Destrutivo (Loki e Vingadores)

O trem do meio dia

– Atrás de mim? – Sigyn parecia surpresa.

– Talvez senhora, não sei ao certo, sabe como o senhor Stark é. – Vidar sorriu.

– É, você tem razão.... – ela comentou pensativamente – Talvez isso atrase nossa viajem.

– Estão todos preparados, senhora. – o homem rechonchudo retrucou.

– Viajem? – Steve parecia curioso.

– Sim, uma viajem! – Sigyn sorriu – Acho que já está na minha hora capitão, preciso pegar o trem do meio dia.

....

O sol estava a pino quando eles começaram a agir, o silêncio típico daquelas terras montanhosas foi cortado abruptamente pelo som estridente da cavalaria se aproximando com tamanha violência que provavelmente chamou a atenção de qualquer morador desavisado.

Um homem alto e de cabelos curtos e negros levantou as pressas de seu escritório e correu por entre os cômodos de sua enorme casa. Olhou com receio por uma das janelas e voltou a correr, atravessou as pressas o salão principal e quase gritou de surpresa quando os encontrou. Cerca de 15 homens parados na frente da casa, montados em cavalos e trajando os uniformes escuros como a noite da guarda asgardiana, parecia que estavam discutindo algo quando um par de olhos azuis recaiu sobre o moreno.

O moreno alto estreitou os olhos como quem observa algo a quilômetros de distância, uma ruga de preocupação surgiu em sua testa, enquanto ele deixava escapar um suspiro alto, chamando a atenção de sua leal acompanhante que chegava correndo ao local.

A mulher parou ao lado do homem e seguiu o olhar analítico dele.

– Eu vou ter um ataque! – o homem protestou – Vocês demoraram! – resmungou.

– Tony, por favor, não comece... - a mulher tentou acalmá-lo.

– Não comece? – ele a cortou – Como não começar se eles estão rasgando o meu dinheiro Pepper? – olhou de relance para os olhos azuis que o observa impacientemente – Esses incompetentes estão arruinando tudo!

– Lorde Stark. – o oficial de olhos azuis se manifestou – Garanto que tudo estará sob controle até o horário do evento, já recuperamos boa parte dos prisioneiros.

– Ah, você garante então Hawkeye? Me sinto muito mais tranquilo agora! – Stark comentou com ironia.

Barton fez uma expressão de desprezo, odiava quando duvidavam de suas habilidades de manter a ordem.

– Lhe asseguro que não haverá nenhum criminoso em seu evento daqui a dois dias, com exceção daquela que o senhor mantém embaixo de suas asas. – alfinetou.

– É impressão minha ou está me acusando de algo, major? Que eu saiba quem tem asas é o você, senhor gavião. – zombou.

– Não seja hipócrita Stark, todos sabemos muito bem que você mantém sob sua proteção a criminosa Enchantress, e que tem lucrado com os crimes dela, afinal uma cidade sem criminosos não seria nada propicia para um vendedor de armas como o senhor.

– Não tenho culpa se você e seus homens não conseguem prender uma pequena criminosa do interior, talvez seja por isso que o Coronel das terras do Sul esteja vindo para cá, será que ele chegará há tempo de ver o festival?

– Tony... – Pepper tentou chamar sua atenção, mas foi silenciada com um movimento de mão do Stark que sorria triunfante diante da expressão de fúria do oficial.

– Acho bom fazer o seu serviço direito major, em vez de ficar confabulando teorias, odiaria ter de relatar suas falhas ao seu superior.

– Garanto que não será necessário. – Barton respondeu com seu sorriso falso e dissimulado.

– Acho bom, Major. – ele retribuiu o sorriso.

– Passar bem Lorde Stark, só espero que não seja consumido por sua própria ganância. – ele sorriu antes de fazer um movimento de mãos indicando a seus homens que estes deveriam se preparar para irem embora.

Com uma expressão completamente fechada no rosto, Barton se afastou com seus homens das propriedades do Stark, temia que se ficasse mais um minuto na presença daquele homem cometesse uma loucura.

Se afastou o mais rápido que pode, o estrondo de cascos dos cavalos se chocando contra o solo ficava mais a cada instante e parecia competir com o ruído agudo proveniente das linhas férreas que se estendiam ao longo da rota que ele havia escolhido.

Clint não via há hora de chegar na cidade, mas pelo visto seus planos teriam que ser adiados. Barton notou dois vultos surgirem a sua frente, reconheceu de longe os longos cabelos de fogo que balançavam contra o vento.

– É ela... – Clint balbuciou com uma expressão de ódio, cessando os movimentos do cavalo.

Um sorriso de escárnio era visível no rosto fino e coberto parcialmente por um manto negro, Barton tinha certeza que era ela, Sigyn. A mulher estava parada com algum comparsa ao lado de algumas arvores, parecia completamente inofensiva e Barton sorriu diante de sua pequena tropa, iria liquidar aquela maldita de uma vez por todas.

– Seus dias de crime terminam hoje, Enchantress! – ameaçou.

Sigyn manteve seu enorme sorriso.

– Será mesmo major? – riu – Então pense rápido, pois acho que o trem do meio dia esta prestes a sofrer um assalto.

"Não ela não seria capaz", ele pensou. O estrondo da estrutura de metal se aproximando como um trovão roubou sua atenção e ele olhou de relance para a linha férrea, um trem se aproximava com velocidade.

"Ela esta blefando!", ele pensou no momento que observou o que pareciam zumbis se levantando de suas tumbas, diversas cabeças surgiram em cima da do trem e aos poucos corpos ganhavam forma e Barton reconheceu as mantas vermelhas e escuras dos seguidores de Enchantress.

– Acho que você esta perdendo o trem! – Sigyn comentou com deboche quando o trem passou a toda a velocidade por eles.

O ódio nos olhos de Barton era quase palpável quando ele gritou para seus homens pararem aquele trem.

Sigyn ria com vontade diante dos movimentos confusos das tropas e fugiu antes mesmo que o major notasse, seu objetivo estava feito, era gratificante ver o desespero nos olhos do bom oficial Barton.

Um trem assaltado dentro das terras do Stark era tudo que Barton não precisava, como um felino ele se projetou para a frente das enormes locomotivas, saltou do cavalo e se agarrou a um dos batentes de um vagão, se segurou com força para não cair e amaldiçoou a existência de Sigyn.

Projetou o seu corpo para frente, estilhaçou uma janela e entrou com certa dificuldade no trem, por um momento ele pensou que se chocaria contra o chão do local, mas sentiu o seu corpo esbarrar em algo macio, escutou um grito agudo e por um momento se sentiu atordoado.

Sua confusão se dissipou quando sentiu um tapa em seu rosto, só então reparou que havia caído em cima de uma mulher. Apressadamente ele se levantou e quase caiu novamente ao reconhecer o rosto feminino.