírmos daqui? Precisamos da ajuda de vocês dois. -Ícaro parecia desconfortável com a situação. Exigiu que fôssemos para o Quartzo.

Como John não era autorizado a entrar no instituto, ele se disfarçou de inspetor e seguimos em frente.

Tinha me esquecido quase completamente do nosso objetivo. O Quarto dos Sonhos. O que tinha acontecido com ele?

-Finalmente chegamos. Qual é a desse lugar? Parece tão distante de tudo... -Noah reclamou para Harvey, o "ancião".

-Você não é o único a pensar dessa forma, Noah. Vamos? -Disse Harvey, mostrando um sorriso infantil. Que ironia.

-O que você vai fazer quando descobrirem que na verdade você é uma farsa, hein, Harvey? -O Guardião perguntou para nosso motorista, que estava subindo os degraus do colégio.

-Sabe que eu não posso falar com você na frente das pessoas, não é? -Ele sussurrava, mantendo a personagem -Os Deltas não podem te ver.

-Mais termos esquisitos... -Noah continuou.

-Não se preocupe. Iremos explicar. -Ícaro nos informou.

-Assim espero.

-Crianças, podem esperar um pouco? Preciso convercer a diretora. -John nos pediu. Assentimos.

O tempo passava, ficávamos impacientes, mas Harvey voltou com uma resposta. Após 30 minutos.

-Certo, precisamos de um plano. Dakota quer que eu assine alguns documentos.-Harvey ficou decepcionado. Queria iniciar a investigação logo, antes que fosse descoberto -Já sei! Garoto, preciso que vá até o Quartzo. Você conhece o lugar melhor do que ninguém. E é melhor que vá acompanhado. -Disse ele, se referindo ao fantasma.

-Por que a Liza não vai com ele? Podemos servir de isca, se necessário.

-O QUÊ?! -Eu e ele respondemos, em uníssono à pergunta de Bella.

-Andem logo! Precisamos agir.-Tivemos que obeceder, afinal, gostaríamos de desvendar os mistérios e acabar com todos os questionamentos-M, guie Elizabeth para o lugar certo.

***

Entramos no quarto, de maneira silenciosa. Mais precisamente, eu.

A porta estava lá. Se tivesse um rosto, poderia afirmar que estaria nos encarando.

-E aí... por que Harvey te chamou de M? -Comecei, tentando quebrar o clima tenso.

-Sério? De todas as perguntas, você quer mesmo começar com essa? -Ele olhou para mim.

-Para sua informação, isso tudo é novo pra mim. Aliás, pelo que eu soube, você não tem um nome. Por quê?

-Você tem seu ponto. M é só um apelido. Já assistiu "Meu namorado é um zumbi"? -Não entendi a mudança repentina de assunto, mas o respondi, com um "não"-A minha situação é a mesma que a do protagonista. O nome dele é R. Bom, pelo menos é o que consegue lembrar da vida humana, depois de se transformar em um zumbi.

-Então você só se lembra de ser chamado de M? Nada mais? -Mostrei interesse.

-Sim.

-Tudo bem... -O silêncio reinou por alguns segundos.

-Será que podemos começar? Não gosto muito de lembrar do meu passado.

-Uh... certo! Me desculpe. -Falei, seguindo para a parede cheia de rachaduras anormais, na minha concepção -O que representam todas essas coisas? -Apontei para uma das marcas.

-Algo está querendo escapar do meu mundo. Pelo menos, a Porta dos Sonhos é resistente, por esse motivo, as partes rachadas existem. Mas isso não é nada bom.

-E isso seria ruim porque... -Exigi uma explicação melhor.

-Liza, todos os sonhos das pessoas que frequentam este lugar vivem no Mundo do Interior. Desde purpurina, arco-íris infinito, unicórnios... até ideias mais complexas ou piores, como apocalipses zumbi, monstros como o bicho papão, o controle do mundo por líderes brutais como Hitler... tudo! Qualquer coisa!

Fiquei sem palavras. Sabia ou tinha consciência do perigo deste lugar, mas não sabia o quão grande ele era.

-Então... temos que impedir que eles saiam de lá! Mas como?

-Como dito antes, existia um Guardião do Exterior. Ele regulava a entrada e saída dos habitantes desse mundo. Dizem que ele era meio humano e meio fantasma.

-Então ele meio que era um morto-vivo? -Perguntei, sem me preocupar com o fato de ser um questionamento fútil.

-Talvez. -Ele prosseguiu-Tudo ocorria bem dentro da porta, até um certo dia, quando tudo mudou. Desde então, os pesadelos engoliram todo e qualquer sonho existente por lá.

-Como assim? -Ele suspirou, e se aproximou de mim, como se quisesse contar um segredo.

-Houve uma guerra no mundo interior, onde as criaturas negras, conhecidas como "pesadelos", buscavam domínio sobre a região. Os sonhos, unidos ao Guardião do Exterior, lutaram contra esses seres das trevas, o que resultou, infelizmente, na morte dele. É bem complicado.

-Espera... como o Guardião do Exterior entrou na porta? Não existia um Guardião do Interior na época?

-Ele tem o direito de entrar e sair do mundo Interior, assim como eu. E em relação a sua segunda pergunta: sim, existia uma Guardiã do interior, mas ela foi morta por uma das criaturas.

Fiquei pensando por um tempo, olhando a pequena porta e vendo a imagem da menininha dos meus sonhos. Resolvi fazer minha suposta última pergunta, antes de investigarmos o lugar.

-O nome... qual era o nome do Guardião de fora?

-Pelo que eu sei, ele não tinha um nome específico, assim como eu, mas ele se auto titulava Stefano II.

-Vovô?!

O Quarto dos sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora